quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Indentificação de Talentos. A distância

Na casa de Daphne Koller, terceira geração de PhD da família, a educação era algo natural. Seus pais eram acadêmicos e sua diversão na infância era brincar no laboratório do pai. “Infelizmente, a maior parte das pessoas do mundo não tem tanta sorte”, diz a professora de de Stanford e cofundadora do Coursera, plataforma online que reúne cursos de 16 grandes universidades de todo o mundo. Hoje, ela tenta atrair universidades para o modelo das aulas gratuitas, virtuais e de qualidade.

Daphne participou do TED Talk Global em junho e sua fala, postada neste mês, já teve mais de 420 mil visualizações. Nela, Daphne lamenta que a educação superior venha se tornando cada vez mais cara e inacessível. Para justificar sua afirmativa, ela dá um exemplo recente e trágico: em janeiro deste ano, uma fila de milhares de pessoas se formou nas portas de da Universidade de Johannesburgo, na África do Sul, para concorrer às últimas vagas da instituição. Quando os portões se abriram, houve um corre-corre, 20 pessoas ficaram feridas e uma pessoa morreu. “Ela era uma mãe que deu a vida tentando dar ao filho a chance de ter uma vida melhor.”

“Pode ser que o próximo Albert Einstein ou o próximo Steve Jobs viva em algum vilarejo remoto da África. Se nós dermos educação a essa pessoa, ela pode ser capaz de trazer a próxima grande ideia que vai transformar o mundo.”

Diante dessa demanda desesperada por ter acesso a educação de qualidade, o ensino online aparece hoje como uma alternativa. Seu colega Andrew Ng, também cofundador do Coursera, dá cursos em Stanford que costumam ser muito procurados pelos alunos. Quando muito, ele atendia a 400 pessoas. Na primeira vez que ele colocou a sua disciplina disponível online, houve 100 mil inscritos. Fazendo uma conta simples, diz Daphne, ele precisaria de 250 anos para chegar a esse número de alunos. “Percebendo o impacto disso, Andrew e eu decidimos que precisávamos dar escala a esse fenômeno, dar as melhores oportunidades educacionais ao máximo de pessoas que conseguíssemos. Então, criamos o Coursera, cujo objetivo é pegar os melhores cursos, dos melhores professores, das melhores universidades e oferecer isso para todo mundo de graça.”

Mas o ensino online, não é apenas uma questão de números, afirma a professora, é também uma questão de pessoas: é a história do Akash, que veio de uma cidadezinha indiana e nunca teria oportunidade ou dinheiro suficiente para pagar por um curso com a qualidade dos oferecidos por Stanford; ou de Ryan, que tinha que ficar em casa com a filha doente. “Isso (o movimento dos cursos online) permite uma onda de inovação porque talentos incríveis podem ser encontrados em qualquer lugar. Pode ser que o próximo Albert Einstein ou o próximo Steve Jobs viva em algum vilarejo remoto da África. Se nós dermos educação a essa pessoa, ela pode ser capaz de trazer a próxima grande ideia que vai transformar o mundo em um lugar melhor para todos nós.”


Tablets impulsionam gastos em TI em educação

A área de Educação é uma das mais promissoras para o setor de Tecnologia da Informação, revela pesquisa feita pela Frost & Sullivan no mercado nacional. De acordo com o levantamento, o segmento vem sendo impulsionado pelo aumento do número de instituições de ensino, programas de inclusão social, nos quais permitem que pessoas com menor poder aquisitivo possam ter acesso à universidades, além do crescimento da oferta de educação a distância.

Instituições de ensino, reporta o estudo da consultoria, estão cada vez mais utilizando tecnologias para preparar melhor seus professores e estudantes, além de fazer uma gestão planejada com a ajuda de softwares específicos. Essas ações têm atraído a atenção de diversas empresas que visam aproveitar as oportunidades latentes no mercado.

Neste sentido, há no setor um movimento não apenas de consolidação de empresas focadas especificamente em educação, como a Moodle e Blackboard, mas também de entrada de empresas de TI, como Microsoft e Google. No estudo foram também realizadas entrevistas com colégios e universidades para compreender o grau de adoção de determinadas tecnologias no setor e prioridades de investimento em TI.

Segundo os resultados obtidos, uma das tecnologias que merece destaque são os tablets, que já foram adotados por 27% dos entrevistados, enquanto 36% disseram que pretendem adotar esse dispositivo nos próximos 2 anos.

Tais números evidenciam o reconhecimento dos tablets como uma importante ferramenta de ensino, principalmente no que diz respeito à interatividade, acesso a conteúdo e economia de papel. Outra tecnologia que, segundo o estudo, tende a crescer nos próximos anos é a educação à distância, a qual deve ser adotada por 18% dos respondentes nos próximos anos.

Ainda de acordo com o levantamento, 50% das instituições entrevistadas afirmaram que possuem um área de TI dentro de suas instituições e somente 9% afirmaram que não possuem uma área de TI. Isso reflete a importância que Tecnologia da Informação tem na educação, de modo a impulsionar esse setor.

“O Brasil está dando importantes passos para cada vez mais melhorar seu ensino, através de práticas como adoção de educação a distância, além de adotar tecnologias que ajudam os professores a desenvolverem aulas mais interativas para seus alunos. Essas são ferramentas a mais para aprimorar a qualidade de ensino oferecido, porém ainda existem diversas barreiras que o país precisa atravessar para que possa ser considerado uma referência na educação”, conclui Maurício Chede, analista da Frost&Sullivan.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Portal da USP tem 800 videoaulas Gratuitas

A USP lançou em maio um portal que já reúne 800 videoaulas, produzidas por seus professores, nas áreas de Exatas, Humanas e Biológicas. Os interessados podem assistir tanto a aulas isoladas como a disciplinas inteiras, mas sem direito a qualquer tipo de certificado. O Portal e-Aulas USP  foi inspirado em projetos semelhantes de universidades como Harvard, Princeton e MIT.

“Com esse portal estamos, em primeiro lugar, aumentando a possibilidade da utilização de novas ferramentas no ensino presencial e, em segundo lugar, abrindo para toda a população brasileira parte do acervo da universidade, fazendo com que, democraticamente, o internauta possa assistir a qualquer vídeo, a qualquer momento”, disse o reitor João Grandino Rodas, segundo notícia divulgada pela Assessoria de Imprensa da universidade. “Isso é indispensável para que a USP possa avançar mais um patamar e ficar mais próxima do futuro.”

De acordo com a USP, as videoaulas “atendem à demanda crescente por conteúdos digitalizados por parte das novas gerações, habituadas ao ambiente virtual e ávidas consumidoras de vídeos”.
Na página inicial do site aparecem as três videoaulas mais assistidas e as últimas três publicadas. O interessado também pode navegar pelas categorias Exatas, Humanas e Biológicas e escolher, dentro delas, a aula de qual curso gostaria de assistir. A plataforma também sugere vídeos com conteúdo relacionado e é compatível com as redes sociais Facebook, Twitter e Google Plus. Algumas aulas estão disponíveis para download.

O novo serviço foi criado pela Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) da universidade. O órgão quer ter, em breve, cinco equipes de produção de vídeos à disposição dos professores que estejam dispostos a gravar seus conteúdos. “Isso deverá otimizar a produção e aumentar a quantidade de vídeos de qualidade produzidos pela USP”, afirmou o superintendente Gil da Costa Marques, da STI.
Na segunda fase do projeto, que deverá ser implantada até o fim do ano, o portal permitirá que os vídeos sejam legendados e que outros arquivos sobre o assunto em questão, mesmo que estejam em formatos diferentes, possam ser publicados.

A ideia é que, no futuro, a página de busca do Sistema Integrado de Bibliotecas também entregue no resultado vídeos produzidos sobre o tema pesquisado, além de livros, teses e artigos.

Com inf. de ESTADAO e Assessoria de Imprensa da USP

Novo modelo de Cursos Gratuitos – a distância

A roda dos cursos online gratuitos universitários não para de girar. Depois de Coursera,MITx e edX terem impulsionado um novo modelo de aprendizagem chamado nos EUA de Mooc (Massive Open Online Course, cursos virtuais grátis para grandes quantidades de alunos), alguns dos gigantes do universo educacional online se reuniram em torno do conceito Mechanical Mooc, ou Mooc Mecânico, e lançaram um curso de “introdução delicada a [liguagem de programação] Python” que funciona de forma automatizada.

A iniciativa pretende testar um modelo de curso de oito semanas sem instrutor. Assim, em vez de aulas serem organizadas por um professor, elas seguirão a cadência de e-mails pré-agendados. “Com os MOOCs que vimos até agora, ainda há um professor que dá a disciplina. Nosso curso não tem tutor. Nossa teoria é que as ferramentas de aprendizagem on-line se tornaram robustas o suficiente e que, com alguma orientação, os alunos possam trabalhar juntos para ajudar uns aos outros sem a necessidade de uma autoridade central”, diz a Peer 2 Peer University, que participa do projeto.

O Mooc Mecânico usa as especialidades que MIT

OpenCourseWare, OpenStudy eCodeAcademy desenvolveram no ensino online: conteúdos, redes e exercícios, respectivamente. Por se apoiar nesse know-how, o curso introdução delicada ao Python não começa seu desenvolvimento do zero e será mais barato do que os cursos on-line mais tradicionais. “Em vez de tentar criar uma plataforma que estruture a experiência de aprendizado do início ao fim, como os Mooc têm feito, estamos levando o que de melhor já existe – o conteúdo do MIT OpenCourseWare, as comunidades da OpenStudy e os exercícios da Codecademy – e vamos juntá-los em uma lista de discussão que vai coordenar a atividade dos alunos”, diz Peer 2 Peer, responsável pela coordenação dessa lista de e-mails.

Para quem ainda não conhece os envolvidos na iniciativa, é bom explicar. O MIT OpenCourseWare é a plataforma que reúne conteúdos produzidos por alunos e professores do MIT e que permitiu o lançamento do MITx – apesar disso, o curso de introdução delicada ao Python não oferecerá um certificado do MITx, mas uma espécie de “distintivo” da CodeAcademy por ter participado. Falando em CodeAcademy, ela é uma startup referência em ensino de programação no mundo e se destacou por criar sistemas de exercícios com feedback instantâneo. Já a OpenStudy é uma espécie de rede social voltada para o aprendizado que reúne estudantes interessados em mesmos assuntos; eles definem sua missão como “fazer do mundo um grande grupo de estudos, que não considera escola, região ou backgroud”. Por último, a Peer to Peer University é um projeto educacional que promove a educação por pares.

As inscrições estão abertas e o curso começa em 15 de outubro. Os alunos poderão interagir em fóruns genéricos ou fazer parte de grupos de estudos de até 10 pessoas. Como não há um instrutor, os alunos podem aprender no próprio ritmo. “Nossa preocupação é menos atingir um grande número de pessoas, e mais sobre como produzir uma boa experiência de aprendizagem para todos os que participam.”

Patrícia Gomes, do Portal Porvir

terça-feira, 14 de agosto de 2012

37 mil vagas para Cursos Gratuitos

A partir deste mes de julho/2012 serão oferecidas 37 mil vagas para cursos de capacitação – gratuitamente. Os candidatos deverão se cadastar no site para concerrer às vagas. De acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, a relação de vagas deverá ser disponibilizada nas próximas semanas, assim que for finalizado o processo de contratação.

O proprojeto disponibiliza mais de 130 tipos de curso de capacitação no Estado de São Paulo, e as aulas são gratuitas.

Para participar, é preciso fazer o cadastro no site do Via Rápida.

Participam do processo o Centro Paula Souza (responsável por escolas técnicas e faculdades de tecnologia do Estado) e o sistema S (que inclui o Senac, o Senai e o Senat).

Todas as infirmações e incrições no site da Via Rápida - CLIQUE AQUI

sábado, 11 de agosto de 2012

USP desbanca universidades britânicas e é 15ª em conteúdo web

A USP subiu cinco posições e agora ocupa o 15.º lugar em um ranking mundial de universidades que avalia a produção e a publicação de conteúdo acadêmico na internet. O levantamento, feito pelo Laboratório de Cibermetria, do Centro de Ciências Humanas e Sociais do governo espanhol, analisou mais de 20 mil instituições de ensino. As 14 primeiras colocações ficaram com universidades americanas.

Harvard, MIT e Stanford lideram o ranking. Outra tradicional instituição americana, Yale, ficou atrás da USP, assim como as britânicas Oxford e Cambridge. Ao todo,a pesquisa Ranking Web de Universidades mediu o desempenho de mais de 20 mil universidades.

O levantamento é realizado duas vezes por ano. Os dados são colhidos em janeiro e em julho. Na pesquisa feita no início deste ano, a USP aparecia na 20.ª colocação. Na de julho do ano passado, a universidade ocupava o 42.º lugar, abaixo de Yale, Cambridge e Oxford.

Brasil
No País, foram avaliadas 1.696 universidades. A segunda melhor instituição de ensino foi a Federal de Santa Catarina (UFSC), no 98.º lugar. Entras as top 200  do ranking mundial também aparecem a Unicamp (121.º lugar), as Federais do Rio Grande do Sul (124.º), do Rio de Janeiro (172.º) e de Minas Gerais (184.º).

A Federal do Rio Grande do Norte obteve a pior pontuação entre as universidades brasileiras avaliadas. Ficou no 20.517.º lugar do ranking mundial.

Metodologia

O ranking leva em consideração o volume de conteúdo divulgado na web, a visibilidade e o impacto das publicações na rede. Além disso, aspectos como qualidade das políticas de edição eletrônica, livre acesso e transparência também são avaliados. A pesquisa tem como principal objetivo promover o acesso eletrônico a publicações científicas e a todos outros tipos de materiais acadêmicos.
O principal instrumento para quantificar o volume de conteúdos digitais publicados é a quantidade de links disponíveis nos portais das universidades. Essa análise é feita através de feramentas analíticas do buscador Google. Observa-se também o número de documentos digitais presentes no repositório de trabalhos científicos Google Acadêmico.

Já a análise qualitativa do ranking é obtida principalmente através dos indicadores de excelência de trabalhos científicos tornados públicos pelos provedores de dados Majestic SEO e Scimago.
A produção científica universitária que forma parte dos 10% dos artigos mais citados em seus respectivos campos de ciência é bastante relevante na composição desses indicadores de excelência.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Evasão é o maior problema do Ensino a Distância

A evasão dos estudantes é o maior obstáculo para o EAD (Ensino a Distância), segundo instituições que ofertam cursos nesta modalidade. O resultado foi obtido pelo Censo EAD.br 2010, o último divulgado pela Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância). Pela metodologia, foram considerados alunos evadidos os que não iniciaram os cursos na modalidade a distância ou os que abandonaram de uma forma ou outra.

A seguir, em segundo lugar como fator mais desafiador, está a resistência dos educadores à modalidade. Em terceiro aparecem as dificuldades de adaptação da educação presencial para EAD e, em quarto, a resistência dos alunos ao novo formato.


As causas de evasão mais apontadas pelas instituições foram falta de tempo do aluno para estudar e participar do curso, acúmulo de atividades no trabalho e a dificuldades de se adaptar à metodologia.
Segundo João Vianney, consultor em ensino a distância, o primeiro semestre é o principal período de evasão de alunos no EAD. “Uma parte não se adapta à rotina de estudos individuais que a modalidade exige e acaba desistindo. Isso acontece porque ainda há o imaginário de que é possível aprender sem esforço no EAD, o que não é verdade. Os alunos têm de dedicar entre 12 a 15 horas estudos semanais para aprender, pois o conteúdo é equivalente ao que se ensina em uma faculdade presencial”.


Foi o caso de Luiza Caires, 30, jornalista que se inscreveu no curso de licenciatura em Ciências da USP/Univesp no início desse ano, como uma segunda graduação. “Apesar de o curso ser a distância, era necessário ter mais dedicação do que no presencial. O curso previa duas horas para uma atividade, mas, na verdade, eu levava seis horas para terminar. Como eu já trabalho, não tinha tempo suficiente para me dedicar”.

Mesmo sem conseguir se adaptar à rotina da licenciatura, Luiza afirma que vai insistir na modalidade EAD. “Vou tentar fazer cursos livres de literatura e de história, que estão sendo oferecidos pelas universidades norte-americanas”.

Mais evasão em cursos públicos

O Censo EAD.br 2010 indica que as taxas de evasão são maiores nas instituições públicas do que nas privadas: dentre os autorizados, a média de evasão é de 22,1% nas públicas ante a 15,8% nas particulares. Para cursos livres, que compreendem cursos de língua, extensão, entre outros, as taxas de evasão são de 30,9% nos públicos, e de 20,0% nos particulares.
Na Unopar (Universidade Norte do Paraná), instituição com mais matrículas no ensino superior a distância segundo o Censo de Educação Superior 2010, o índice de evasão está entre 10% e 13% no EAD; no presencial é superior a 13%.
“Esse índice pequeno se deve ao modelo que utilizamos, em que o aluno tem de ir ao polo pelo menos uma vez por semana para participar de atividades em grupo com os colegas, acompanhado de um tutor presencial. Isso faz com que os estudantes criem laços sociais e permaneçam estudando”, acredita Elisa Maria de Assis, diretora de EAD da instituição.

A diretora de EAD da UVA (Universidade Veiga de Almeida), no Rio de Janeiro, Jucimara Roesler, afirma que os índices de evasão do ensino presencial e do EAD são equivalentes. “A taxa de evasão média [em sua instituição] é de 18% nos cursos de EAD. No ensino presencial, ela está entre 18% a 20%”, aponta.
Vianney confirma a tendência apontada nas duas instituições. “Na Unisul Virtual, por exemplo, a taxa de perda de alunos na educação a distância é menor do que nos mesmos cursos da educação presencial. Tudo é uma questão do modelo criado pela instituição e da atenção dedicada ao estudante”.

O consultor aponta, porém, que isso não é uma regra. “Em instituições que oferecem programas de apoio e de acolhimento aos estudantes, a taxa de evasão no primeiro semestre costuma ficar entre 10% e 15%. Mas sem essas iniciativas, a perda na primeira fase pode passar de 25% do total de matriculados. Em um ciclo de quatro ou cinco anos, no ensino presencial a taxa de perda média no mercado fica ao redor de 45% a 50%. Na educação a distância esta mesma taxa pode chegar a 70%. Mas, tudo depende da qualidade de atendimento pedagógico que a instituição oferece”.

Fonte: uol

Mestrados formam professores em tecnologia

No Brasil, quem é especialista em educação e comunicação é conhecido por educomunicador. Mas quando a relação é educação e informática? Em alguns países da América Latina, os profissionais desta área já têm nome, são chamados de edumáticos. Se por aqui o termo ainda não é usado, mestrados nas nações vizinhas já estão formando profissionais em edumática, professores capazes de desenvolver metodologias inovadoras no ensino a partir do uso de novas tecnologias.

No Peru, o mestrado educação, edumática e docência universitária é oferecido na Universidade Tecnológica do Peru, na capital, Lima – a única especialização em educação, entre cursos predominantemente das áreas de engenharia, administração e tecnologia. De acordo com informações do site da universidade, a intenção da pós em edumática é formar professores universitários que possam inovar na educação, utilizando e incorporando novas tecnologias para melhorar a qualidade de ensino no país.

O que ainda é uma novidade entre os cursos de pedagogia da América Latina que, muitas vezes, capacitam os professores para operar as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), mas não os preparam para criar e transformar suas aulas por meio do uso de tecnologia. “É preciso ajudar os professores a desenvolver novas práticas educativas que não estão centradas na tecnologia, mas no processo de aprendizado do aluno usando tecnologia. Existe pouca experiência, um bom exemplo é o que faz a Universidade Tecnológica do Peru, que é focada em tecnologia e se abriu para a pedagogia”, avalia Eugenio Severin, reconhecido especialista em tecnologia e educação, ex-consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em TIC na educação para a América Latina.

As aulas do mestrado são presenciais e virtuais – realizadas através de plataformas online. O plano de estudos inclui temas teóricos como pedagogia e teoria de aprendizagem na educação superior e gestão e inovação educativa. Já os conteúdos práticos vão desde como fazer a integração de plataformas virtuais na sala de aula (e-learning e blended learning) e de edumática, trabalhando planejamento e criação de materiais educativos multimídia.

Segundo a coordenação do curso, os especialistas desta área podem atuar como professores acadêmicos, analistas, consultores de projetos relacionados à educação e tecnológica ou ainda na criação de cursos e currículos para diferentes institutos de ensino.

México
O México é outro país que oferece uma pós com o mesmo formato. Na cidade de Cuernavaca – a 87 km da Cidade de México, capital do país –, a Universidade Internacional, há quatro anos, forma mestres em Educação e Tecnologia Educativa.

Durante o mestrado, que dura dois anos, os estudantes aprendem a criar, planejar e gerir portais educativos, a usar de forma didática a internet e a aplicar as TIC como instrumentos de ensino
Os estudantes podem seguir três linhas diferentes de formação. A primeira delas é o docente e seu desenvolvimento, que foca na atualização e formação do professor. Uma segunda formação é voltada à avaliação e criação de modelos e programas de ensino desde a educação básica ao ensino superior. Uma terceira avalia como inovar nos diferentes cenários educativos.

Durante o mestrado, que dura dois anos, os estudantes aprendem a criar, planejar e gerir portais educativos, a usar de forma didática a internet e a aplicar as TIC como instrumentos de ensino. Os mestrandos desenvolvem projetos digitais colaborativos e aprendem a criar programas educativos baseados em aplicativos de web. Eles também adquirem conceitos sobre a evolução dos programas educativos, a avaliação de modelos de tecnologia atuais e quais são os modelos de ensino no século 21.

Colômbia e Argentina
Ainda na América Latina, a Colômbia também oferece formação em tecnologia educativa em duas universidades. Na Universidade Autônoma da Colômbia, em Bogotá, a especialização em edumática dura um ano e é dirigida a graduados em qualquer área, professores ou não, desde que vinculados ao sistema educativo público ou privado do país. A exigência não se aplica à Universidade Católica de Pereira, na cidade de Risaralda, onde a especialização de mesmo nome dura dois semestres.

Outro país do continente que oferece cursos na área é a Argentina. Na Universidade Tecnológica Nacional, em Córdoba, professores graduados ou profissionais formados em cursos ligados à tecnologia – como análises de sistemas ou técnico em eletrônica e química – podem se especializar em licenciatura em tecnologia educativa.

Fonte: IG