quarta-feira, 3 de julho de 2013

MEC planeja criar universidade federal a distância



Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, divulgou ontem o balanço final do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2013 e anunciou a intenção de criar uma universidade federal a distânciaO ministro da Educação, Aloízio Mercadante, anunciou nesta segunda-feira, após a divulgação do balanço das inscrições do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a intenção de criar uma universidade federal de educação a distância para atender à demanda por vagas no ensino superior. Segundo o MEC, o projeto de lei nesse sentido deve ser encaminhado ao Congresso em julho para tramitar, possivelmente, em agosto.

“Temos participação relativamente pequena de estudantes do ensino superior no ensino a distância. Temos em torno de 15%, não chega a isso. Os países da OCDE têm metade das vagas em ensino a distancia. Isso é uma modalidade que deve crescer. O MEC está trabalhando intensamente para lançarmos uma universidade federal de educação a distancia para poder aumentar a capacidade de atender essa rede”.
A ideia é que a nova instituição incorpore a atual Universidade Aberta do Brasil (UAB), ampliando a oferta de cursos de graduação oferecidos. De acordo com o ministro, a UAB possui hoje aproximadamente 240 mil alunos. “Vamos absorver a UAB nesta universidade federal a distância. É a única resposta possível para atender essa demanda”, declarou. “Essa é a prioridade do MEC. Vamos trabalhar fortemente para montar estrutura para começar a ofertar vagas já no próximo Sisu”.

A Universidade Aberta do Brasil atende hoje exclusivamente a professores da rede pública para cursos de licenciatura e administração. “Vamos ampliar para todos os demais cursos que forem compatíveis com educação a distancia. Cada curso de cada universidade poderá ser ofertado na universidade federal de educação a distancia. Por exemplo, engenharia da UFRGS pode ser ofertado também como curso a distância, mas tem que ter polo presencial, ter certificado. Na UAB, as vagas que não forem preenchidas pelos professores da rede pública, vamos abrir aos demais interessados”, completou o ministro.

Fonte: Terra

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Graduação Química a distância e + 5 Pós EAD

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) aprovou a oferta do curso de Química licenciatura na modalidade a distância pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O projeto foi proposto pelo Campus Arapiraca em parceria com o Instituto de Química do Campus A.C. Simões, em Maceió.

O curso agora entra em fase de estruturação para definição do número e distribuição de vagas e do material didático, além dos polos que irão ofertá-lo na modalidade a distância. Também começa a ser planejado o edital para o processo seletivo, que deve acontecer no próximo ano.

Segundo o coordenador do Núcleo de Polos e Cursos da Coordenadoria Institucional de Educação a Distância (Cied) da Ufal, Carloney Alves, o empenho da nova gestão em ofertar e buscar novos cursos tem favorecido bastante o Estado de Alagoas, com a expansão da oferta de cursos superiores na modalidade EAD.

“Com a nova gestão, três cursos já haviam sido articulados para oferta esse ano: Ciências Sociais, Letras/Espanhol e Geografia. Agora temos a boa notícia da aprovação de Química”, ressaltou.

Novas especializações

Além da graduação em Química, a Capes também aprovou a Ufal a ofertar cinco novas especializações, que entram na fase de planejamento para a publicação do edital. Os novos cursos de pós-graduação latu senso EAD são ‘Estratégias Didáticas’, ‘Educação Básica com o uso de TIC’, ‘Formação em Educação Online para Professores da Educação Básica’, ‘Ensino de Geografia’ e ‘Formação para Educadores’.
Segundo o coordenador-geral da Cied, Luis Paulo Mercado, a aprovação da Capes demonstra o empenho e a capacidade de articulação do corpo docente das duas Unidades Acadêmicas, visando a um objetivo comum, que é a melhoria da qualidade dos professores da educação básica em Alagoas.

“Com a aprovação de Química, a Ufal agrega mais um curso a ser ofertado na modalidade a distância, ampliando o número de egressos na área, a qual tem uma demanda muito grande de novos professores formados no ensino superior”, destacou.

Com Inf. UFAL.EDU

Gigante do ensino terá um milhão de alunos

Anhanguera e Kroton estimam economias de escala superiores a R$ 150 milhõesFusão entre Anhanguera e Kroton, que criou maior grupo educacional do mundo, vai economizar mais de R$ 150 milhões. Objetivo é oferecer “estudo razoável” a mensalidades de aproximadamente R$ 390.

Anhanguera e Kroton estimam economias de escala superiores a R$ 150 milhões

Sinergia permitirá alta de 9,25% no investimento; futuro nome pode ser “Kroton Anhanguera”
Após unirem os negócios para criar o maior grupo de ensino do mundo, Anhanguera e Kroton estimam que a fusão trará economias de escala de R$ 150 milhões a R$ 300 milhões para a empresa combinada. Com isso, a capacidade de investimento da companhia será de R$ 262,2 milhões, valor 9,25% maior que soma da previsão para este ano nas empresas separadas, de cerca de R$ 240 milhões, dos quais R$ 135 milhões na Anhanguera e R$ 105 milhões na Kroton. A fusão, anunciada em 22 de abril, depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômico (CADE).

O cálculo é uma estimativa da área financeira da Anhanguera, à qual o iG teve acesso. ”As sinergias farão sobrar dinheiro para ser investido na área educacional”, diz Gabriel Mário Rodrigues, sócio da Anhanguera, principal articulador da fusão e presidente do conselho de administração da empresa consolidada.
Parte dessas economias deve vir da redução de gastos com publicidade. “O marketing, ao menos da Anhanguera, é expressivo. Se você consegue juntar duas [ empresas ], o investimento é menor”, afirma Rodrigues.

O orçamento deste ano prevê despesas de marketing de R$ 157,7 milhões na Anhanguera, valor 8,7% maior que o gasto de 2012. O montante é igual a 8,7% da receita líquida prevista, que no primeiro trimestre foi de R$ 471, 3 milhões. Nesse período, quando a publicidade é intensificada devido à maior captação de alunos, o investimento foi de R$ 51,7 milhões, alta de 49,3% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Além disso, os desembolsos da área tecnológica também devem ser reduzidos na integração. “Na parte de tecnologia, tanto a de relacionamento na parte acadêmica quanto a da área educacional, também há investimentos muito grandes”, diz Rodrigues. Somente no primeiro trimestre, a instituição gastou R$ 4,3 milhões em tecnologia, principalmente nas plataformas de ensino a distância.
O investimento previsto para a companhia combinada seria feito da seguinte forma: R$ 58,5 milhões em tecnologia, R$ 19,5 milhões em bibliotecas, R$ 31,5 milhões em móveis e equipamentos e R$ 152,7 milhões em construções, laboratórios, projetos educacionais e outros gastos. “É um investimento importante, elas já têm estrutura formada nos câmpus e o valor seria para melhorias e manutenção”, afirma Sandra Peres, analista da Coinvalores.

Em 2012, as empresas investiram ao todo R$ 216 milhões, dos quais R$ 142 milhões na Anhanguera e R$ 74 milhões na Kroton. Ou seja, a previsão para 2013, mesmo sem os ganhos de sinergia que resultariam da fusão, já significa alta de 10,7% sobre este valor.

A integração deve durar por volta de dois anos, período no qual outras aquisições de peso estão descartadas, segundo Rodrigues. “Nós vamos ter uns dois anos, ou um ano e meio depois da aprovação do CADE, para unirmos nossas forças, então não está previsto nenhuma aquisição nesse tempo. Precisamos primeiros nos organizar”, diz o empresário.

Depois disso, um dos planos que já se comenta na empresa é a internacionalização, com foco nos países vizinhos. “Ouvi falar, mas só conversa, sem consistência alguma, [ em planos ] na América Latina. Mas, primeiro, são dois anos para colocar a coisa em ordem. Depois é ver se tem mercado na América Latina. O que se fala internamente é isso”, diz Rodrigues.

“Não acredito que esse seja um plano imediato, a menos que surja alguma parceria estratégica, porque a penetração da educação superior no Brasil ainda é muito baixa, ou seja, eles têm muito espaço para crescer aqui no País”, afirma Sandra Peres.

O nome da empresa resultante ainda será discutido, mas, na opinião do empresário, deveria ser Kroton Anhanguera. “No meu caso, como não estou emocionalmente ligado a nenhuma das duas, é o nome que os profissionais de comunicação e educação considerarem o mais adequado. Mas acredito que o melhor deva ser a junção das duas. Kroton Anhanguera”, diz Rodrigues.

A companhia resultante teria faturamento de R$ 4,3 bilhões, cerca de um milhão de alunos e valor de mercado próximo a R$ 12 bilhões. Os acionistas da Kroton terão 57,5% da empresa, enquanto os da Anhanguera ficarão com 42,5%. O presidente será Rodrigo Galindo, atual presidente da Kroton.

Lucro x Qualidade

Rodrigues irá comandar o conselho de uma universidade bastante diferente daquela que fundou e da qual foi reitor durante 12 anos, a Anhembi Morumbi. Nesta, a quantidade de alunos era uma fração da Anhanguera, mas as mensalidades eram bem mais caras – em torno de R$ 1,2 mil, enquanto na Anhanguera ficam em R$ 390.

“A Anhembi sempre trabalhou nas classes média e alta, era [ classe ] A, B e um pouco de C. No momento que a gente entra numa instituição para atender a massa, evidentemente outras estratégias são usadas”, diz Rodrigues. “A grande questão vai ser equilibrar quantidade e qualidade”, afirma.

O empresário sabe que, por trás desse equilíbrio, existe outro: entre os resultados financeiros e os investimentos em educação. A companhia será conduzida por um grupo que mistura fundos de investimento, como o Advent e o Pátria, e fundadores de outras universidades incorporadas pelo grupo nos últimos anos. Ou, como diz Rodrigues, o “pessoal dos números” e o “pessoal da educação”.

O conselho que irá presidir terá 13 assentos, dos quais, ele calcula, pelo menos seis serão ocupados pelo “pessoal da educação”. “O fundo [ FERB, que terá 4,4% da empresa e do qual ele é sócio ] tem tem três assentos, ficou eu, o Ricardo [ Scavazza, ex-presidente da Anhanguera ] e o [ Antônio ] Carbonari [ fundador e acionista da Anhanguera ]. E um outro que vou indicar. Eu tenho quatro lugares. Da educação deles [ Kroton ] tem o [ Ricardo ] Galindo [ presidente da Kroton ], o Walfrido [dos Mares Guia, ex-ministro e acionista da empresa ], a [ Elisabeth Bueno ] Laffranchie [ conselheira ], mais um sócio do Walfrido. Portanto da área de educação vão ficar entre oito e seis”, diz.

“É mais gente para mostrar para o pessoal financeiro a necessidade de investimentos. O pessoal financeiro põe a meta e segue. Mas eu sei que sem recursos não se faz educação”, diz Rodrigues. “É mais fácil discutir com eles [ educadores ] do que com o pessoal da área financeira”, afirma.

O controle da empresa é bastante pulverizado, uma vez que 75% das ações são negociadas livremente na Bovespa e nenhum sócio tem mais de 6% da companhia. Rodrigues prevê que isso seja benéfico para o conselho. “A representatividade do conselho é 25% [ do capital ]. Então não vai ter luta, tipo ‘eu querer ser melhor que os outros’, porque ninguém tem o controle. O que a gente tem que fazer [ no conselho ] é uma melhor administração para ter um melhor resultado”, afirma.

“[ Hoje ] não tem mais dono de empresas. A tendência é não ter mais donos. Os donos são os fundos de pensão e os fundos de private equity feitos pelos bancos”, acredita o empresário. Quase todos os grandes grupos brasileiros de ensino têm um grupo financeiro entre os principais controladores.
“Um fundo promete determinado resultado para o investidor e, quando ele faz um aporte na empresa, exige que esse resultado possa acontecer. Vai ter sempre a questão de como possibilitar ter um bom produto educacional com o resultado de quem investiu, isso ninguém vai poder fugir. E aí estão os organismos governamentais e órgãos reguladores para tratar a questão”, diz.

A maioria dos cursos da Anhaguera se encontra na faixa mínima aceita pelo Ministério da Educação (MEC) para operar. Questionado sobre se isso é suficiente, Rodrgues diz que “acha que sim”. Mas afirma que “a grande questão nossa agora é dar estudo razoável para todos os nossos alunos”.

Para o empresário, melhorar a qualidade de ensino vai possibilitar que a receita da instituição também cresca, através do aumento das mensalidades. “No momento em que você melhora o seu produto, ele vai ser mais caro. O que eu já coloquei na Anhanguera é que se nós conseguirmos aumentar cada mensalidade em R$ 10 no mínimo, vamos ter resultados expressivos. Agora, para isso, precisa fortalecer o produto”, afirma.

“A Anhanguera fez uma reunião com analistas há dois meses. Ficou claro que eles não têm a intenção de ser top de linha, o negócio deles é ter mensalidades acessíveis para atender as classes C, D e E. A preocupação deles [ quanto a qualidade ] é não serem vetados pelo MEC”, diz Peres.

Planos pessoais

Rodrigues assume o compromisso de comandar o conselho da “Kroton Anhanguera” aos 80 anos, dos quais passou os últimos 42 como empresário do ensino. Mas, não somente quer “fazer um bom trabalho”, conforme afirma, como ainda pretende empreender novamente no ramo da educação.

“Tenho a ideia – está na minha cabeça, ainda – de fazer uma universidade que ensine tudo que as outras não ensinaram. Não quero nem chamar de ‘universidade’. É uma insituição, que seria o consultor do instudante. Isso fora do grupo [ Kroton Anhanguera ], é projeto pessoal. E sem objetivo de lucro”, afirma.
“O princípio dessa universidade quem me falou foi o [ ex-ministro ] Cristóvão Buarque. É uma lenda indígena. Para uma pessoa ser feliz ela tem que equilibrar sete sentidos. Os deuses, que é a parte mais enigmática do ser humano, o solo, a família, os vizinhos, que são sete bilhões de vizinhos, o passado, o futuro e por último você mesmo. É dentro dessa temática que eu quero desenvolver as coisas”, explica.

Há ainda mais projetos. “Outra: existe um jornal eletrônico só de educação? Que abranja tudo?”, pergunta, de forma retórica. “Esse é outro plano”, diz. “Tem ainda um negócio que é uma fundação para financiamento de talentos em famílias sem poder aquisitivo. Isso é um outro projeto”, afirma. “Mas é o que sempre falo: preciso ver a quantas Copas do Mundo ainda vou assistir”.

Fonte: Portal IG

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Manuais de tecnologia digital na educação – Baixar Grátis


Tablets, lousa digital, redes sociais, digitalização do conteúdo. Cada vez mais é comum a utilziação destes equipamentos e serviços para no dia-a-dia da sala de aula. Mais do que ferramentas para atrair a atenção dos alunos, as tecnologias digitiais se transorfam num evolução na didática educativa na relação professor-aluno. De que adianta o aluno estar cada vez mais próximo das novas tecnologias se os professores não estiverem?

Pensando em auxiliar os profissionais de educação e estudantes de pedagogia e interessados na área, a Universidade Estadual da Paraíba lançou o livro “Tecnologias Digitais na Educação”, que apresenta uma seleção de artigos que são resultado de monografias acadêmicas sobre o tema. Tutoriais do universo digital e análises sobre o tema podem ser acessados ou baixados gratuitamente pela internet. O uso de games e de multimídia em disciplinas como geografia, matemática e líguas estrangeiras são descritos e analisados para servir de estímulo para educadores.

Para acessar (Baixar)  o livro “Tecnologias Digitais na Educação”, clique aqui.


“Guru” da educação online, professor do MIT defende qualidade da EAD

Quase um milhão de pessoas de 162 países – entre elas, 23 mil brasileiros – são alunos dos cursos da edX, plataforma de aulas gratuitas pela internet (MOOCs, na sigla em inglês), criada em 2012 pela Universidade de Harvard e pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) – duas das maiores referências em ensino superior dos Estados Unidos. Para o presidente do órgão e criador do primeiro curso disponibilizado por ele, o indiano Anant Agarwal (professor do MIT), as novas tecnologias empregadas na educação à distância – que vão muito além dos vídeos tutoriais – mudarão completamente as instituições de ensino superior do mundo em pouco tempo: em 20 anos, acredita ele, os estudantes poderão eliminar muitas horas gastas na universidade graças à ferramenta.

“A educação nunca mais será a mesma. (…) Daqui a 20 anos, os campi universitários não contarão mais com salas de aulas lotadas. Os estudantes farão exercícios online e assistirão a vídeos nos dormitórios deles, e só voltarão ao campus para discutir com seus professores e colegas”, afirmou Agarwal, durante o Transformar 2013, evento em São Paulo que reuniu educadores e especialistas da área, na quinta-feira.
Presidente de instituto criado por Harvard e MIT diz que a internet revolucionará formato das universidades
Criado no ano passado, o edX contou com investimentos de US$ 60 milhões (cerca de R$ 120 milhões), para oferecer gratuitamente cursos de algumas das principais universidades do mundo, em diversas áreas de conhecimento (exatas, biológicas e humanas) – e a expectativa é ampliar o número de universidades parceiras no sistema.
Segundo Agarwal, uma das maiores diferenças entre a plataforma criada por eles e o sistema tradicional de ensino à distância é a
 tecnologia empregada: pela internet, o aluno não só assiste a vídeos tutoriais e às aulas transmitidas por meio de infográficos interativos, como são testados a cada etapa – e recebem um feedback imediato do desempenho –, e podem tirar dúvidas com professores e alunos em fóruns de discussão.

Ainda de acordo ele, a tecnologia existente hoje permite, inclusive, a correção de redações por meio dos computadores, cujo resultado da avaliação sai na hora. Embora pareça estranha a ideia de uma máquina avaliar a qualidade de um texto dissertativo, o professor garante que testes demonstraram que a diferença entre a nota concedida por um professor e a avaliação do computador é muito pequena.

“É como num vídeo game. Se ele recebe um feedback na hora, vai continuar tentando até acertar o resultado correto”, explicou o professor de ciência da computação do MIT.

Capacidade 
Para o idealizador da plataforma, a maior vantagem que ela oferece é a capacidade de alcance da ferramenta e seu perfil de “democratizador da educação”. Em número de alunos, o Brasil só perde para os Estados Unidos, a Índia e o Reino Unido.

“É um sistema muito mais democrático. Nós não temos um processo seletivo de alunos, o que permite que qualquer um se inscreva. Veja o que acontece com Harvard, por exemplo, onde apenas 6% dos alunos que se candidatam a estudar lá conseguem entrar”, compara.
Engana-se, no entanto, quem espera que os cursos sejam mais fáceis que os disponíveis presencialmente. De acordo com o professor, o edX conta com mecanismos para evitar fraudes e o sistema de avaliação é tão rígido quanto o empregado nos cursos tradicionais. Para se ter uma ideia, dos cerca de 155 mil alunos inscritos no curso lecionado por ele, apenas 7.157 conseguiram concluir os testes.

Embora a maioria dos inscritos sejam adultos (com mais de 25 anos) interessados em dar continuidade aos estudos, e cerca de 45% sejam universitários com idades de 18 e 25 anos, o sistema atrai estudantes do ensino médio e tem se mostrado eficiente também para revelar “novos gênios”, como um adolescente de 15 anos da Mongólia que acertou 100% dos testes de um dos cursos oferecidos pelo instituto de tecnologia pela web. “Estamos descobrindo novos gênios a cada dia, no mundo todo”, afirma.

Fonte: Portal TERRA

Curso a distância é (Pode ser) Melhor que o Presencial?

As principais universidades norte-americanas se lançaram de cabeça no ensino online gratuito. Ano passado, Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) criaram o edX, uma plataforma de cursos abertos para massas (MOOCs, na sigla em inglês). Cada instituição se comprometeu a investir US$ 30 milhões. Meses antes nascia o Coursera, que hoje reúne cursos de 62 universidades, como Stanford e Columbia. Não à toa, 2012 foi eleito o ano dos MOOCs pelo jornal The New York Times.

Só o edX já tem 800 mil alunos inscritos – incluindo 23 mil brasileiros – em 23 cursos: sete do MIT, seis de Harvard, seis da Universidade da Califórnia e quatro da Universidade do Texas.
O mais popular é o de Circuitos e Eletrônica, ministrado por Anant Agarwal, com cerca de 150 mil alunos. Professor do MIT, o indiano foi convidado para ser o primeiro presidente do edX. “Tudo que o aluno precisa é ter vontade de aprender e conexão à internet”, disse ele ao Estado, em sua primeira entrevista à imprensa brasileira.

Os cursos não têm apenas videoaulas expositivas, mas também exercícios e avaliações virtuais. Ao contrário do ensino a distância tradicional, nessa modalidade não há a figura do tutor e grande parte da aprendizagem se dá pela interação entre os alunos nos fóruns de discussão. Quando aprovados, os estudantes recebem um certificado do edX.

“Num futuro não tão distante será comum para as universidades reconhecerem créditos dos MOOCs”, diz Agarwal, que fará na quinta-feira a conferência de encerramento doTransformar, um evento em São Paulo sobre inovação e tecnologia na educação.

Para que servem os MOOCs e quais as vantagens deles?

Promover o acesso de alunos de qualquer lugar do mundo à educação é um grande benefício. Outro, para a universidade, é que ela não precisa sair do câmpus para oferecer cursos. E quando você tem um curso online combinado com ajuda pessoal de um professor, no formato híbrido (blended), descobrimos que a qualidade supera de longe a dos cursos tradicionais presenciais. Assim, um dos grandes benefícios para as universidades também é poder aumentar muito a qualidade da educação no câmpus.

Há quem critique a falta de contato entre aluno e professor.

Mais de uma geração de alunos cresceu com as redes sociais, enviando mensagens de texto e batendo papo virtualmente. São pessoas que se sentem confortáveis em aprender online. Fizemos uma pesquisa com alunos que completaram o curso de Circuitos e Eletrônica. Pedimos para eles compararem o curso online com o tradicional. Os resultados foram surpreendentes: 36% dos alunos disseram que a experiência online foi melhor que a presencial e 63% acharam tão bom quanto. O curso online é muito bom, mas ter contato com um instrutor só melhora o aprendizado.

Como motivar os alunos?

Os cursos do edX são rigorosos. São os mesmos ensinados nos câmpus e a taxa de aprovação varia de 5% a 20%. Isso significa que até 95% dos alunos podem não ser aprovados porque abandonam ou não têm desempenho suficiente. Fora isso, muitos terminam os cursos e não pedem o certificado. Não sabemos quantos podem estar fazendo isso. Então, precisamos ter cuidado com estatísticas. Além disso, os alunos têm de levar o curso a sério e ser ativos, clicar em pelo menos um exercício ou dever de casa. Para os alunos com postura ativa, mas que não conseguem passar, temos várias ideias para engajá-los. Um professor, por exemplo, acessa os fóruns dos alunos, identifica as dificuldades e toda semana produz um vídeo com os pontos fracos. Outra maneira é oferecer material que ajude o aluno, porque às vezes ele não tem o background para acompanhar o curso. Para fazer meu curso de Circuitos é necessário saber equações diferenciais. Mas não ensinamos isso no edX. Então eu sugiro que o aluno assista às videoaulas de Salman Khan (que, aliás, foi meu aluno no MIT). Podemos ainda oferecer cursos híbridos, com apoio de um professor local, o que aumenta a taxa de sucesso. Fizemos isso com a Universidade Estadual de San Jose, da Califórnia. Os alunos assistiram aos vídeos, fizeram exercícios e depois seguiram para aula discutir com o professor. Os resultados foram incríveis. Tradicionalmente este curso tinha uma taxa de reprovação de 21%, mas com o edX caiu para 9%.

Como construir uma relação mais íntima com os alunos?

Acho que a intimidade já existe. Eu, por exemplo, gravo as aulas no mesmo estilo de Salman Khan, escrevendo em um tablet. Recebo e-mails de alunos dizendo que sentem como se estivessem ao meu lado me vendo explicar os conceitos. Eles acham essa relação muito pessoal. É melhor do que ficar na última fileira de um auditório para 500 pessoas vendo uma aula.

Vocês pesquisam o impacto dos MOOCs na educação superior. O que descobriram?

Estamos capturando dados dos alunos no edX: como eles aprendem, de onde vêm, quais exercícios acertam e quais erram, que tipo de material usam. Com isso podemos melhorar o modo pelo qual eles aprendem. Em um curso, separamos os alunos em dois grupos para verificar quem se sairia melhor de acordo com as ferramentas que utilizavam. Em outro caso, um professor de Harvard quis saber, com base nos dados gerados pela plataforma, quais recursos os alunos utilizavam em diferentes momentos. Ele descobriu que, quando os alunos resolvem o dever de casa, acessam bastante os vídeos. Mas quando fazem o exame final, olham muito o livro-texto.

O governo de São Paulo lançou um programa de inclusão de alunos de escolas públicas nas universidades estaduais que prevê, para parte dos cotistas, um curso semipresencial de dois anos, com certificação. Se aprovado, haverá uma formação generalista com o objetivo de chegarem mais preparados à universidade. O projeto recebeu críticas porque, entre outros motivos, os alunos de escolas públicas teriam menos atenção nesse modelo. Qual sua opinião?
Acho que uma maneira de o ensino superior se desenvolver é, em vez de trazer os alunos para os câmpus por quatro anos, deixá-los fazer disciplinas online por um ano, depois passar dois anos na universidade e, no último ano, fazer um estágio e mais atividades online. Esse projeto parece uma boa ideia, mas eu teria de olhar mais a fundo a plataforma, para saber como ela é. Muitas ainda estão em desenvolvimento. Ela terá um componente social forte? Haverá fóruns de discussão? Como será a interface do usuário? Tudo isso é importante para manter o aluno motivado. Eu teria de conhecer esses aspectos, mas pode ser uma boa ideia se a plataforma for muito boa.

Fonte: Estadão

Mestrado a Distância – Letras Português

Saiu o edital para o Mestrado profissionalizante a distância em Letras. As inscrições serão do dia 22 de abril a 20 de maio/2013 e as provas acontecerão no dia 16 de junho. Para se inscrever é preciso: Ter licenciatura em Letras com habilitação em Português e ser professor efetivo da rede pública e  estar em sala de aula em turmas do 1o ao 9o ano. Serão 829 vagas distribuidas em 37 instituições federais e estaduais.

O curso será realizado por meio a estrutura da Universidade Aberta do Brasil (UAB), consórcio articulado pela  Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (Capes), que reúne instituições federais e estaduais  de ensino. Não há por enquanto menção a bolsas de estudo para os alunos, no molde do que hoje acontece com o outro  mestrado profissionalizante a distância no país, o de matemática, coordenado pela Sociedade Brasileira de Matemática sob supervisão da Capes.

As inscrições, que custam R$ 50,00, podem ser feitas no site do Núcleo Permanente de Concurso da UFRN, o Comperve
(www.comperve.ufrn.br). No final do edital, há uma relação das instituições que oferecem vagas para o curso.

Baixe aqui o edital completo do mestrado a distância

segunda-feira, 25 de março de 2013

Abril Educação lança plataforma de cursos via celular

Usando portal de voz e torpedos, Edumobi oferece conteúdos em áreas tão distintas quanto Enem e educação financeira. Custo é de 2,99 reais por semana.

A Abril Educação — empresa do Grupo Abril, do qual faz parte a Editora Abril, que publica VEJA — lançou nesta terça-feira a Edumobi, plataforma que distribui cursos via celular. Por ora, os conteúdos estarão disponíveis apenas para assinantes da operadora Vivo, ao custo semanal de 2,99 reais cada. Até o final do ano, os cursos serão oferecidos também para mais uma operadora brasileira.

A plataforma começou a ser desenvolvida há três anos por Alex Pinheiro, que carrega no currículo uma vasta experiência no setor móvel. Seu desenvolvimento consumiu um investimento de 6 milhões de reais. “O formato de SVA, ou serviço de valor agregado, já está bem desenvolvido na área de entretenimento, por exemplo, com conteúdos de música e games. Faltava a educação”, diz Pinheiro.

O catálogo da Edumobi é abrangente. Além de um curso de educação financeira, há conteúdos e treinamento para quem vai tirar a primeira habilitação e até um curso de vinhos, assinado por Marcelo Copello, referência no assunto no Brasil.

A marca firmou também parceria com os cursinhos pré-vestibulares Anglo e pH para oferecer curso para os estudantes que se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Outros destaques são cursos sobre 3G e Wi-Fi, imposto de renda e atletismo, respectivamente produzidos com apoio das revistas InfoExame e Boa Forma, da Editora Abril.

Cursos — Os cursos se apoiam nas mecânicas de portal de voz e mensagem de texto. Ao se matricular, o usuário poderá escutar as aulas e, em seguida, realizar exercícios através de mensagens SMS, os famosos torpedos. “A plataforma foi adaptada para todos os celulares. Há uma diferença apenas para os smatphones, que podem acessar exercícios extras no nosso site móvel”, diz Pinheiro.
Para motivar os usuários, o Edumobi aposta em conceitos de gamificação. O estudante ganha medalhas e troféus conforme evolui nos cursos e também participa de um ranking que abrange todo o país. Além disso, pode compartilhar suas conquistas nas redes sociais.

Entre os planos da Edumobi está a expansão para todas as operadoras brasileiras. Até o final de 2014, garante Alex Pinheiro, o serviço será disponibilizado para todo brasileiro que tiver um celular — smartphone, ou não.

Informações de VEJA

Prefeito quer criar polos de MESTRADO EAD para docentes

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, planeja transformar os Centros de Educação Unificados (CEUs) da cidade em polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB), um sistema integrado por diversas instituições públicas do País que oferece educação a distância. Ao levar a UAB para os CEUs, a intenção é que os professores possam fazer mestrado, que pode até ser profissional, perto de casa, num ambiente que ele já conhece. “O professor tem que se sentir pertencente a um centro de formação. Nós já estamos fazendo o credenciamento e convocando universidades para início imediato”, disse Haddad em evento na segunda-feira (18) promovido pelas organizações Inspirare/Porvir e Todos Pela Educação.

Outra proposta apresentada pelo prefeito, que estava acompanhado do secretário da Educação, Cesar Callegari , na a quarta edição da Série de Diálogos O Futuro Se Aprende, com a presença de educadores e representantes da imprensa, é a adoção do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) , criado no governo federal quando era ministro. Para Haddad, a iniciação à docência é uma possibilidade concreta de fazer com que o aluno de licenciatura transite e leve o que acontece na escola para a academia. O programa dá bolsas a alunos de cursos presenciais que façam estágio em escolas públicas. A ideia é conceder ao menos 3 mil bolsas para estudantes que optem por fazer seu tempo de prática na rede municipal.

“É esse bolsista que pode ajudar a rede municipal no aumento da jornada de 4 horas para 7 horas e na adoção do Mais Educação (programa de educação integral do governo federal)”, disse Haddad. Com a limitação física de espaço, fazer com que os alunos fiquem mais tempo na escola pode significar que eles fiquem mesmo fora dela. “Nós subordinamos os demais equipamentos públicos [biblitecas, praças, museus] à lógica da cidade educadora, ampliando os espaços de aprendizagem. É uma lógica de acolhimento”, diz o prefeito, que planeja começar pelas escolas com Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mais baixo .

Quanto ao deficit de vagas em creche , tanto prefeito quanto secretário de Educação admitiram que, sozinha, a administração não vai conseguir sanar esse problema. Já está prevista a construção de 200 creches, com capacidade média de 150 crianças, o que adicionaria 30 mil vagas a um sistema que carece de quase 100 mil postos. “O governo vai fazer a sua parte para expandir, qualificar e manter a rede conveniada, mas acreditamos que uma quantidade grande de empresas pode ter o apoio técnico e financeiro da secretaria para oferecer essas vagas para os filhos de seus funcionários e para as crianças da comunidade do entorno”, diz Callegari. A convocatória foi recebida com interesse pelos participantes do encontro.

Fonte: ÚltimoSegundo

Educação a distância é popular, mas ainda não é negócio lucrativo

Quatro meses após Daphne Koller e Andrew Ng abrirem a Coursera, empresa americana que oferece cursos a distância de 33 universidades de elite, o site já tinha atraído um milhão de usuários. Uma adesão ainda mais rápida que do Facebook ou Twitter.
No mês passado, os cofundadores, professores de computação da Universidade de Stanford, observaram maravilhados o número de matrículas ultrapassar os 2 milhões, com 70 mil novos alunos por semana se matriculando nos mais de 200 cursos.
Em menos de um ano, a Coursera atraiu US$ 22 milhões em capital de risco, e deu tanto o que falar que algumas universidades soaram um tanto defensivas por não terem aderido à ideia.
Universidades americanas estão aumentando seus cursos on-line para atrair estudantes do mundo todo. Novos empreendimentos, como a Udemy, ajudam professores a formatarem cursos a distância. Harvard e o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) forneceram US$ 30 milhões cada para a criação do edX. Outra empresa nascida de Stanford, a Udacity, atraiu mais de um milhão de estudantes para seus cursos on-line abertos em massa (em inglês, Moocs), juntamente com US$ 15 milhões em financiamento.
Tudo isso poderia se somar ao ensino do ensino superior –se alguém conseguir imaginar como ganhar dinheiro.
A Coursera cresceu em velocidade vertiginosa e se transformou na atual líder do setor, mas não há garantias de que ela manterá sua posição no crescente mercado de tecnologia de educação.
“Ninguém ainda tem o modelo que vai funcionar”, diz James Grimmelmann, professor da Escola de Direito de Nova York, especializado em lei de internet e informática. “Eu espero que todos os atuais empreendimentos fracassem, porque as expectativas são altas demais. As pessoas acham que algo vai pegar. Mas é mais provável que levará uma década até que alguém descubra como fazê-lo e ganhar dinheiro.”
Mas Koller e Ng proclamam um desejo de manter os cursos disponíveis gratuitamente para estudantes pobres do mundo. A educação, eles dizem repetidamente, deve ser um direito, não um privilégio. E até mesmo aqueles que apoiam o empreendimento dizem que os lucros podem esperar.
“A monetização não é o objetivo mais importante para esse negócio a essa altura”, comenta Scott Sandell, um dos financiadores da Coursera e sócio-geral da New Enterprise Associates. “O que importa é que a Coursera está acumulando rapidamente um corpo de conteúdo de alta qualidade que pode muito bem ser atraente para universidades que desejam licenciá-lo para uso próprio. Nós investimos com uma mentalidade de longo prazo, e o período de gestação das melhores empresas é de pelo menos dez anos.”
“Nós ganharemos dinheiro quando a Coursera ganhar dinheiro”, fala Peter Lange, reitor da Universidade Duke, um dos parceiros da Coursera. “Eu não acho que demorará muito tempo. Nós não queremos cometer o erro cometido pelos jornais, de dar o produto de graça on-line por tempo demais.”
No momento, a fonte de receita mais promissora da Coursera é o pagamento de taxas de licenciamento por outras instituições de ensino, que desejam usar as classes da Coursera, seja como um “curso pronto” ou com videoaulas às quais os estudantes possam assistir antes de ir à sala de aula.

Validação de cursos

Koller também tem muitas outras ideias. Ela planeja cobrar US$ 20, ou talvez US$ 50, pelos certificados de conclusão. E sua empresa, assim como a Udacity, começa a cobrar de empregadores, como o Facebook e o Twitter, pelo acesso aos estudantes de melhor desempenho, iniciando por aqueles que estudam engenharia de software.
Recentemente, Koller ficou empolgada com uma notícia que estava prestes a anunciar: o campus de Los Angeles da Universidade Antioch concordou em oferecer crédito aos seus alunos por concluírem com sucesso dois cursos da Coursera, Poesia Americana Moderna e Contemporânea e Mitologia Greco-Romana, ambos lecionados por professores da Universidade da Pensilvânia.
A Antioch seria a primeira universidade a pagar uma taxa de licenciamento –Koller não divulga quanto– para oferecer os cursos aos seus alunos por um preço mais baixo que qualquer campus público no Estado. “Nós achamos que esse modelo vai se espalhar, ajudando as instituições acadêmicas a oferecerem aos seus alunos um ensino melhor por um preço mais baixo”, opina.
A Coursera anunciou recentemente outra rota para ajudar os estudantes a receberem crédito por seus cursos –e gerar receita. A empresa negociou para que o Conselho Americano de Educação, a entidade que representa as escolas de ensino superior, faça com que especialistas avaliem se vários cursos são dignos de transferência de créditos. Se os especialistas disserem que sim, os estudantes que completarem com sucesso esses cursos poderiam realizar uma prova, pagar uma taxa, e receber um crédito do conselho, uma certificação já aceita por 2.000 universidades.

Cliques

Segundo os contratos da Coursera, a empresa fica com grande parte da receita; as universidades recebem de 6% a 15% da receita e 20% do lucro bruto. Os contratos descrevem várias possibilidades de monetização: cobrança por extras, como manual ou aulas particulares (permanece um pergunta sem resposta se e como as universidades parceiras dividirão a receita com os professores que desenvolvem os cursos on-line; alguns professores dizem que a tarefa equivale a escrever um livro didático e, portanto, merecedora de remuneração semelhante).
Uma receita minúscula entra por uma parceria com a Amazon. Ela recebe uma pequena comissão toda vez que os alunos da Coursera clicam, por meio do site, e compram livros recomendados ou qualquer outro produto na Amazon.
“São apenas poucos mil, mas é nossa primeira receita”, explica Koller. “Quando um professor recomenda um livro e as pessoas o compram na Amazon, nós recebemos dinheiro. O engraçado é que recebemos quase o dobro de dinheiro por coisas como jaquetas dos Texas Rangers do que por livros de ensino.”
Outras possibilidades analisadas incluem a cobrança de uma taxa de assinatura, após o término de um curso, para permanência no fórum de discussão como uma comunidade de internet, ou talvez oferecendo cursos adicionais, de novo por uma taxa. Propagandas no site continuam sendo uma possibilidade.
Como o acordo com a Antioch, algumas tentativas tiveram um início lento. A Universidade de Washington já ofereceu crédito pago por alguns poucos cursos da Coursera. Enquanto milhares de estudantes se matricularam na versão gratuita, apenas um punhado optou pela opção paga, que rende crédito. Mas o vice-reitor, David P. Szatmary, justificou que parte do problema foi a opção de crédito ter sido postada apenas pouco depois do início do curso, quando a maioria dos alunos já tinha se matriculado gratuitamente.
“Vamos tentar de novo. Achamos que, se nossos alunos souberem da possibilidade de obter direito ao crédito, eles poderão se mostrar dispostos a pagar uma taxa e ter seu próprio fórum de discussão, um instrutor que os oriente ao longo do curso e algumas leituras e projetos adicionais.”

Porta para o ensino superior

Os cofundadores da Coursera descrevem os cursos on-line gratuitos como a porta de acesso ao ensino superior para qualquer um com conexão de internet. Muitos educadores preveem que grande parte da receita dos Moocs virá de cursos complementares licenciados e de cursos introdutórios em matérias como economia e estatística, duas categorias de cursos que contam com centenas de milhares de estudantes matriculados por ano.
Apesar de menos de 10% dos estudantes de Moocs concluírem os cursos nos quais se matriculam por conta própria, muitos especialistas acreditam que a combinação de materiais de Moocs com apoio de um professor ou professor-assistente pode aumentar as taxas de conclusão.
Mas até mesmo Koller não sabe ao certo sobre o futuro dos Moocs e de sua empresa. “Há um ano, eu não poderia imaginar que estaríamos onde estamos agora”, ela disse. “Quem sabe onde estaremos daqui cinco anos?”

*Texto de “The New York Times”; tradução de George El Khouri Andolfato

Alunos reclamam de qualidade e atendimento de cursos EAD

Atrasos no recebimento de apostilas impressas, na divulgação de notas de provas e até na expedição do diploma de conclusão de curso estão entre as reclamações de alunos de cursos de educação a distância (EAD), que também incluem demora no retorno dos coordenadores e falta de soluções. Em portais destinados a reclamações de consumidores, essas instituições acumulam listas de protestos. O foco dos problemas, segundo a Associação Brasileira dos Estudantes de Educação a Distância (ABE-EAD), está no atendimento, e há casos que precisariam de maior intervenção do Ministério da Educação (MEC).

O setor de EAD registrou um crescimento bastante sensível na última década. Em 2000, o número de matrículas era de 5.287; já em 2011, passou para 992.927. Hoje, 142 instituições (públicas e privadas) estão credenciadas, com 1.044 cursos de graduação. Mas o boom não foi acompanhado, necessariamente, pela qualidade.

O líder de reclamações é o atendimento, que tem mais impacto sobre o aluno, comenta o presidente da ABE-EAD, Ricardo Holz. “O aluno depende da internet ou do 0800. Ele não está na aula para conversar pessoalmente”, explica. No Brasil, para iniciar o funcionamento de um curso a distância, a instituição deve ter a uma autorização fornecida após visita de agentes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O reconhecimento do curso, condição para emissão de diploma, é feito pelo MEC quando se atinge entre 50% e 75% da carga horária. Só em 15 de fevereiro deste ano, o ministério reconheceu 30 novos cursos de EAD.

Formado em Administração, Douglas Souza Barachati, 37 anos, buscava uma segunda graduação, desta vez na área em que trabalhava: contabilidade. Por falta de tempo, buscou um curso a distância em uma instituição com polo na cidade onde mora, São José dos Campos. Em 2011, começou a estudar Ciências Contábeis na Universidade Paulista (Unip), que oferece EAD por meio da Unip Interativa. Mas enfrentou dificuldades desde o início do curso.

Embora tenha direito tanto ao material online quanto ao impresso, a apostila só costuma chegar ao polo quando a disciplina termina, afirma Barachati. “Teve semestre em que eu tive três matérias e até hoje não tenho nenhuma apostila”, protesta. Em comunicado, a instituição informa que está trabalhando para aprimorar procedimentos de produção e distribuição. Mesmo que o conteúdo esteja online, Barachati vê na apostila um apoio importante para as videoaulas, por isso adotou como saída imprimir os arquivos – que podem ter mais de cem páginas.

Outro problema está na divulgação dos gabaritos das provas e das notas. Barachati já fez exame no fim do semestre sem saber se havia sido reprovado ou não e, consequentemente, se precisaria ter realmente feito a prova. Isso porque gabaritos e notas não haviam sido postados na internet pelos professores no prazo correto. No primeiro semestre, ele diz que foi orientado a prestar o exame, para prevenir uma reprovação. Naquela vez, seguiu a dica, mas ao ver o problema se repetir no segundo semestre, reivindicou as notas e uma nova data para realizar a recuperação. “Comecei a ver que era uma coisa frequente”, diz. A Unip Interativa alega que, por uma exigência do MEC, a correção das provas deve ser feita na matriz em São Paulo, o que teria provocado atrasos na divulgação das notas, problema que vem sendo resolvido.

Sem diploma e sem direito de lecionar

A paulistana Carollina Tonini Mazzoni, 32 anos, já é formada – mas só na prática. Em junho de 2011, ela terminou o curso de Letras com habilitação em Português e Espanhol pela Universidade do Tocantins (Unitins), e até hoje não recebeu o diploma. Depois de substituir uma professora de espanhol em licença maternidade no Colégio Gabriel Piza, em São Paulo (onde hoje trabalha como secretária escolar), ela teve a oportunidade de assumir a titularidade da disciplina. Só que seu histórico escolar, que serviu de comprovação de conclusão para o período provisório na escola, não foi mais aceito. Sem o diploma, perdeu a vaga. “Paguei a faculdade inteira e não posso dar aula. Não posso exercer a profissão”, lamenta.

Na época em que a Unitins oferecia o serviço com a EADCon, notas de Carolina apareciam e sumiam de sua página. A gota d’água foi no último semestre, quando afirma que apareceram em seu histórico disciplinas em que teria sido reprovada por não ter prestado a prova. “Absurdo, porque eu já tinha feito”, contesta. Ela diz ainda que foi reprovada até em matérias que não tinha cursado e não pertenciam ao currículo. Em nota, a Pró-reitoria de Graduação da Unitins rebate que a aluna só tinha matrícula regular até o 6º período, reprovada em 16 disciplinas. A instituição acrescenta que o último semestre dos sete não foi cursado. A Unitins informa, ainda, que os cartões-resposta das provas foram enviados à universidade sem guia de remessa e autenticação em cartório, o que invalidou as notas obtidas. A aluna pensa em recorrer à justiça.

Segundo a diretora de atendimento do Procon de São Paulo, Selma do Amaral, o contrato entre a instituição de ensino e o aluno configura uma relação de consumo, e o serviço deve ser prestado de acordo com as normas do MEC. “Se houver algum descumprimento, esse aluno pode se utilizar do Código de Defesa do Consumidor”, observa.

Reclamações se estendem à qualidade dos vídeos

Nos sites dedicados a receber reclamações de consumidores, outras instituições inspiram reivindicações. No Reclame Aqui, por exemplo, os cursos EAD oferecidos pela Universidade Estácio de Sá motivam protestos em relação aos vídeos. Em comunicado, a instituição informa que modificou o sistema do ambiente virtual e passou a enviar as videoaulas pré-gravadas em vez de transmiti-las ao vivo, melhorando a qualidade.

Nos casos de prazo para postagem das notas, a Estácio informa que as provas são realizadas em computadores, e a correção ocorre de acordo com o calendário acadêmico estabelecido. Já os problemas de entrega de material, segundo a instituição, podem ter origem em eventuais atrasos na matrícula ou até em greves dos Correios. De qualquer forma, as apostilas são disponibilizadas 48 horas após a matrícula.

Ranking avalia a qualidade do EAD no Brasil

A ABE-EAD divulgou, em outubro de 2012, a última edição do ranking das instituições que oferecem educação a distância. São listadas todas as 66 credenciadas junto ao MEC (as públicas estão reunidas no título de Universidade Aberta do Brasil, a UAB). Ao todo, quase 16 mil alunos responderam a um questionário, aplicado entre maio e setembro de 2012. Segundo Holz, presidente da entidade, a maior parte dos estabelecimentos obteve nota 4 ou 5 em uma escala que vai de 0 a 5 – outras 10 obtiveram índice 3 e apenas uma ficou com nota 2. O desempenho é considerado bom. “A maior parte é de qualidade”, afirma.

São essas instituições que levaram a funcionária pública Deyse Ouro, 29 anos, a se matricular no curso de Serviço Social na Anhanguera Uniban. Para realizar o sonho de ter uma graduação, o tempo era um dos grandes obstáculos. “Eu gasto no mínimo uma hora para chegar até a faculdade. Optei por realizar esse trajeto apenas duas vezes por semana e investir o restante do tempo em meus estudos”, afirma. Com a ferramenta, Dayse comenta que alguns alunos tiveram dificuldade no acesso no início do curso por conta de um problema com as senhas, mas nada que pudesse atrapalhar os estudos. “Dá para rever as aulas quantas vezes for necessário, os trabalhos são postados online”, enumera as vantagens. Além disso, há o fator financeiro, com a mensalidade mais barata do que nas universidades presenciais.

No levantamento anterior, em 2011, uma instituição obteve nota 1 e outras sete ficaram com conceito 2 (entre elas a Unip Interativa, que em 2012 foi conceituada com nota 3). No ranking do ano passado, apenas a Universidade Cidade de São Paulo (Unicid) manteve o mau desempenho e ficou com índice 2. A Unicid informa que, desde agosto de 2012, tem uma equipe destinada a identificar possíveis fraquezas e promover melhorias no ensino. A instituição alega ainda que o resultado da pesquisa não reflete o atual momento do serviço prestado.

Ainda assim, o presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), Fredric Michael Litto, defende mais rigor na atuação do MEC na fiscalização dos cursos e a necessidade de um trabalho em conjunto das entidades e do ministério para a proposição solucionar os problemas. Ele também relata que, no geral, as instituições de educação a distância que oferecem um serviço de qualidade estão em maior número.

Fonte: Terra

 

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Uso de tecnologia em sala de aula aumenta o rendimento dos alunos

Estudo da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) relaciona tecnologia e desempenho escolar. Resultados apontam melhora de 32% no rendimento dos estudantes

Uma pesquisa realizada pelo núcleo de ensino da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) mostrou que o uso de ferramentas tecnológicas educativas melhoram em 32% o rendimento dos estudantes em matemática e física em comparação aos conteúdos trabalhados de forma expositiva em sala de aula. O estudo Objetos de Aprendizagem em Sala de Aula: Recursos, Metodologias e Estratégias para a Melhora da Qualidade de Ensino foi desenvolvido durante dois anos e avaliou o desempenho de 400 alunos de oito turmas de 2º e 3º anos da escola estadual Bento de Abreu, em Araraquara, no interior de São Paulo.

Segundo informações do portal Porvir, as aulas foram divididas entre expositivas e atividades que contavam com o que a pesquisa chama de objetos de aprendizagem, ou seja, recursos tecnológicos que permitem a interação com o conteúdo, como animações, simulações e jogos. Um desses games, por exemplo, ensinava análise combinatória. Nele, os alunos precisavam analisar quantas possibilidades de roupa Susana, a bonequinha animada, poderia usar para ir à balada. Já em outro, usavam o jogo para organizar diferentes times de futebol para aprender sobre arranjo.

Diante da experiência, o estudo mostrou que os estudantes com menor desempenho em sala de aula obtiveram maior rendimento com o uso das ferramentas tecnológicas. Aqueles com média cinco, ou abaixo desse valor, melhoraram em 51% seu desempenho em física e matemática. Já aqueles com média acima de cinco, obtiveram um ganho médio de 13%.

Ao todo, foram trabalhadas cerca de 20 ferramentas tecnológicas nas aulas. Algumas delas, foram criadas pelo núcleo de ensino da Unesp. Porém, a maioria, foi aproveitada de repositórios educativos locais, como o BIOE (Banco Internacional de Objetos Educacionais) e Rived, programa da SEED (Secretaria de Educação a Distância) ou traduzidas de repositórios internacionais.

Próxima etapa

Por conta dos bons resultados, neste ano terá início uma versão mais ampla do projeto, que agora passa a ser apoiado com recursos financeiros da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). O número de alunos atingidos subirá para 600 e a pesquisa contemplará os três anos do ensino médio. Também será expandida a quantidade de disciplinas: além de matemática e física, os professores usarão as ferramentas em português, química e filosofia.

Diferentemente da versão anterior, os alunos não vão mais precisar se deslocar ao laboratório de informática. Serão fornecidos 35 notebooks para que as atividades sejam realizadas dentro da sala de aula.

Outro diferencial desta nova fase será a capacitação dos professores e a entrega de bolsas-auxílio aos seis professores participantes do projeto – diferentemente da primeira etapa, em que não contavam com nenhuma espécie de formação ou pagamento. Ao longo do ano, serão oferecidas seis capacitações sobre o uso de notebooks na sala de aula, o que são os objetos de aprendizagem e como utilizá-los em cada uma das áreas. Para dar sustentabilidade à iniciativa, também serão criados roteiros (do professor e do aluno) para orientar os professores interessados em replicar a metodologia.



Macmillan investe em portal de Educação a Distância

Veduca recebe aporte de gigante do mercado editorial de olho na nova versão da plataforma


O portal de educação Veduca, que reúne cerca de 5,3 mil videoaulas de algumas das melhores universidades do mundo, receberá um aporte de R$ 1,5 milhão do grupo editorial Macmillan e dos fundos de investimento Mountain do Brasil e 500 Startups.

O investimento marca a entrada da Macmillan no setor de educação a distância na América Latina, diz o sócio-fundador do Veduca Carlos Souza, de 32 anos.

Para o executivo, a parceria com o grupo editorial “confere credibilidade e abre oportunidades” para o Veduca. “Facilita o contato com instituições de ensino superior de fora do País que já são clientes da Macmillan.”

Este meio de campo será fundamental para o Veduca. A partir de março, quando a empresa completa seu primeiro aniversário, o portal vai oferecer cursos com certificação elaborados em conjunto com professores universitários. “Além das aulas, o aluno terá uma série de recursos para testar conhecimentos, como quizzes e fóruns de discussão”, afirma Souza.

A mudança será acompanhada por uma repaginada no visual do site. Hoje o Veduca tem aulas de 14 instituições, entre elas as americanas Harvard e Stanford e as três universidades estaduais paulistas (USP, Unesp e Unicamp). O portal também reúne palestras gravadas em conferências do TED.

Os 251 cursos online e gratuitos disponíveis atualmente estão organizados em 21 áreas do conhecimento que cobrem toda a gama de assuntos do ensino superior. Até o momento, 300 vídeos já foram legendados para o português por uma equipe de tradutores e colaboradores voluntários. “Qualquer pessoa que saiba inglês pode ajudar”, diz Souza.

O portal já registrou 1,3 milhão de visitantes. “Queremos democratizar o acesso à educação de alta qualidade no Brasil.”


Apenas 13 cursos de graduação a distância têm nota máxima do MEC

Dos 1.207 cursos de graduação a distância registrados no MEC (Ministério da Educação), somente 13 são considerados de excelência.
Foram considerados os que obtiveram nota máxima 5 nos índices CPC (Conceito Preliminar do Curso), baseado na avaliação de documentos, e CC (Conceito de Curso), definido após avaliação in loco do curso por uma comissão do MEC.
O sistema de pontuação é em ordem decrescente e dividido em cinco classificações: excelente (5), muito bom (4), suficiente (3). Cursos com nota abaixo de 3 são reprovados pelo MEC.
Atualmente há 89 cursos EAD com nota 4 e 160 com nota 3. Outros 60 cursos foram reprovados pela avaliação do ministério.
Veja esta artigo da professora Cristiane Koehler (PGIE / UFRGS) relacionado a esta matéria.
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Veja abaixo os cursos à distância com nota máxima no MEC:
  • Administração - UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)
  • Administração - UnB (Universidade de Brasília)
  • Ciências - USP (Universidade de São Paulo)
  • Gestão Comercial - Unesc (Universidade do Extremo Sul Catarinense)
  • Gestão de Micro e Pequenas Empresas - UNISUL (Universidade do Sul de Santa Catarina)
  • Gestão da Tecnologia da Informação - UPF (Universidade de Passo Fundo)
  • História - PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro)
  • Letras - UFSM (Universidade Federal de Santa Maria)
  • Música - UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
  • Pedagogia - UFScar (Universidade Federal de São Carlos)
  • Processos Gerenciais - Ebape (Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas)
  • Sistemas de Computação - UFF (Universidade Federal Fluminense)
  • Teologia - Umesp (Universidade Metodista de São Paulo)
Os critérios de avaliação levam em conta a proposta educacional de ensino e aprendizagem, os sistemas de comunicação, material didático, avaliação, equipe multidisciplinar, infraestrutura de apoio, gestão acadêmico-administrativa e sustentabilidade financeira. O Enade (Exame Nacional dos Estudantes) também é considerado na avaliação do governo.

Sem notas

A maioria dos cursos de graduação a distância autorizados pelo MEC ainda não têm suas notas divulgadas: 885. De acordo com o ministério, a falta de notas pode ter origem pelo processo de reconhecimento do curso (ou sua renovação) estar tramitando ou interposição e recurso pelas instituições de ensino.
Para Renato Bulcão, conselheiro da Abed (Associação Brasileira de Ensino a Distância), o número baixo de cursos considerados dentro dos padrões de qualidade é compreensível. “O processo de avaliação do MEC funciona, mas é lento e demorado. Por isso a lista sai com essa aparente distorção.”
A regulação dos cursos superiores a distância segue dinâmica semelhante àquela dos cursos presenciais.
Para iniciar a oferta de um curso superior na modalidade a distância, a instituição precisa ser credenciada pelo MEC para essa finalidade e ter seu curso autorizado (no caso das faculdades, já que universidades e centros universitários têm autonomia).

Diplomas válidos

O diploma universitário só terá validade no Brasil se o curso for reconhecido pelo MEC. O reconhecimento só é dado após o resultado da avaliação feita quando a primeira turma do novo curso completa entre 50% e 75% de sua carga horária.
A checagem é feita no sistema online, em “consulta interativa”, preenchendo-se o curso e o município da escola.
Para saber as notas das instituições, o modo mais rápido é a “opção avançada”. Após selecionar “curso”, “distância” e “em atividade”, o programa fornece o resultado para ser visualizado em pdf ou excel.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

MBA a distância – 40 mil alunos

Programas de aprimoramento profissional online permitem aos executivos aliar a rotina atribulada com a qualidade de vida.

Com uma agenda cheia em que é preciso caber as tarefas do dia a dia no trabalho, viagens profissionais e vida pessoal, sobra muito pouco tempo para o executivo investir no aprimoramento de sua educação. Por isso, o ensino a distância (EAD) tem sido uma opção cada vez mais procurada. Nos últimos cinco anos, o mercado de MBA a distância tem crescido a uma média de 40% ao ano no Brasil. “O preconceito está diminuindo, pois estamos provando que a qualidade do MBA a distância é a mesma do modelo presencial.

 Com a vantagem de contribuir para a qualidade de vida do executivo”, diz David Forli, vice-coordenador-executivo do programa de ensino a distância da USP. Desde 2011, a USP oferece o MBA Gestão Estratégica a distância. O curso tem 360 horas de carga horária e provas presenciais (exigência do MEC) em 12 Estados brasileiros. Segundo Forli, o ponto alto do curso são as aulas ao vivo. “Além disso, os alunos fazem debates nos fóruns e têm suas dúvidas respondidas pelo professor ou pela equipe de tutores que acompanha o grupo”, explica Forli. Para entrar no curso há uma seleção rigorosa; de cada quatro candidatos, apenas um entra.

Não há dados específicos sobre MBAs, mas, segundo o Instituto de Ensino Superior (Inep), as matrículas em cursos a distância passaram de 0,4% em 2001 para 11,2% em 2010. E um dos melhores termômetros para avaliar a eficácia de um serviço é saber quem o oferece. A Fundação Getulio Vargas (FGV), uma das mais conceituadas instituições de ensino do País, criou até uma área específica, o FGV Online, para atuar no segmento de ensino a distância. Desde 2003, ela oferece cursos de MBA a distância. A Fundação Getulio Vargas possui dez programas diferentes de MBA online com quatro encontros presenciais, que podem ser realizados nas unidades de São Paulo ou do Rio de Janeiro. Os cursos são voltados para as áreas de administração de empresas com ênfase em gestão, administração para meio ambiente, administração para recursos humanos, marketing, finanças, finanças para controladoria e auditoria, finanças para gestão de investimentos, construção civil, gestão pública e gestão com business law. Os MBAs online têm carga horária de 410 horas/aula em média, com duração de 22 meses. “O MBA a distância é para aquele aluno que tem muita vontade e disciplina, pois exige empenho e dedicação”, afirma Stavros Xanthopoylos, diretor-executivo do FGV Online.

Desde 2009, o Ibmec oferece MBA Executivo Online: aulas com conhecimentos para engenharia, administração de empresas, economia e marketing. Os alunos devem ter concluído a graduação há, no mínimo, três anos e contabilizar cinco anos de experiência de mercado. Desde sua inauguração, a área online do Ibmec cresce a uma média de 30% ao ano. “A necessidade de qualificação junto com a falta de tempo faz do online uma opção cada vez mais procurada por altos executivos que passam uma parte do tempo viajando pelo mundo”, afirma Vladimir Gonçalves, coordenador acadêmico de EAD do Ibmec.

 Segundo ele, cresce também o número de empresas que buscam esse formato educacional para seus executivos. Gonçalves calcula que existam cerca de 40 mil alunos fazendo MBAs a distancia hoje no Brasil.

A Unopar, a maior instituição de ensino superior na modalidade a distância no Brasil, que pertence ao grupo educacional Kroton, possui 20 cursos a distancia de pós-graduação lato sensu, sendo oito MBAs. Entre eles há o MBA Executivo em Negócios, o MBA de Gestão de Pessoas, o MBA em Marketing e o MBA de Gestão Financeira, entre outros. “Na educação a distância, os alunos têm apoio tutorial, materiais didáticos diversos e podem rever aulas e conteúdos a qualquer momento em que tiver necessidade, além de acesso a livros eletrônicos, o que muitas vezes não ocorre em cursos presenciais. Ao contrário do que se pensa, o ensino a distância exige muito mais organização e responsabilidade dos estudantes”, afirma a diretora de Ensino a Distância da Kroton, Elisa Maria Assis.



quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Sites vendem diplomas falsos de universidades

Fraudadores prometem entregar certificados com suposto reconhecimento do Ministério da Educação em 10 dias.

Diplomas falsificados de nível superior estão sendo vendidos livremente na internet. A compra pode ser feita por qualquer pessoa – até mesmo por quem nunca cursou uma universidade. Os supostos comerciantes oferecem até certificados da área médica. Um diploma de Enfermagem, por exemplo, custa R$ 6 mil.
Em diversos sites, falsificadores prometem entregar os diplomas de curso superior em prazos de até dez dias. Dizem também que o documento entregue terá um suposto reconhecimento do Ministério da Educação (MEC) e será oficializado, com a publicação no Diário Oficial da União (DOU).

Sem saber que se tratava de uma reportagem, um atendente do site Sucesso Corp., explicou por telefone como funciona o esquema ilegal à Rádio Estadão. É preciso enviar documentos à faculdade indicada pelo negociador e pagar 60% do valor, como sinal. Por um diploma de Pedagogia, ele cobrou R$ 4,5 mil.
“Tudo legalizado em 15 dias. Reconhecido e publicado”, afirmou. “Você vai escanear os documentos e mandar por e-mail para lá. Eles vão fazer o encaixe e mandar para o MEC. Em dois ou três dias, o MEC deu OK. Você faz 60%. Mais oito dias, sai a publicação e eu mando levar.”

Identificando-se como Marcos, o atendente também disse que há a possibilidade de o comprador escolher a universidade pela qual o documento falso será emitido. “De repente, eu posso conseguir na (faculdade) que você pretende. Como posso conseguir outra”, disse.

Em outro portal de compras e vendas, um atendente ofereceu os serviços com a promessa de entregar diplomas em todo o País. Também por telefone, o infrator garantiu à reportagem a autenticidade do diploma e disse conseguir um número de registro que dá acesso exclusivo ao histórico escolar de um aluno desistente do curso pretendido.

O homem chegou a oferecer a emissão do diploma por duas instituições de ensino superior de São Paulo. “Aí em São Paulo tem a Presbiteriana (Mackenzie) e, se for o caso, consigo pra você na Unip”, disse.
“O diploma é reconhecido e registrado e tem até o RA. Você vai poder checar dentro da própria instituição a autenticidade do que você está comprando. Tem muita gente que te vende um pedaço de papel e você não pode averiguar nada”, continuou.

Questionado se havia riscos no esquema, ele garantiu que não: “Não vai ter. Se der problema para você, com certeza eles vão chegar até mim”.

Máfia


Questionado sobre o caso, o diretor jurídico da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior, José Roberto Covac, levantou a hipótese de que diplomas originais estejam sendo usados no esquema fraudulento e de que haja envolvimento de funcionários das universidades.

Quem assina o diploma é o reitor. Quando a universidade faz o registro do diploma, ela verifica todo o registro acadêmico do aluno. Parece que há uma máfia e que alguém de dentro da universidade está fabricando documentação e registro. E o reitor acaba até assinando o diploma sem ter conhecimento”, disse.

A Universidade Presbiteriana Mackenzie afirmou por nota que repudia a comercialização de diplomas. A instituição diz que o processo seria “praticamente impossível de ser realizado dentro da universidade”, por causa do número de setores e profissionais envolvidos na diplomação dos alunos.

Também citada pelo fraudador, a Universidade Paulista (Unip) afirmou que “os sistemas adotados pela instituição inviabilizam o esquema de confecção de diplomas a não formandos”. A Unip disse que pretende procurar a Polícia Civil para requerer a instauração de um inquérito para investigar a identidade de possíveis criminosos e a forma de atuação deles.

Nesta segunda-feira, o MEC encaminhou nota em que informa que, apesar da emissão de diploma ser de responsabilidade de universidades, acompanha todas as denúncias de irregularidades e encaminha para a Polícia Federal. Segundo a assessoria do ministério, a secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior encaminhou no dia No dia 25 de outubro de 2012 ofício ao diretor-geral do Departamento de Polícia Federal, informando que após uma varredura em sites de busca na internet deparou-se com diversos anúncios de venda de diploma de cursos. No documento, o MEC solicita à Polícia Federal providências na área criminal, punição dos responsáveis, retirada de sites e anúncios sobre o tema.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Professor deve ajudar aluno a ser autodidata

Dos três adjetivos associados à sua pessoa – visionário, inventivo e futurista -, talvez o primeiro seja o mais adequado para descrever o norte-americano Marc Prensky, especialista em educação e em tecnologia. Prensky é conhecido pela criação dos termos `nativos digitais`, geração que nasceu durante a era digital, e `imigrantes digitais`, aqueles que nasceram antes da explosão digital.

Autor de livros premiados, como o Não me atrapalhe, mãe! Estou aprendendo e Aprendizagem baseada em jogos digitais, Prensky deve lançar no fim do ano sua sexta obra, que vai discutir a reformulação dos currículos ao propor mais ênfase à abordagem de habilidades voltadas ao estímulo do senso crítico, aprofundamento do pensamento, sociabilidade e relacionamento humano.

A convite da Fundação Telefônica Vivo, o escritor fará uma palestra na Campus Party 2013 (evento de inovação tecnológica) amanhã, em São Paulo. Na quinta-feira, Prensky conversou com o Estado por telefone de sua casa em Nova York.

Como o avanço da tecnologia agrava as dificuldades da educação hoje no mundo?

Marc Prensky – A educação formal que oferecemos não é muito boa, independentemente do lugar ou da rede de ensino. Isso porque vivemos num momento onde o tempo é cada vez mais acelerado, cheio de incertezas, complexidades. A educação que nós oferecemos às nossas crianças ainda é a mesma que era oferecida no século passado.

Como adaptar a escola ao novo contexto tecnológico?

Marc Prensky – A forma como os professores ensinam é a mesma. Eles ficam em pé na frente dos alunos e apenas falam, enquanto os estudantes apenas escutam, quando escutam, e fazem anotações. São métodos velhos. O melhor método é único, é o da parceria. E há várias formas de se alcançar bons resultados quando professores e alunos trabalham como parceiros. Estudantes podem fazer suas atividades e o professor deveria estar presente como um guia, uma espécie de técnico esportivo. Essa mudança conceitual é uma forma pedagógica que está mais relacionada a esse novo contexto.

Mas como se daria efetivamente essa parceria?

Marc Prensky – Professores e alunos devem conversar. Não sobre notas, mas sobre quem eles são. E como eles fazem as coisas que fazem. Isso é a principal coisa que falta. Eles acham que são dois grupos diferentes. Eles devem se enxergar como parceiros. Como pessoas que estão trabalhando juntas buscando resolver problemas comuns. Professores precisam conhecer as paixões dos estudantes, a maneira como eles pensam e como eles aprendem. E estudantes precisam saber mais sobre os seus professores. O que eles estão tentando fazer, quais são os seus objetivos. Esse relacionamento pode continuar formal, mas numa maneira menos distante.

O senhor propõe uma revolução nos métodos educacionais?

Marc Prensky – Eu não gosto de falar em revolução. Eu prefiro falar em adaptação a um novo contexto. O aspecto tradicional da escola deve ser preservado, mas ela deve ter como norte a preparação dos alunos para o mundo.

É onde entra a tecnologia?

Marc Prensky – Parte dessa adaptação deve ser feita com a tecnologia, porque as crianças vivem na era da tecnologia. Mas isso é apenas uma parte da questão. Nós devemos deixar os estudantes fazerem coisas úteis, devem pesquisar assuntos que serão discutidos em sala, utilizando cada vez mais a tecnologia. E a função do professor seria responder às dúvidas. A outra parte tem a ver com a maneira como ensinamos. O que ensinamos para as crianças é Matemática, Línguas, Ciência e Estudos Sociais e isso não é o que deveríamos ensinar pensando no futuro.

Deveríamos reformular o currículo então?

Marc Prensky – Sim, nós temos que mesclar as disciplinas. Mas o que eu proponho vai além disso. Nós deveríamos ensinar numa lógica de aprofundamento de habilidades de análise, pensamento, discussão, sociabilidade e relacionamento humano.

Como deve ser a postura do professor?

Marc Prensky – Os professores devem ser como técnicos esportivos. Eles devem ser bons em fazer com que os jogadores sejam bons. O professor deve trabalhar como se fosse um guia que incentiva o aluno a ser mais autodidata.

Os professores devem ser mais tecnológicos?

Marc Prensky – Os professores não deveriam nem se aproximar da tecnologia, porque a função do professor é observar o que os estudantes fazem e ter certeza de que o que eles estão fazendo é de boa qualidade. Eles devem saber apenas as possibilidades que a tecnologia pode oferecer.

Os professores não precisariam nem se familiarizar com o assunto?

Marc Prensky – Eles devem saber que é possível que os estudantes possam se comunicar bem através de um vídeo, e a partir daí avaliar a qualidade do material produzido. Ou seja, os professores não precisam ficar preocupados com a tecnologia. Agora, existe algo que é muito estúpido. Os professores dizem: agora nós todos iremos criar uma apresentação em power point juntos. O que os professores deveriam dizer é que todos precisariam apresentar alguma coisa sobre o conteúdo específico, usando a ferramenta que eles quiserem.

Então como tornar a escola mais atraente?

Marc Prensky – Aumentaríamos o interesse de alunos se mostrássemos a eles porque estamos ensinando o que ensinamos e para quê serve tudo isso. Não damos respostas aos alunos que perguntam porque estamos aprendendo equação quadrática ou porque eles deveriam estudar, em detalhes, a história da Grécia.

Você é um entusiasta dos cursos online, como os do educador Salman Khan, que viraram uma febre na internet?

Marc Prensky – As crianças deveriam ter acesso a cursos online. Mas acho que são velhos métodos em novos formatos. A velha educação apresentada de uma maneira online. Se você quiser promover essa velha educação, tudo bem. Mas se você acha que esse método defasado é ruim, então, fazê-las num formato moderno não adicionada nada. As pessoas ainda tentam consertar um sistema defasado de maneiras diferentes como essa.

QUEM É

O nova-iorquino Marc Prensky, de 67 anos, é considerado um dos maiores especialistas na aplicação de tecnologias nas áreas de educação. Ele é formado em Matemática e Francês com especializações pelas universidades de Yale e pela Escola de Negócios de Harvard. Com passagem por Wall Street, é também criador do site Spree Games e presidente da Game2Train, que utiliza jogos no processo de aprendizagem.

Fonte: Estadão

RIO INAUGURA ESCOLA SEM SALAS, TURMAS OU SÉRIES

Ginásio Experimental de Novas Tecnologias (o Gente) contemplará 180 crianças e jovens da Rocinha. Alunos serão agrupados em equipes de seis membros, chamadas de “famílias”, independentemente de sua série de origem

O Rio de Janeiro começa, nas próximas semanas, a experimentar um novo tipo de escola. Nada de séries, salas de aula com carteiras enfileiradas e crianças ordenadamente caminhando pelo espaço comum. A aposta para dar a 180 crianças e jovens da Rocinha uma educação mais alinhada com o século 21 é o Gente, acrônimo para Ginásio Experimental de Novas Tecnologias, na escola Municipal André Urani. O espaço, que acaba de ser totalmente reformulado para comportar a nova proposta, perdeu paredes, lousas, mesas individuais e professores tradicionais e ganhou grandes salões, tablets, “famílias”, times e mentores.

Não houve pré-seleção. Os alunos que farão parte dessa nova metodologia já são os matriculados na escola antes da reforma. Mas agora as antigas séries serão extintas e não haverá mais as salas de aula tradicionais, com espaço para 30 e poucos alunos. Em vez disso, os jovens – que estariam entre o 7º e 9º anos – serão agrupados em equipes de seis membros, chamadas de “famílias”, independentemente de sua série de origem. A formação das famílias ocorrerá em parte por afinidade, a partir da escolha dos próprios membros, e em parte a pelo diagnóstico de habilidades ao qual os alunos se submeterão no início do ano letivo.

Essa avaliação, que ocorre assim que eles chegarem ao Gente, pretende fazer um raio-x do estado da aprendizagem de cada um, tanto do ponto de vista do conteúdo tradicional quanto das habilidades não cognitivas, como comunicação, senso crítico, autoria. Cada aluno terá um itinerário de aprendizado pessoal, que funciona como uma espécie de playlist, só que em vez de músicas, estarão os pontos que ele precisa aprender ou desenvolver. Será o jovem o responsável por escolher a forma como o conteúdo lhe será entregue – videoaulas, leituras, atividades individuais ou em grupo. Todas as semanas os alunos serão avaliados na Máquina de Testes, um programa inteligente que propõe questões de diferentes níveis de dificuldade, para garantir a evolução no conteúdo. Quando ele não chegar ao resultado esperado, o jovem receberá uma atenção individualizada.

Tal atenção é de responsabilidade do mentor da família, o professor. Cada mentor será responsável por três famílias, que reunidas serão chamadas de equipe. “O mentor deve dar uma educação mais ampla, preocupada não só com os conteúdos tradicionais, mas com higiene, com aspectos socioemocionais do aluno, com a motivação dele”, diz Rafael Parente, subsecretário de novas tecnologias educacionais da Secretaria Municipal de Educação do Rio, explicando a mudança no papel do professor naquele contexto. Em vez de dar aula de português ou matemática, o mentor vai ajudar o aluno a encontrar a informação de que precisa para entender o conteúdo, mesmo que o assunto não seja o da sua formação.

Assim, explica Parente, se um professor de língua portuguesa precisar explicar um assunto mais específico de matemática, ele deve pedir ajuda para membros da família, se sentar com o aluno para assistir à videoaula da Educopedia com ele, tentar aprender junto. “O professor não vai ser mais aquele que transmite o conhecimento. Ele vai ser especialista na arte de aprender”, diz o subsecretário. O grupo de mentores que fará parte do Gente foi treinado para essa nova forma de lecionar.

Todos os dias, ao chegarem à escola, os alunos passarão por um momento de acolhida, em que compartilharão com seus pares experiências e expectativas para o dia. A jornada na escola é integral. Neste tempo, com o auxílio de seu itinerário e a liderança do tutor, cada um deverá decidir o que e em que ordem estudar e poderá, à livre escolha, se juntar a grupos de estudo de língua estrangeira, robótica, esportes, artes, desenvolvimento de blogs. É nesse momento que uma pergunta inevitável aparece: mas se o aluno não quiser fazer nada, ele não vai fazer nada, certo? Mais ou menos. Os mentores, explica Parente, estarão sempre por perto para motivar os alunos a avançarem, as avaliações mostrarão quem está ficando para trás e os integrantes da família – o tal grupo de seis – também deve incentivar uns aos outros. “Quando o aluno é protagonista do próprio aprendizado, faz suas escolhas, ele se envolve mais, se empolga mais com a escola.”

A tecnologia é outro fator importante na forma como o projeto foi organizado. Para que os alunos possam escolher entre ambiente virtual ou presencial, era preciso que todos os alunos tivessem acesso a equipamentos e internet. Por isso, cada aluno terá o seu tablet ou netbook e, quando for pedagogicamente justificável, vai poder levá-lo para casa. Todas as dependências do André Urani terão internet sem fio de alta velocidade.

Fonte: Fonte: Portal Porvir