segunda-feira, 25 de março de 2013

Abril Educação lança plataforma de cursos via celular

Usando portal de voz e torpedos, Edumobi oferece conteúdos em áreas tão distintas quanto Enem e educação financeira. Custo é de 2,99 reais por semana.

A Abril Educação — empresa do Grupo Abril, do qual faz parte a Editora Abril, que publica VEJA — lançou nesta terça-feira a Edumobi, plataforma que distribui cursos via celular. Por ora, os conteúdos estarão disponíveis apenas para assinantes da operadora Vivo, ao custo semanal de 2,99 reais cada. Até o final do ano, os cursos serão oferecidos também para mais uma operadora brasileira.

A plataforma começou a ser desenvolvida há três anos por Alex Pinheiro, que carrega no currículo uma vasta experiência no setor móvel. Seu desenvolvimento consumiu um investimento de 6 milhões de reais. “O formato de SVA, ou serviço de valor agregado, já está bem desenvolvido na área de entretenimento, por exemplo, com conteúdos de música e games. Faltava a educação”, diz Pinheiro.

O catálogo da Edumobi é abrangente. Além de um curso de educação financeira, há conteúdos e treinamento para quem vai tirar a primeira habilitação e até um curso de vinhos, assinado por Marcelo Copello, referência no assunto no Brasil.

A marca firmou também parceria com os cursinhos pré-vestibulares Anglo e pH para oferecer curso para os estudantes que se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Outros destaques são cursos sobre 3G e Wi-Fi, imposto de renda e atletismo, respectivamente produzidos com apoio das revistas InfoExame e Boa Forma, da Editora Abril.

Cursos — Os cursos se apoiam nas mecânicas de portal de voz e mensagem de texto. Ao se matricular, o usuário poderá escutar as aulas e, em seguida, realizar exercícios através de mensagens SMS, os famosos torpedos. “A plataforma foi adaptada para todos os celulares. Há uma diferença apenas para os smatphones, que podem acessar exercícios extras no nosso site móvel”, diz Pinheiro.
Para motivar os usuários, o Edumobi aposta em conceitos de gamificação. O estudante ganha medalhas e troféus conforme evolui nos cursos e também participa de um ranking que abrange todo o país. Além disso, pode compartilhar suas conquistas nas redes sociais.

Entre os planos da Edumobi está a expansão para todas as operadoras brasileiras. Até o final de 2014, garante Alex Pinheiro, o serviço será disponibilizado para todo brasileiro que tiver um celular — smartphone, ou não.

Informações de VEJA

Prefeito quer criar polos de MESTRADO EAD para docentes

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, planeja transformar os Centros de Educação Unificados (CEUs) da cidade em polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB), um sistema integrado por diversas instituições públicas do País que oferece educação a distância. Ao levar a UAB para os CEUs, a intenção é que os professores possam fazer mestrado, que pode até ser profissional, perto de casa, num ambiente que ele já conhece. “O professor tem que se sentir pertencente a um centro de formação. Nós já estamos fazendo o credenciamento e convocando universidades para início imediato”, disse Haddad em evento na segunda-feira (18) promovido pelas organizações Inspirare/Porvir e Todos Pela Educação.

Outra proposta apresentada pelo prefeito, que estava acompanhado do secretário da Educação, Cesar Callegari , na a quarta edição da Série de Diálogos O Futuro Se Aprende, com a presença de educadores e representantes da imprensa, é a adoção do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) , criado no governo federal quando era ministro. Para Haddad, a iniciação à docência é uma possibilidade concreta de fazer com que o aluno de licenciatura transite e leve o que acontece na escola para a academia. O programa dá bolsas a alunos de cursos presenciais que façam estágio em escolas públicas. A ideia é conceder ao menos 3 mil bolsas para estudantes que optem por fazer seu tempo de prática na rede municipal.

“É esse bolsista que pode ajudar a rede municipal no aumento da jornada de 4 horas para 7 horas e na adoção do Mais Educação (programa de educação integral do governo federal)”, disse Haddad. Com a limitação física de espaço, fazer com que os alunos fiquem mais tempo na escola pode significar que eles fiquem mesmo fora dela. “Nós subordinamos os demais equipamentos públicos [biblitecas, praças, museus] à lógica da cidade educadora, ampliando os espaços de aprendizagem. É uma lógica de acolhimento”, diz o prefeito, que planeja começar pelas escolas com Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mais baixo .

Quanto ao deficit de vagas em creche , tanto prefeito quanto secretário de Educação admitiram que, sozinha, a administração não vai conseguir sanar esse problema. Já está prevista a construção de 200 creches, com capacidade média de 150 crianças, o que adicionaria 30 mil vagas a um sistema que carece de quase 100 mil postos. “O governo vai fazer a sua parte para expandir, qualificar e manter a rede conveniada, mas acreditamos que uma quantidade grande de empresas pode ter o apoio técnico e financeiro da secretaria para oferecer essas vagas para os filhos de seus funcionários e para as crianças da comunidade do entorno”, diz Callegari. A convocatória foi recebida com interesse pelos participantes do encontro.

Fonte: ÚltimoSegundo

Educação a distância é popular, mas ainda não é negócio lucrativo

Quatro meses após Daphne Koller e Andrew Ng abrirem a Coursera, empresa americana que oferece cursos a distância de 33 universidades de elite, o site já tinha atraído um milhão de usuários. Uma adesão ainda mais rápida que do Facebook ou Twitter.
No mês passado, os cofundadores, professores de computação da Universidade de Stanford, observaram maravilhados o número de matrículas ultrapassar os 2 milhões, com 70 mil novos alunos por semana se matriculando nos mais de 200 cursos.
Em menos de um ano, a Coursera atraiu US$ 22 milhões em capital de risco, e deu tanto o que falar que algumas universidades soaram um tanto defensivas por não terem aderido à ideia.
Universidades americanas estão aumentando seus cursos on-line para atrair estudantes do mundo todo. Novos empreendimentos, como a Udemy, ajudam professores a formatarem cursos a distância. Harvard e o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) forneceram US$ 30 milhões cada para a criação do edX. Outra empresa nascida de Stanford, a Udacity, atraiu mais de um milhão de estudantes para seus cursos on-line abertos em massa (em inglês, Moocs), juntamente com US$ 15 milhões em financiamento.
Tudo isso poderia se somar ao ensino do ensino superior –se alguém conseguir imaginar como ganhar dinheiro.
A Coursera cresceu em velocidade vertiginosa e se transformou na atual líder do setor, mas não há garantias de que ela manterá sua posição no crescente mercado de tecnologia de educação.
“Ninguém ainda tem o modelo que vai funcionar”, diz James Grimmelmann, professor da Escola de Direito de Nova York, especializado em lei de internet e informática. “Eu espero que todos os atuais empreendimentos fracassem, porque as expectativas são altas demais. As pessoas acham que algo vai pegar. Mas é mais provável que levará uma década até que alguém descubra como fazê-lo e ganhar dinheiro.”
Mas Koller e Ng proclamam um desejo de manter os cursos disponíveis gratuitamente para estudantes pobres do mundo. A educação, eles dizem repetidamente, deve ser um direito, não um privilégio. E até mesmo aqueles que apoiam o empreendimento dizem que os lucros podem esperar.
“A monetização não é o objetivo mais importante para esse negócio a essa altura”, comenta Scott Sandell, um dos financiadores da Coursera e sócio-geral da New Enterprise Associates. “O que importa é que a Coursera está acumulando rapidamente um corpo de conteúdo de alta qualidade que pode muito bem ser atraente para universidades que desejam licenciá-lo para uso próprio. Nós investimos com uma mentalidade de longo prazo, e o período de gestação das melhores empresas é de pelo menos dez anos.”
“Nós ganharemos dinheiro quando a Coursera ganhar dinheiro”, fala Peter Lange, reitor da Universidade Duke, um dos parceiros da Coursera. “Eu não acho que demorará muito tempo. Nós não queremos cometer o erro cometido pelos jornais, de dar o produto de graça on-line por tempo demais.”
No momento, a fonte de receita mais promissora da Coursera é o pagamento de taxas de licenciamento por outras instituições de ensino, que desejam usar as classes da Coursera, seja como um “curso pronto” ou com videoaulas às quais os estudantes possam assistir antes de ir à sala de aula.

Validação de cursos

Koller também tem muitas outras ideias. Ela planeja cobrar US$ 20, ou talvez US$ 50, pelos certificados de conclusão. E sua empresa, assim como a Udacity, começa a cobrar de empregadores, como o Facebook e o Twitter, pelo acesso aos estudantes de melhor desempenho, iniciando por aqueles que estudam engenharia de software.
Recentemente, Koller ficou empolgada com uma notícia que estava prestes a anunciar: o campus de Los Angeles da Universidade Antioch concordou em oferecer crédito aos seus alunos por concluírem com sucesso dois cursos da Coursera, Poesia Americana Moderna e Contemporânea e Mitologia Greco-Romana, ambos lecionados por professores da Universidade da Pensilvânia.
A Antioch seria a primeira universidade a pagar uma taxa de licenciamento –Koller não divulga quanto– para oferecer os cursos aos seus alunos por um preço mais baixo que qualquer campus público no Estado. “Nós achamos que esse modelo vai se espalhar, ajudando as instituições acadêmicas a oferecerem aos seus alunos um ensino melhor por um preço mais baixo”, opina.
A Coursera anunciou recentemente outra rota para ajudar os estudantes a receberem crédito por seus cursos –e gerar receita. A empresa negociou para que o Conselho Americano de Educação, a entidade que representa as escolas de ensino superior, faça com que especialistas avaliem se vários cursos são dignos de transferência de créditos. Se os especialistas disserem que sim, os estudantes que completarem com sucesso esses cursos poderiam realizar uma prova, pagar uma taxa, e receber um crédito do conselho, uma certificação já aceita por 2.000 universidades.

Cliques

Segundo os contratos da Coursera, a empresa fica com grande parte da receita; as universidades recebem de 6% a 15% da receita e 20% do lucro bruto. Os contratos descrevem várias possibilidades de monetização: cobrança por extras, como manual ou aulas particulares (permanece um pergunta sem resposta se e como as universidades parceiras dividirão a receita com os professores que desenvolvem os cursos on-line; alguns professores dizem que a tarefa equivale a escrever um livro didático e, portanto, merecedora de remuneração semelhante).
Uma receita minúscula entra por uma parceria com a Amazon. Ela recebe uma pequena comissão toda vez que os alunos da Coursera clicam, por meio do site, e compram livros recomendados ou qualquer outro produto na Amazon.
“São apenas poucos mil, mas é nossa primeira receita”, explica Koller. “Quando um professor recomenda um livro e as pessoas o compram na Amazon, nós recebemos dinheiro. O engraçado é que recebemos quase o dobro de dinheiro por coisas como jaquetas dos Texas Rangers do que por livros de ensino.”
Outras possibilidades analisadas incluem a cobrança de uma taxa de assinatura, após o término de um curso, para permanência no fórum de discussão como uma comunidade de internet, ou talvez oferecendo cursos adicionais, de novo por uma taxa. Propagandas no site continuam sendo uma possibilidade.
Como o acordo com a Antioch, algumas tentativas tiveram um início lento. A Universidade de Washington já ofereceu crédito pago por alguns poucos cursos da Coursera. Enquanto milhares de estudantes se matricularam na versão gratuita, apenas um punhado optou pela opção paga, que rende crédito. Mas o vice-reitor, David P. Szatmary, justificou que parte do problema foi a opção de crédito ter sido postada apenas pouco depois do início do curso, quando a maioria dos alunos já tinha se matriculado gratuitamente.
“Vamos tentar de novo. Achamos que, se nossos alunos souberem da possibilidade de obter direito ao crédito, eles poderão se mostrar dispostos a pagar uma taxa e ter seu próprio fórum de discussão, um instrutor que os oriente ao longo do curso e algumas leituras e projetos adicionais.”

Porta para o ensino superior

Os cofundadores da Coursera descrevem os cursos on-line gratuitos como a porta de acesso ao ensino superior para qualquer um com conexão de internet. Muitos educadores preveem que grande parte da receita dos Moocs virá de cursos complementares licenciados e de cursos introdutórios em matérias como economia e estatística, duas categorias de cursos que contam com centenas de milhares de estudantes matriculados por ano.
Apesar de menos de 10% dos estudantes de Moocs concluírem os cursos nos quais se matriculam por conta própria, muitos especialistas acreditam que a combinação de materiais de Moocs com apoio de um professor ou professor-assistente pode aumentar as taxas de conclusão.
Mas até mesmo Koller não sabe ao certo sobre o futuro dos Moocs e de sua empresa. “Há um ano, eu não poderia imaginar que estaríamos onde estamos agora”, ela disse. “Quem sabe onde estaremos daqui cinco anos?”

*Texto de “The New York Times”; tradução de George El Khouri Andolfato

Alunos reclamam de qualidade e atendimento de cursos EAD

Atrasos no recebimento de apostilas impressas, na divulgação de notas de provas e até na expedição do diploma de conclusão de curso estão entre as reclamações de alunos de cursos de educação a distância (EAD), que também incluem demora no retorno dos coordenadores e falta de soluções. Em portais destinados a reclamações de consumidores, essas instituições acumulam listas de protestos. O foco dos problemas, segundo a Associação Brasileira dos Estudantes de Educação a Distância (ABE-EAD), está no atendimento, e há casos que precisariam de maior intervenção do Ministério da Educação (MEC).

O setor de EAD registrou um crescimento bastante sensível na última década. Em 2000, o número de matrículas era de 5.287; já em 2011, passou para 992.927. Hoje, 142 instituições (públicas e privadas) estão credenciadas, com 1.044 cursos de graduação. Mas o boom não foi acompanhado, necessariamente, pela qualidade.

O líder de reclamações é o atendimento, que tem mais impacto sobre o aluno, comenta o presidente da ABE-EAD, Ricardo Holz. “O aluno depende da internet ou do 0800. Ele não está na aula para conversar pessoalmente”, explica. No Brasil, para iniciar o funcionamento de um curso a distância, a instituição deve ter a uma autorização fornecida após visita de agentes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O reconhecimento do curso, condição para emissão de diploma, é feito pelo MEC quando se atinge entre 50% e 75% da carga horária. Só em 15 de fevereiro deste ano, o ministério reconheceu 30 novos cursos de EAD.

Formado em Administração, Douglas Souza Barachati, 37 anos, buscava uma segunda graduação, desta vez na área em que trabalhava: contabilidade. Por falta de tempo, buscou um curso a distância em uma instituição com polo na cidade onde mora, São José dos Campos. Em 2011, começou a estudar Ciências Contábeis na Universidade Paulista (Unip), que oferece EAD por meio da Unip Interativa. Mas enfrentou dificuldades desde o início do curso.

Embora tenha direito tanto ao material online quanto ao impresso, a apostila só costuma chegar ao polo quando a disciplina termina, afirma Barachati. “Teve semestre em que eu tive três matérias e até hoje não tenho nenhuma apostila”, protesta. Em comunicado, a instituição informa que está trabalhando para aprimorar procedimentos de produção e distribuição. Mesmo que o conteúdo esteja online, Barachati vê na apostila um apoio importante para as videoaulas, por isso adotou como saída imprimir os arquivos – que podem ter mais de cem páginas.

Outro problema está na divulgação dos gabaritos das provas e das notas. Barachati já fez exame no fim do semestre sem saber se havia sido reprovado ou não e, consequentemente, se precisaria ter realmente feito a prova. Isso porque gabaritos e notas não haviam sido postados na internet pelos professores no prazo correto. No primeiro semestre, ele diz que foi orientado a prestar o exame, para prevenir uma reprovação. Naquela vez, seguiu a dica, mas ao ver o problema se repetir no segundo semestre, reivindicou as notas e uma nova data para realizar a recuperação. “Comecei a ver que era uma coisa frequente”, diz. A Unip Interativa alega que, por uma exigência do MEC, a correção das provas deve ser feita na matriz em São Paulo, o que teria provocado atrasos na divulgação das notas, problema que vem sendo resolvido.

Sem diploma e sem direito de lecionar

A paulistana Carollina Tonini Mazzoni, 32 anos, já é formada – mas só na prática. Em junho de 2011, ela terminou o curso de Letras com habilitação em Português e Espanhol pela Universidade do Tocantins (Unitins), e até hoje não recebeu o diploma. Depois de substituir uma professora de espanhol em licença maternidade no Colégio Gabriel Piza, em São Paulo (onde hoje trabalha como secretária escolar), ela teve a oportunidade de assumir a titularidade da disciplina. Só que seu histórico escolar, que serviu de comprovação de conclusão para o período provisório na escola, não foi mais aceito. Sem o diploma, perdeu a vaga. “Paguei a faculdade inteira e não posso dar aula. Não posso exercer a profissão”, lamenta.

Na época em que a Unitins oferecia o serviço com a EADCon, notas de Carolina apareciam e sumiam de sua página. A gota d’água foi no último semestre, quando afirma que apareceram em seu histórico disciplinas em que teria sido reprovada por não ter prestado a prova. “Absurdo, porque eu já tinha feito”, contesta. Ela diz ainda que foi reprovada até em matérias que não tinha cursado e não pertenciam ao currículo. Em nota, a Pró-reitoria de Graduação da Unitins rebate que a aluna só tinha matrícula regular até o 6º período, reprovada em 16 disciplinas. A instituição acrescenta que o último semestre dos sete não foi cursado. A Unitins informa, ainda, que os cartões-resposta das provas foram enviados à universidade sem guia de remessa e autenticação em cartório, o que invalidou as notas obtidas. A aluna pensa em recorrer à justiça.

Segundo a diretora de atendimento do Procon de São Paulo, Selma do Amaral, o contrato entre a instituição de ensino e o aluno configura uma relação de consumo, e o serviço deve ser prestado de acordo com as normas do MEC. “Se houver algum descumprimento, esse aluno pode se utilizar do Código de Defesa do Consumidor”, observa.

Reclamações se estendem à qualidade dos vídeos

Nos sites dedicados a receber reclamações de consumidores, outras instituições inspiram reivindicações. No Reclame Aqui, por exemplo, os cursos EAD oferecidos pela Universidade Estácio de Sá motivam protestos em relação aos vídeos. Em comunicado, a instituição informa que modificou o sistema do ambiente virtual e passou a enviar as videoaulas pré-gravadas em vez de transmiti-las ao vivo, melhorando a qualidade.

Nos casos de prazo para postagem das notas, a Estácio informa que as provas são realizadas em computadores, e a correção ocorre de acordo com o calendário acadêmico estabelecido. Já os problemas de entrega de material, segundo a instituição, podem ter origem em eventuais atrasos na matrícula ou até em greves dos Correios. De qualquer forma, as apostilas são disponibilizadas 48 horas após a matrícula.

Ranking avalia a qualidade do EAD no Brasil

A ABE-EAD divulgou, em outubro de 2012, a última edição do ranking das instituições que oferecem educação a distância. São listadas todas as 66 credenciadas junto ao MEC (as públicas estão reunidas no título de Universidade Aberta do Brasil, a UAB). Ao todo, quase 16 mil alunos responderam a um questionário, aplicado entre maio e setembro de 2012. Segundo Holz, presidente da entidade, a maior parte dos estabelecimentos obteve nota 4 ou 5 em uma escala que vai de 0 a 5 – outras 10 obtiveram índice 3 e apenas uma ficou com nota 2. O desempenho é considerado bom. “A maior parte é de qualidade”, afirma.

São essas instituições que levaram a funcionária pública Deyse Ouro, 29 anos, a se matricular no curso de Serviço Social na Anhanguera Uniban. Para realizar o sonho de ter uma graduação, o tempo era um dos grandes obstáculos. “Eu gasto no mínimo uma hora para chegar até a faculdade. Optei por realizar esse trajeto apenas duas vezes por semana e investir o restante do tempo em meus estudos”, afirma. Com a ferramenta, Dayse comenta que alguns alunos tiveram dificuldade no acesso no início do curso por conta de um problema com as senhas, mas nada que pudesse atrapalhar os estudos. “Dá para rever as aulas quantas vezes for necessário, os trabalhos são postados online”, enumera as vantagens. Além disso, há o fator financeiro, com a mensalidade mais barata do que nas universidades presenciais.

No levantamento anterior, em 2011, uma instituição obteve nota 1 e outras sete ficaram com conceito 2 (entre elas a Unip Interativa, que em 2012 foi conceituada com nota 3). No ranking do ano passado, apenas a Universidade Cidade de São Paulo (Unicid) manteve o mau desempenho e ficou com índice 2. A Unicid informa que, desde agosto de 2012, tem uma equipe destinada a identificar possíveis fraquezas e promover melhorias no ensino. A instituição alega ainda que o resultado da pesquisa não reflete o atual momento do serviço prestado.

Ainda assim, o presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), Fredric Michael Litto, defende mais rigor na atuação do MEC na fiscalização dos cursos e a necessidade de um trabalho em conjunto das entidades e do ministério para a proposição solucionar os problemas. Ele também relata que, no geral, as instituições de educação a distância que oferecem um serviço de qualidade estão em maior número.

Fonte: Terra