quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Estudo mostra que geração digital não sabe pesquisar

Ferramentas de busca como o Google tornaram os alunos menos preocupados com a credibilidade de uma fonte de informação
Há pouco tempo, quando os alunos eram solicitados a fazer um trabalho de pesquisa, era necessário ir até uma biblioteca e realizar a busca em diversos livros didáticos e enciclopédias. Nos dias de hoje, a realidade é outra: debruçar-se sobre páginas impressas é raro quando existem milhões de links sobre o assunto desejado à disposição com apenas um clique.
Mas, o que deveria ser um avanço acabou resultando em retrocesso, segundo um estudo americano que aponta que a geração digital não sabe pesquisar. Na investigação realizada na Universidade de Charleston, nos Estados Unidos, ficou claro que os estudantes de hoje não sabem realizar uma pesquisa de forma efetiva. Conforme os resultados, o grande inimigo está na comodidade que o meio digital oferece. Ferramentas de busca como o Google tornaram os alunos menos preocupados com a credibilidade de uma fonte de informação, por exemplo.
No estudo, os pesquisadores pediram que um grupo de universitários respondesse a um questionário utilizando a internet como meio de pesquisa. Para testar os participantes, foram colocadas intencionalmente informações erradas nos primeiros resultados das buscas realizadas pelos estudantes. Como previsto, os alunos basearam-se nos primeiros links e erraram todas as questões.
O trabalho revelou uma realidade lamentável: os estudantes da era digital se contentam com informações rápidas, sem se importar com procedência e fidelidade. Para José Moran, professor aposentado de Novas Tecnologias da Universidade de São Paulo (USP) e diretor de Educação a Distância na Universidade de Anhanguera (Uniderp), o fato é consequência de uma geração que cresceu com computadores e está acostumada com informações em 140 caracteres. Contudo, Moran acredita que o fato não se restringe somente a crianças e adolescentes.
“A internet deixou as pessoas em geral mais acomodadas. Adultos também cometem erros ao realizarem pesquisas online”, diz. Por isso, o professor acredita que um dos papéis da escola, atualmente, deve ser o de ensinar metodologias de pesquisa desde cedo. “Os educadores pedem tema de estudo, mas não ensinam metodologias”, afirma.
Outra pesquisa americana também comprova que jovens da geração digital não se preocupam com a procedência de suas fontes de estudo. Realizada pela Universidade Northwestern (EUA), a pesquisa pedia que 102 adolescentes do Ensino Médio buscassem o significado de diversos termos na internet. Todos tiveram sucesso nas respostas, mas nenhum soube informar quais foram os sites utilizados. “Os jovens confiam demais na internet”, destaca o diretor de Educação a Distância da Uniderp.

Ensino de pesquisa na internet
Na Escola de Educação Básica Rocha Pombo, em São Joaquim (SC), o projeto “Ensinando a fazer pesquisas na internet” foi implantado nas turmas de 4º série. Elaborado pelo professor de informática Francisco Mondadori Junior, o projeto tem como objetivo trabalhar o conceito de pesquisa desde cedo, pois assim os estudantes chegam ao Ensino Médio sabendo utilizar as barras de pesquisa a seu favor.
O trabalho consiste em um questionário em que os alunos devem apontar suas áreas de interesse e pesquisar sobre esses assuntos. “Sugerimos a pesquisa na internet, no Google, digitando as palavras-chave das atividades que mais gostam. Cada aluno faz a sua pesquisa, procurando o site mais interessante”, explica, dizendo que os pequenos são auxiliados por professores que também ensinam a importância de utilizar fontes de informação confiáveis.

Professor do Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) das escolas estaduais de São Joaquim (SC), Mondadori Junior conta que o ensino da pesquisa científica e escolar é uma das preocupações do núcleo, que procuram criar atividades lúdicas e divertidas para trabalhar o conceito em sala. “Em minha opinião deveria existir uma disciplina só para isso nas escolas”, opina, dizendo que percebe, cada vez mais, a dificuldade dos alunos em realizar trabalhos de pesquisa. “Eles se contentam com os primeiros links”, diz, destacando que é comum ouvir frases como “achei no Google”.
Mondadori Junior defende a postura adotada por algumas escolas e educadores de não permitir o uso da internet como fonte de pesquisa. “É interessante proibir só no início, pois assim o estudante descobre que existem outras possibilidades de estudo, e não somente o meio virtual”, explica. José Moran discorda: “Isso resulta em um estudante que usa livros na escola, e a internet em casa”, sentencia, ressaltando que as dificuldades continuariam existindo. “Um dia esse aluno vai poder usar a internet para pesquisar, e então vai fazer de forma errada, pois não aprendeu na escola”, completa.
Em mais de 20 anos de docência, Moran afirma que nunca deixou de trabalhar metodologias de pesquisa com seus alunos, seja no ensino fundamental ou no superior. “Sempre que eu passo trabalhos, especifico o tipo de pesquisa que eu quero, e ainda vejo com os estudantes algumas possibilidades mostradas pelo Google”, diz, afirmando que ainda compara links e aponta informações que podem estar equivocadas. “Com isso, o jovem passa a desconfiar da internet, pois cria a consciência de que nem tudo que está no meio online é verdadeiro”, conclui.
Na Escola Nossa Senhora das Graças, em São Paulo, a preocupação com o ensino de pesquisa na internet começou em 2009. Os educadores do colégio viram a necessidade de criar uma estrutura online que pudesse auxiliar os estudantes nos trabalhos escolares. Por isso, foi criado o “Caminhos de pesquisa na internet”, uma ferramenta virtual que discute alguns critérios de pesquisa e avaliação das informações. Além dos professores deixarem dicas de endereços confiáveis, os alunos podem postar informações retiradas de sites para que os docentes possam avaliar sua veracidade.
Apesar de achar a solução interessante, Moran alerta que nem sempre os alunos terão uma ferramenta escolar a sua disposição. “A escola precisa ensinar os estudantes a caminharem sozinhos e terem noções críticas de fontes de pesquisa”, opina.

Fonte: Portal Terra

sábado, 17 de dezembro de 2011

30% a distância – Graduação – Plano Nacional de Educação

O relatório do Plano Nacional de Educação (PNE) pretende ampliar a oferta de vagas no ensino superior no Brasil, passando das atuais seis milhões de matrículas para 15 milhões. O texto substitutivo ao plano original, que foi enviado pelo Executivo, está em análise sendo que na manhã desta quinta-feira, a Comissão Especial de Educação adiou para fevereiro de 2012 a apresentação do texto final, que deve ser votado apenas em março na Câmara dos Deputados.
De acordo com o relator da comissão, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), do total de vagas existentes no ensino superior, apenas 1,5% são em instituições públicas. A ideia é que durante os próximos dez anos, período em que o plano estará em vigor, essa porcentagem seja elevada.
Segundo o texto do relatório, uma das estratégias é “assegurar, até o quinto ano de vigência, a oferta de vagas gratuitas em cursos de graduação das instituições públicas, para 35% dos concluintes do ensino médio do ano anterior”.

“O que estamos orientando é que 30% delas sejam em educação à distância e 70% em nível presencial. Para ampliarmos a oferta no ensino superior, será necessário 1,35% do PIB  [Produto Interno Bruto]”, afirma o relator. Tendo como base o PIB atual, os gastos seriam equivalentes a R$ 54 bilhões.
Considerando que o PNE sugere 8% do PIB como investimento suficiente em educação nos próximos dez anos, boa parte deste montante estará comprometido com educação superior. “Essa meta tem um custo muito elevado que já é próprio do ensino superior, pois se trata de pesquisa e ensino. No sistema presencial, queremos ofertar o dobro do que foi feito nesses últimos cem anos”, diz Vanhoni.
“Temos grave problemas de falta de vagas públicas, então decidimos ampliar a proposta inicial do governo”. No texto original enviado pelo Executivo sobre a meta 12, que trata das vagas em nível superior, o planejado era aumentar o número para 11,5 milhões.

Após divulgação do relatório na Câmara, na última semana, os deputados tinham até esta quarta-feira (14/12) para apresentarem novas emendas ao projeto. Vanhoni argumentou que foram apresentadas 449 emendas e por isso não foi possível fechar o relatório para a votação dos deputados.
A reunião para a tomada de decisão contou com a participação de três dos 26 deputados que integram a Comissão Especial: Vanhoni, Alex Canziani (PTB-PR), que presidiu a reunião, e Izalci (PR-DF) .

Fonte: Portal Aprendiz

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Um tutor para chamar de seu

O crescimento da educação a distância trouxe à tona a discussão sobre o papel exercido pelos tutores, que acabam tão responsáveis pelo desempenho dos alunos no curso quanto pelo bom relacionamento deles com a instituição
Por Patrícia Pereira
Nos cursos de educação a distância, os tutores são peça-chave. Suas atividades, presenciais ou em ambientes virtuais, interligam os alunos às ferramentas colocadas à disposição pela instituição. Apesar disso, vivem um dilema: não sabem ao certo quais papéis devem desempenhar. Isso porque há vários modelos de cursos em EAD e, portanto, diversos sistemas de tutoria. A construção da identidade da tutoria foi tema de seminário promovido pela Associação Nacional dos Tutores da Educação a Distância (Anated), no início de outubro, no Rio de Janeiro.
Como na EAD há professores responsáveis pelo conteúdo das disciplinas e pela parte pedagógica, o tutor existe para exercer uma nova função: ser o facilitador do ensino – função essa que dá margem a diversas tarefas. Não há um padrão e cada instituição busca o modelo mais adequado a sua proposta pedagógica e até mesmo conforme o curso ofertado.
De acordo com Rita Maria Tarcia, professora da Unifesp e diretora da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), é possível identificar quatro modelos de tutoria. O primeiro é chamado de Semipresencial I, no qual o tutor exerce atividades a distância, por meio de fóruns e chats, além de atendimento presencial. O segundo é o Semipresencial II, também com atividades a distância, mas com atendimento presencial referente à tecnologia. O terceiro é chamado de bimodal, o qual mescla a tutoria a distância com encontros presenciais obrigatórios. O quarto seria a tutoria exclusivamente vir­tual. Para Rita, não há uma modalidade que possa ser eleita como a melhor. “O que deve haver é coerência pedagógica e um sistema que suporte o processo de acordo com o projeto de educação da instituição e do curso”, recomendou.

Estabelecer a identidade e responsabilidades do tutor foi a principal dificuldade apontada por Daniel Freitas, tutor do Consórcio Cederj no polo de Rio das Flores. “Como atendemos diretamente os alunos, eles acham que tudo é com a gente. Se a profissão fosse regulamentada, teríamos funções mais definidas”, disse Freitas.
Competências As inúmeras funções desempenhadas pelos tutores de EAD foram identificadas pela pesquisadora Lucíola Lima Pequeno, da Universidade de Fortaleza (Unifor). A partir do trabalho intitulado A importância do tutor na Educação a Distância, Lucíola percebeu que apesar de as atribuições do tutor não estarem muito bem definidas, há uma série de funções frequentemente identificadas como sendo do tutor. Entre essas atribuições, a pesquisa relaciona: mediação, facilitação, orientação, além de atividades que o consideram como um professor on-line.

Segundo Luis Gomes, presidente da Anated, os diversos papéis que os tutores desempenham nos cursos de EAD se apoiam em competências de três áreas: pedagógica, tecnológica e de gestão. Pedagógica por sanarem as dúvidas dos alunos relativas ao conteúdo das aulas; tecnológica por precisarem conhecer o funcionamento das plataformas de EAD; e de gestão porque  demandas administrativas chegam ao tutor.
A conclusão é fruto do trabalho da  Anated junto a tutores de todo o Brasil. “A associação busca mapear as funções daqueles que estão à frente do processo, a fim de reunir todas as experiências do país, incluindo os diferentes conceitos que se tem de EAD, e agrupar quais são as competências do tutor”, informou Gomes.
Um problema ocasionado pela falta de regulamentação é a baixa formação de profissionais para a atividade. Como no mercado de trabalho não há quantidade suficiente de tutores para contratação, são as próprias instituições que têm capacitado seus professores para atuarem como tutores.
É o caso da Universidade Estácio de Sá, que possui mais de 40 mil alunos nos cursos de EAD. De acordo com Paula Caleffi, reitora da Estácio, a capacitação é importante porque é preciso que os professores compreendam as diferentes plataformas de EAD. “Não basta o professor achar que vai reproduzir a sua metodologia presencial na modalidade de EAD”, destacou a reitora.
Luis Gomes revelou que a Anated trabalha para criar uma certificação em tutoria para balizar essa formação. “Hoje cada instituição capacita de acordo com suas necessidades, que às vezes é muito específica para determinado curso”, observou Gomes.

As características para o sucesso da tutoria on-line foram reunidas no trabalho O tutor no ambiente virtual de aprendizagem: competências e processos de desenvolvimento, apresentado por Marta Fernandes Garcia, tutora da Unesp e pesquisadora da Universidade de Campinas (Unicamp). Segundo ela, os tutores devem conhecer as ferramentas de ensino e serem capazes de ajudar os alunos a usá-las. Outra competência importante é a capacidade de estabelecer um bom relacionamento com os alunos que os motive a participar ativamente das atividades e permanecer no curso.


Na sua opinião, qual a maior dificuldade de um tutor?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Avaliação de alunos de ensino a distância ainda é desafio

A presença do professor em sala de aula está, em muitos lugares, sendo substituída pelo computador. Até mesmos cursos que dependem de habilidades bem específicas, como Música, já possuem versões de educação a distância. Mas, como avaliar o avanço musical de um estudante pela internet?
Cada vez mais, pesquisadores têm se debruçado no desenvolvimento de softwares que simulam instrumentos musicais e prometem auxiliar no ensino de Música a distância. No curso a distância de licenciatura em Música na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o primeiro do Brasil, dois programas já foram desenvolvidos: o teclado acompanhamento e o violão acompanhamento.
Único curso do tipo reconhecido pelo MEC, o curso está disponível para todos os estados do País e tem o objetivo de melhorar a qualidade do ensino musical nas escolas públicas. A graduação foi criada em 2008, com a coordenação das secretarias de Educação Básica e de Educação a Distância, e com o apoio e participação das secretarias de Educação Especial, Educação Superior e Ministério da Educação (MEC) e tem duração de quatro anos, sendo realizado totalmente pela internet.
Para isso, alguns softwares foram criados no Centro de Artes e Educação Física (CAEF) da UFRGS, parte da Rede Nacional de Formação Continuada de Professores da Educação Básica do MEC. O teclado acompanhamento ensina as sutilezas do instrumento musical por meio de um e-book, livro em formato digital que pode ser lido em equipamentos eletrônicos tais como computadores, PDAs e alguns celulares.
Assim como no violão acompanhamento, o software ensina teoria e depois dá exercícios práticos, mostrando para o aluno como se dá a leitura de partitura e simulando o teclado com animação. Para o violão, outra animação mostra as diferentes cordas e como formar diversos acordes, além do passo a passo de algumas canções.

Apesar da distância, avaliação é presencial
Apesar da boa qualidade dos programas, a avaliação dos alunos ainda é um desafio e precisa ser feita de forma presencial e com acompanhamento de profissionais. “Ainda não se pensa em abandonar completamente a necessidade da experiência presencial no processo de ensino-aprendizagem instrumental; talvez até nunca se pense nisso. Mas acredita-se que o material aqui desenvolvido pode estimular a autonomia de estudo no aluno, o que é fundamental para um instrumentista”, explica Helena de Souza Nunes, coordenadora do CAEF da UFRGS.
Portanto, pelo menos uma vez por mês, os alunos de graduação a distância precisam ser avaliados presencialmente em algum dos 14 pólos da licenciatura de Música EAD, distribuídos pelo País. “Por enquanto, pelo menos, este e-book deve ser entendido unicamente como um facilitador para atendimentos presenciais mais esparsos que as tradicionais aulas semanais de instrumento musical”, conclui.

Violinista busca criar avaliação online

Para resolver o desafio da avaliação virtual dos estudantes, o violonista Roberto Marcos Gomes de Onófrio projetou um curso totalmente online no ambiente Teleduc – recurso destinado à criação, participação e administração de cursos na web, desenvolvido pelo Núcleo de Informática Aplicada à Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) -, cujo conteúdo focou o ensino musical para estudantes de graduação, incluindo novas formas avaliativas.
Atualmente existem vários sites, vídeos e outros recursos disponíveis via internet para ensinar a tocar violão. Mas, de acordo com Onófrio, nenhuma das alternativas existentes contempla a mensuração do aprendizado do aluno. “Em qualquer uma das formas, não existe a possibilidade de se fazer uma pergunta ou resolver algum problema em tempo real”, diz.
Por isso, o violinista busca desenvolver uma proposta de ensino que ele chama de “estar junto virtual”. A ideia é apostar em um nível maior de interação entre aluno e professor. “O objetivo é promover a interação de forma mais eficiente, além de abordar de maneira mais abrangente o ensino de técnicas e de conteúdo teórico necessário para um bom aprendizado. Isto porque o ensino de música reserva desafios de se transpor em um cenário virtual”, explica.
Das categorias de ensino existentes atualmente, o pesquisador destaca a aprendizagem programa, também chamada de broadcast, na qual o conteúdo é disponibilizado de forma sequencial e impessoal, sendo proposto para todos os alunos, independentemente do conhecimento musical. Para ele, essa forma de aprendizado é pouco eficiente, pois não há interação, e não há como mensurar o quanto o aluno aprendeu.
A segunda categoria é a virtualização da sala de aula. “As aulas são passadas no mesmo formato e com os mesmos conteúdos das aulas presenciais, havendo apenas a mudança do ambiente físico para o virtual”, esclarece. Na tentativa de trazer outro modelo, o violinista trabalha para desenvolver um software que consiga, além de ensinar, medir o desenvolvimento dos estudantes.

Fonte: Terra


Autogestão é marca do estudante do Ensino a distância

“”Rotina das aulas virtuais pede perfil disciplinado para garantir sucesso aos alunos de Ensino a Distância”

Otimização de tempo, mensalidade reduzida e possibilidade de estudar no conforto do lar. Os argumentos para estudar pelo sistema EaD (Ensino a Distância) são muito atrativos. Instituições de ensino de todos os tamanhos têm investido na tecnologia para levar as aulas para dentro da casa dos estudantes. Contudo, é necessário encaixar-se num perfil antes de efetuar a matrícula. Além disso, fazer a própriagestão de estudos é fundamental para conquistar aprovação.
Nos cursos presenciais, sejam de graduação ou pós-graduação, colegas de salas de aula e professores servem como “post-it” lembrando prazos. Diferentemente, no sistema de estudos pela web o estudante é responsável por estabelecer os horários de aula, a rotina de estudos para prova e buscar conhecimento complementar.
Se perder em meio a tantas tarefas é fácil para quem não está muito acostumado com organização, mas não para um aluno de EaD. “Eles são cuidadosos com prazos e horários”, destaca a conselheira da ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância), Marta de Campos Maia. Junto de tanta organização, uma dose de ânimo ajuda a solidão das aulas. “É preciso ser extremamente motivado para dar conta das entregas, senão o aluno cansa e desiste”, analisa a conselheira.
Administrador do tempo
Depois de matriculado, é chegada a hora do “vamos ver”. O primeiro semestre costuma ser decisivo para entender o novo método, criando a seleção natural daqueles que desejam ir adiante. Para a representante de pólo de apoio presencial em Goiás, Marta Kratz, o maior erro é imaginar que EaD não tem rigor. “Desmistifica-se inicialmente a ideia de presença eventual nas aulas virtuais.”
Administrar tempo e tarefas sem interferência alheia revela mais uma faceta dos estudantes de Ensino a Distância: a autogestão. Sem esse predicado, em 15 dias é possível deixar de entender o conteúdo do curso e, por consequência, ser reprovado. “Se não for disciplinado e dedicado, o estudante não consegue ir além”, pontua a representante.
 
Administrador do tempo
Depois de matriculado, é chegada a hora do “vamos ver”. O primeiro semestre costuma ser decisivo para entender o novo método, criando a seleção natural daqueles que desejam ir adiante. Para a representante de pólo de apoio presencial em Goiás, Marta Kratz, o maior erro é imaginar que EaD não tem rigor. “Desmistifica-se inicialmente a ideia de presença eventual nas aulas virtuais.” Administrar tempo e tarefas sem interferência alheia revela mais uma faceta dos estudantes de Ensino a Distância: a autogestão. Sem esse predicado, em 15 dias é possível deixar de entender o conteúdo do curso e, por consequência, ser reprovado. “Se não for disciplinado e dedicado, o estudante não consegue ir além”, pontua a representante.
Fonte: Universia Brasil

domingo, 11 de dezembro de 2011

Com mais vagas, educação a distância precisa superar deficiências

Assistir a vídeos, participar de fóruns e esclarecer dúvidas por chat e e-mail é uma prática cada vez mais comum para os universitários brasileiros. A modalidade de educação a distância (EAD) cresceu nos últimos anos – já responde por 14,6% das matrículas na graduação -, mas os estudantes precisam ficar atentos para não perder conteúdo em relação às aulas tradicionais.
Quem opta por uma graduação ou qualquer outro curso a distância deve cumprir a mesma carga horária daqueles que frequentam as salas de aula de uma universidade. Segundo a coordenadora do núcleo de EAD da Universidade Metodista de São Paulo, Adriana de Azevedo, a diferença está no fato de o aluno poder estudar o conteúdo quando achar melhor. “Ele tem a opção de estudar diariamente, determinando horários para isso ou, então, fazer leituras e realizar suas tarefas nos finais de semana, por exemplo, caso sua rotina de trabalho seja muito intensa”, diz. Ainda assim, muitos alunos encontram dificuldades para assimilar o conteúdo dessa maneira.
No caso da Metodista, o acadêmico deve participar de encontros presenciais semanais, realizados nos polos EAD, localizados em diversas cidades do Brasil. Lá, ele assiste a aulas transmitidas da sede da instituição via satélite, ao vivo, e participa de trabalhos em grupo. Ainda que essa não seja uma determinação do MEC, Adriana explica que os encontros semanais são uma maneira de adaptar os alunos à nova realidade de ensino. “Achamos interessante criar um vínculo entre os estudantes, fortalecer a ideia de grupo, reforçar uma identidade”, destaca.
Ainda que variem de acordo com a instituição, os cursos a distância apresentam muitas características em comum: todos eles têm como base uma plataforma virtual, que disponibiliza conteúdo e permite que alunos e professores interajam por meio de fóruns e chats. É nessa plataforma que o estudante também tem acesso a apostilas e materiais em vídeo e áudio sobre o assunto. Além disso, seguindo exigências do MEC, todas as instituições devem aplicar provas presenciais de avaliação.
A coordenadora do Metodista garante que a modalidade atrai muitas pessoas já formadas em um curso de graduação presencial. É o caso de Sandra Brandt, graduada em Letras pela Unisinos, do Rio Grande do Sul. Mais de 20 anos depois da formatura, ela decidiu voltar a estudar. Cursou pós-graduação em Supervisão Escolar em EAD da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). “Aproveitei o curso tanto quanto teria aproveitado presencialmente, com a vantagem de que, sem precisar me deslocar, economizei tempo e dinheiro. Fui muito disciplinada. Lia todo o material, esclarecia as dúvidas com os professores. Se o aluno se compromete, o ensino a distância não perde para o presencial em nada”, diz.
Para especialista, falta preparo aos professores
As transferências de uma cidade para outra acabavam obrigando Roberto Teloecken a mudar de universidade sempre que o trabalho exigia. Por conta disso, algumas disciplinas cursadas eram invalidadas por outras instituições, e o estudante de Administração não conseguia se formar. A solução foi matricular-se em um curso a distância da Universidade Norte do Paraná (Unopar). Contudo Teloecken acredita que a modalidade apresenta carências.
“A faculdade a distância não promove diálogo nem troca de ideias como acontece na presencial”, diz. Roberto tinha uma aula presencial por semana, em um dos polos da universidade, quando assistia a uma transmissão feita pelo professor. “Nós podíamos mandar perguntas, mas, além de mim, milhares de outros alunos assistiam àquela aula. Na maioria das vezes, as dúvidas deles não correspondiam às minhas”.
Para conseguir aproveitar o conteúdo disponível ao máximo, Teloecken garante que seguiu as indicações dos professores com muita disciplina. “A EAD exige muita pesquisa, caso o aluno queira fazer um bom trabalho. Para ter uma atenção especial do professor, dá para usar o e-mail, além do fórum e do chat, que, mesmo com maior distância, possibilitam o contato com os colegas”, diz.
As ressalvas de Roberto em relação ao ensino a distância ilustram parte da crítica feita por especialistas. Organizador do recentemente lançado Educação a distância: cenário, formação e questões didático-metodológicas (Editora Wak, 2010), o sociólogo Marco Silva é cético quanto à qualidade do cenário atual da EAD no Brasil. Doutor em Comunicação, ele cita o descomprometimento dos alunos e a falta de preparo dos professores como alguns dos maiores problemas da modalidade.
Para ele, existe “uma espécie de mal estar em relação à EAD”. “O aluno lança mão desse recurso muitas vezes porque a universidade não abre outras possibilidades presenciais ou, então, porque mora muito longe da universidade e não tem tempo nem dinheiro para se deslocar. O problema é que, nesse caso, o próprio sujeito não está abraçando a causa com a coragem necessária. Ele próprio não está engajado. Não acredita, só faz porque não tem alternativa”, opina.
Silva é enfático na questão da má formação de professores. Na sua visão, os profissionais não são capacitados para atuar nesse formato. “Muitas vezes o professor vai para a modalidade online em busca de um plus no contracheque. Ele tem experiência no presencial, mas fica sabendo que a universidade vai abrir oferta em EAD e se candidata”, observa. “Nem sempre a universidade procura saber se esse profissional está capacitado, se ele sabe fazer um fórum ou um chat, por exemplo”.
Além de formar professores capacitados a interagir com os alunos, segundo Silva, é necessário desenvolver um desenho didático adequado à EAD. “É preciso rever a maneira como o conteúdo vai chegar ao aluno. Este conteúdo deve ser capaz de atrair e de instigar, e a docência deve ser capaz de aproximar”, diz.

Fonte: Terra