terça-feira, 13 de novembro de 2012

Com aulas digitais, nota sobe até 30% no Rio

O uso de tecnologia nas salas de aula na cidade do Rio de Janeiro começa a dar resultados. As 19 escolas que adotaram sistematicamente o uso da Educopédia, plataforma de aulas digitais, registraram notas bimestrais de 20% a 30% melhores do que o restante da rede municipal.

O projeto, que inclui material de suporte aos professores, com planos de aula e jogos pedagógicos, atinge parcialmente 75% das escolas da rede, com uma frequência que varia de uma escola para outra. Pesquisa feita com os alunos mostra que 75% deles acreditam que suas notas melhoraram por conta do uso da plataforma.

O projeto, iniciado há três anos, recebeu até agora um investimento de R$ 20,1 milhões. A maior parte, R$ 15 milhões, veio da Prefeitura. O restante foi pago pelo governo federal, principalmente com bolsas para professores que foram capacitados.

Segundo o subsecretário municipal da Educação, Rafael Parente, mentor da Educopédia, cerca de 12 mil professores já passaram por algum tipo de capacitação da plataforma, seja no modo presencial ou a distância.

O princípio de compartilhamento é essencial. A secretaria se apropria de   conteúdos abertos, como vídeos e jogos – sempre avaliados – e também disponibiliza tudo que produz na internet, gratuitamente, para quem quiser usar. “A gente não consegue produzir tudo de uma vez, então primeiro faz uma busca para estabelecer parcerias com o que tem disponível. A tendência é que vamos continuar revisando e melhorando. Estamos colocando um botão para que os usuários possam fazer sugestões e críticas”, diz ele.

A Prefeitura investiu R$ 2 milhões na produção de conteúdo. Outras cinco cidades já adotaram a Educopédia. “Os Estados de Pernambuco e da Bahia devem começar parcerias em breve. Mas 200 municípios acessam a plataforma com frequência semanal”, diz Parente.

Em sala. Desde que passou a usar a Educopédia, o aluno Pablo Gomes da Silva, de 13 anos, sentiu que passou a acompanhar as aulas com mais atenção. “Dá mais foco. Quando a gente está falando fica menos concentrado, mais disperso.” Matheus Pereira, de 15, concorda. “Antes eu ficava muito desligado com as conversas. Agora, deixamos isso de lado.” As aulas de ciências são as preferidas dos estudantes do 8º ano para usar a ferramenta.

Os dois são alunos da escola municipal Epitácio Pessoa, no Andaraí, zona norte do Rio. A unidade foi uma das primeiras a implantar a ferramenta em sala de aula, há três anos.

Marco Giraldez Carrera, professor de ciências e matemática da turma, tem uma explicação: “O material disponível é mais visual. Há uma série de vídeos mostrando, por exemplo, o funcionamento do sistema digestivo. Na aula sobre o sistema nervoso, dá para ver a sinapse funcionando”, explica, entusiasmado.

A força da tecnologia é visível. Como é comum ocorrer nas salas de aula do 8º ano, o bate-papo e as piadinhas entre os estudantes são constantes quando o professor entra na classe. De repente os garotos, até então hiperativos e falantes, ficam em silêncio, quase hipnotizados.

É só ligar o computador que o comportamento da turma muda. As conversas paralelas quase somem e dão lugar ao diálogo entre alunos e professor. Mas nem tudo está resolvido.

Os estudantes ainda enfrentam dificuldades para acessar o conteúdo em sala, por problemas de conexão na rede Wi-Fi. A velocidade da internet diminui sensivelmente quando todos os netbooks são ligados. Nessa hora, é preciso ter muita paciência. Enquanto os alunos esperam, o professor aproveita para relembrar o último tema abordado.

Para a coordenadora pedagógica da escola, Carla Aida, a principal vantagem da Educopédia é oferecer um conteúdo interativo que pode ser adaptado às necessidades de cada classe. “Quando as coisas são impostas, cria-se muita resistência. O fato de não ser obrigatório agrada a alunos e professores, e todo mundo se apropria da ferramenta”, avalia.

Os alunos também podem acessar todo o conteúdo da plataforma em casa. A estudante Gabrielle Xavier Fernandes, de 15 anos, costuma fazer alguns dos exercícios na companhia do irmão mais velho, que também usa a ferramenta. “Quando estou com dúvida em alguma matéria, ele me ajuda usando a Educopédia”, conta.

Para o professor Lindomar Araújo, trata-se de “uma plataforma para dar autonomia para o aluno, para vencer aquela barreira delimitada pelo quadrado da sala de aula”.

Piloto. A escola é uma das 19 integrantes do projeto Ginásio Experimental Carioca (GEC), da Secretaria Municipal de Educação, onde os estudantes acompanham as aulas em período integral e os professores são polivalentes, ensinando mais de uma disciplina e com um trabalho em regime de dedicação exclusiva.

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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Universidades usam as redes sociais para ensinar

São Paulo – As plataformas online de educação Coursera, edX e Udacity oferecem cursos com a grife de universidades de prestígio, como Harvard, MIT e Stanford, sem cobrar nada. Elas usam as redes sociais e democratizam o aprendizado. Veja como funcionam.

Quando criança, a paulistana Lea Gonçalves gostava de ler bulas de remédios e pensava em estudar os efeitos de cada um daqueles componentes de nomes esquisitos no organismo. Divertia-se descobrindo como a dipirona e o paracetamol aliviam a dor. Hoje, casada e mãe de um garoto de 17 anos, Lea conseguiu uma maneira de reencontrar essa paixão da infância. Aos 39 anos, voltou ao mundo da farmacologia graças a um curso online gratuito.

Apesar de não custarem nem um centavo e estarem livres na internet para qualquer interessado, as aulas que Lea começou a receber no fim de junho são organizadas por uma instituição americana de elite, a Universidade da Pensilvânia. Sua professora é a doutora Emma Meagher, formada no Royal College of Surgeons, na Irlanda, e premiada mais de dez vezes ao longo da carreira. Não é preciso gastar com livros didáticos; está tudo disponível num único lugar, em formato de textos, vídeos e exercícios.

O curso Fundamentos da Farmacologia é um dos 117 disponíveis na plataforma de ensino Coursera (coursera.org), que reúne online 19 universidades, algumas das mais conhecidas e prestigiadas do mundo, como a Universidade Stanford, Princeton, Duke e o California Institute of Technology. O sistema atingiu 1 milhão de usuários em agosto e o Brasil lidera o número de acessos fora dos Estados Unidos, com 5,9% dos alunos. Mais que Índia (5,2%) e China (4,1%).

“É uma aula diferente”, afirma Lea. “Desde criança queria estudar farmácia, mas não consegui. Mesmo sem nenhum conhecimento anterior no assunto, consigo acompanhar.” O curso de farmacologia foi um dos três primeiros disponibilizados pela Universidade da Pensilvânia no Coursera e 50 mil pessoas de todas as partes do mundo se inscreveram.

São dez semanas de duração, com uma carga horária semanal estimada entre duas e seis horas. Ao final do curso, os alunos que cumprirem todas as tarefas recebem um certificado assinado pela doutora Emma, que não vale como crédito para a universidade, mas pode ser incluído em currículos como um atestado de conclusão do ensino.

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terça-feira, 6 de novembro de 2012

MEC atualiza regras do Sisu para adequar o sistema à lei de Cotas

O Ministério da Educação (MEC) publicou nesta terça-feira, 6, no Diário Oficial da União, uma portaria que regulamenta o funcionamento do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), recurso de seleção para instituições de ensino superior públicas que usam o Enem como vestibular. As principais alterações voltam-se às universidades federais e servem para que o sistema se adeque à Lei de Cotas para estudantes egressos de escolas públicas, de famílias de baixa renda e pretos, pardos e indígenas.

O Sisu seguirá usando como critério de classificação a nota de cada candidato no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No próximo processo seletivo para o primeiro semestre de 2013, valerá a nota do Enem 2012, realizado no último fim de semana, 3 e 4 de novembro, e que será divulgada a todos os candidatos no fim de dezembro.

De acordo com a portaria, a instituição que decidir oferecer vagas por meio do Sisu deverá definir suas condições específicas dentro de cinco critérios:

- Número de vagas com a especificação de curso, turno e semestre;
- No caso de instituições federais, especificar o número de vagas reservadas a cotistas (em 2013, a reserva mínima obrigatória por lei é de 12,5% do total de vagas), destacando, se for o caso, quantas delas serão destinadas exclusivamente a indígenas;

- Número de vagas para além das reservadas a cotistas e as eventuais bonificações à nota do estudante no Enem decorrentes de políticas específicas de ações afirmativas adotadas pela instituição;
- Pesos e notas mínimas estabelecidos pela instituição para cada uma das provas do Enem, em cada curso e turno;

- Documentos necessários para a realização da matrícula dos estudantes selecionados.
Não poderão ser oferecidas por meio do Sisu vagas em cursos que exijam teste de habilidade específica ou que estejam incluídos na modalidade de ensino a distância (EAD).

No momento da inscrição, os estudantes poderão optar por concorrer às vagas reservadas a cotistas, às destinadas às demais políticas de ações afirmativas ou às vagas destinadas à ampla concorrência. Será vedada ao estudante a inscrição em mais de uma modalidade de concorrência para o mesmo curso e turno, na mesma instituição de ensino e local de oferta.

Os estudantes que optarem por concorrer às vagas reservadas pela Lei de Cotas serão classificados dentro de grupos e subgrupos de inscritos. Os dois grupos são: estudantes de escola pública com renda familiar de até 1,5 salário-mínimo per capita e estudantes de escola pública independente da renda. Dentro desses dois grupos, os estudantes serão divididos entre os que se autodeclararam ou não pretos, pardos ou indígenas.
O Sisu colocará à disposição dos estudante, em caráter exclusivamente informativo, a nota de corte para cada instituição, local de oferta, curso, turno e modalidade de concorrência, a qual será atualizada periodicamente conforme o processamento das inscrições efetuadas.

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