quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Tecnologia democrática

Primeiro dia de aula. Nada de professor, trote ou cabeça raspada. Lugar? A sala de um hotel no centro de São Paulo. Oito horas de sábado, 11 de fevereiro. Os 31 calouros do curso a distância de Administração da Faculdade Aiec foram conhecer a estrutura da graduação e o ambiente online onde vão estudar pelos próximos quatro anos. Em comum, têm o discurso de que, sem precisar ir à faculdade todo dia, finalmente conseguirão o diploma.

São 21 mulheres. Ana Paula Freitas, de 37 anos, começou a trabalhar aos 17, teve o primeiro filho aos 19. Disse que nunca pôde pagar uma faculdade. Funcionária do call center da TIM, aproveita o que chama “oportunidade única”: a empresa vai bancar 80% da graduação. Dez dias após o início das aulas, Ana Paula disse que a vida de caloura não estava fácil. “Coloco a criançada (ela tem outros dois filhos, de 2 e de 7 anos) para dormir às 9 e meia, ligo o computador e estudo até meia-noite.”

Ana Paula resume o perfil dos alunos de graduação a distância no País: são mais velhos, mais pobres e precisam ajudar no sustento da casa. Legítimos representantes da classe C, apostam na educação para melhorar de vida. E recorrem à EaD porque conseguem estudar nos horários mais oportunos, sem abrir mão do emprego ou do convívio com a família. A contrapartida: ser organizados e autônomos, já que dependem mais de si mesmos que dos professores para aprender.

O ensino a distância não é novidade no País. Já na década de 1930 eram oferecidos cursos profissionalizantes por rádio e correspondência. O Instituto Universal Brasileiro, criado em 1941, está no imaginário de gerações. Capacitou milhares de brasileiros em corte e costura e em eletrônica.


Enquanto em países como Inglaterra e Espanha, universidades de EaD nasceram já nos anos 1970, o ensino superior a distância ainda é adolescente no Brasil: seus fundamentos só surgiram em 1996, na Lei de Diretrizes e Bases. Mas o adolescente cresce rápido. O número de cursos de graduação saltou de 10, em 2000, para 930 em 2010, segundo o Ministério da Educação. A quantidade de alunos disparou, de 1,6 mil para 930 mil. Resultado: hoje 15% dos universitários estudam a distância.



Esse bolo vai continuar crescendo, segundo especialistas, porque somos um país continental onde a oferta de cursos está concentrada em grandes centros. Além disso, chegar à faculdade ainda é privilégio de uma minoria. “Jovens de centenas de municípios onde não há faculdades poderiam ser atendidos por polos de EaD”, diz o consultor João Vianney, que criou e coordenou o laboratório de ensino a distância da Federal de Santa Catarina.

Não há modelo único para a EaD no ensino superior no País, mas entre as regras que precisam ser respeitadas por todas as escolas está a obrigatoriedade de realizar, presencialmente, avaliação, estágios, defesas de trabalhos ou práticas em laboratório.

Na Aiec, por exemplo, os alunos resolvem quatro exames por semestre, que valem 50% da nota final. A outra parte da pontuação é atribuída de acordo com trabalhos, estudos de caso e exercícios. No dia 10 de março haverá o segundo encontro da turma, com atividades em grupo e aplicação dos primeiros testes.
O técnico em contabilidade Sérgio Bernardo Moraes Júnior, de 52, é um dos mais velhos do grupo de novos alunos da Aiec em São Paulo. Ele veio transferido da Upis, faculdade particular mantida pelos mesmos gestores da Aiec em Brasília. Está pegando matérias de três períodos diferentes – e espera que desta vez consiga pegar o diploma.



Assim que terminou o então ensino médio, Sérgio ingressou em Engenharia Civil na Unicamp. Após dois anos de curso, seu pai sofreu um acidente. Sérgio voltou a capital para cuidar do pai e assumir o escritório de contabilidade da família. Não conseguiu retornar para a Unicamp e só por volta de 2004 decidiu começar a estudar Administração, no Mackenzie, à noite. “Mas não seguia o horário pleno porque não conseguia chegar para a primeira aula”, explica.

Três anos e meio depois, recebeu uma proposta de emprego e mudou-se para Brasília. Após adaptar-se à nova cidade, matriculou-se na Upis. Fez três períodos, dos quais apenas um completo. Trancou o curso. Ficou desempregado, reabriu a matrícula. Estudou mais dois meses e chegou um convite para voltar a São Paulo, em meados de setembro do ano passado. “Eu tinha me saído muito bem na primeira avaliação e não queria jogar a nota fora. Tentei negociar com a coordenação para eu só fazer as provas do segundo bimestre, mas não deixaram, claro. Aí me sugeriram estudar a distância.”

Finalmente na Aiec, Sérgio vê nos colegas um problema parecido com o dele: a falta de horários para frequentar uma universidade. “Uma coisa é você fazer faculdade aos 18, 19 anos, quando não tem tanto compromisso”, lembra. “O que leva as pessoas à EaD é o tipo de vida que elas levam. Não acredito que seja a primeira opção de cara.”

Restrições
O MEC financia universidades públicas que já ofereciam graduações a distância por meio do programa Universidade Aberta do Brasil, hoje com 131 mil alunos. Mas impõe restrições à expansão da EaD. Exige, por exemplo, que os cursos tenham polos presenciais. Desde 2007, controla com mais rigor a abertura de cursos e é mais exigente em relação a infraestrutura e material didático. “A oferta de um curso a distância não ocorre pela mera transposição de um projeto de curso concebido para ser ofertado presencialmente”, afirmou o MEC, em nota.

O sergipano Márcio Smith, de 22, admite que buscou a EaD achando que seria mais fácil. “Entramos eu e mais dois amigos. Eles desistiram no primeiro semestre, eu passei com dificuldade. Percebi que precisava encarar a faculdade de outra maneira.” Ele faz a graduação tecnológica em Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Estácio. Começou no polo de Aracaju, mas recebeu proposta de emprego e mudou-se para Lajeado (RS). Desde o ano passado vive em São Paulo e, mesmo sem diploma, já assumiu a gerência de TI da academia Companhia Athletica no Morumbi, zona sul. “Ganho o triplo do meu salário de Aracaju e trabalho menos. E ainda estudo na hora em que eu quiser.” Ele cola grau no fim deste ano.



Preconceito
A percepção de que a EaD é uma opção de segunda linha se choca com dados do Enade, prova que mede o rendimento dos estudantes da graduação. Em 2009, o MEC divulgou pela primeira vez uma pesquisa que comparava o desempenho de universitários nas modalidades presencial e a distância. Os formandos em EaD tiveram, em geral, 6,7 pontos a mais no exame que seus colegas de cursos presenciais em Administração, Matemática, Pedagogia e Serviço Social.

Mesmo diante de resultados como esse – e do fato de que o diploma não indica a modalidade do curso -, há empresas que evitam contratar graduados em EaD. Um preconceito que, segundo especialistas em RH, vai desaparecer conforme o mercado ganhe profissionais mais habituados ao uso das tecnologias de informação e comunicação. “As companhias vão dar menos importância à modalidade, mas vão continuar querendo saber em qual instituição o candidato se formou”, diz Irene Azevedo, diretora de negócios da consultoria LHH/DBM.

Por outro lado, a professora da FEA-USP e da FIA Tânia Casado vê com reservas a EaD. Segundo ela, ainda existe no Brasil uma “cultura de sala de aula” muito forte, em que o aluno deposita suas expectativas de aprendizagem nas mãos dos professores. “Em que medida o estudante brasileiro, de qualquer idade, está maduro para o ensino a distância, quando não temos a cultura da autonomia nos estudos?”, questiona a especialista em carreiras. “Além do mais, trata-se de uma modalidade nova, sem metodologias consagradas.”



Se a graduação a distância ainda enfrenta obstáculos, outros cursos estão na moda. As empresas apostam na EaD em suas universidades corporativas para treinar funcionários espalhados pelo País.
O engenheiro paulista Cícero de Almeida Falcão, de 54, concluiu no fim do ano passado o MBA em Gestão Internacional de Projetos da FGV Online, parcialmente financiado pela Odebrecht. De Ipojuca (PE), ele participava de atividades online com colegas que trabalham em Angola e nos Estados Unidos. “A Odebrecht tem a cultura de espalhar seus funcionários pelo mundo. Quis aumentar minha empregabilidade na própria companhia.”

Ivo Dino Martins, de 46, diz que não conseguiria se formar tecnólogo em Gestão Financeira caso não recorresse à EaD. Piloto particular de um banqueiro, fez atividades do curso da Anhembi Morumbi em hotéis de todos os continentes. “Percebi que tinha tempo, entre uma viagem e outra, para me dedicar a uma faculdade”, diz. “Se a pessoa tiver dedicação, vontade e organização, ela será bem-sucedida num curso presencial ou a distância.”



Mercado
A FGV e a Anhembi, onde estudaram Cícero e Ivo, são razoavelmente pequenas num setor em que 7 instituições têm a mesma quantidade de alunos na graduação que a soma de outras 127. A Universidade Norte do Paraná (Unopar) aparece isolada na dianteira, com 130 mil estudantes só na EaD. Há dois meses, foi comprada por R$ 1,3 bilhão pela Kroton, empresa financiada com capital estrangeiro.



Arquivado em Cursos Online , Educação a Distância , Notícias , Tecnologias , Tecnologias EAD

Fonte: estadao.com.br

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Cupons de Desconto – Cursos Online – EADVIRTUAL

 
 
O Instituto EADVIRTUAL lançou os cupons de descontos válidos até o dia 15/03/2012 para 04 cursos a distância.
 
Todos os cursos são totalmente a distância dinamizados na plataforma Moodle. O certificado é enviado pelos correios em embalagem especial.
 
Aproveite!!! Pegue o seu cupom de desconto.
Código do Cupom: W87UST927VM – CAPACITAÇÃO E FORMAÇÃO PARA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – 100 h/a
Valor do Desconto: R$100,00
 
Código do Cupom: ZY5423TUA22 – A NOVA ORTOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA – 80 h/a
Valor do Desconto: R$100,00
 
Código do Cupom: EAD7WAF87SZ – PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E APRENDIZAGEM NA CULTURA DIGITAL – 120 h/a
Valor do Desconto: R$133,00
 
Código do Cupom: GF85IUJ62N1 – Bullying – Vítimas e Consequências – 80 h/a
Valor do Desconto: R$20,00
 
 
Fonte: Arquivado em Cursos Online , Educação a Distância

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

MIT lança curso universitário a distância

Quem prefere se dedicar aos estudos sem sair de casa, já tem como opção o famoso Instituito de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos. A organização anunciou o lançamento de um curso livre para todo o mundo, que pode ser inteiramente acompanhado e avaliado pela Internet.

O projeto online, intitulado MITx, vai oferecer, por enquanto, apenas uma modalidade de aprendizagem, que começa em março. O curso interativo de eletrônica foi projetado para “quebrar barreiras na educação”, pois o esquema inovador representa um passo significativo no uso da tecnologia para oferecer aulas de ensino superior.

A universidade não vai exigir dos alunos a necessidade de requisitos de entrada ou experiência em outras instituições. As matérias de estudo e grade horária com notas e aulas serão fornecidas inteiramente online, assim como um laboratório virtual, e-books, discussões na web e vídeos equivalentes a palestras. O esperado é que o curso tenha uma duração de quatro meses (caso se inicie em março), com carga horária de 10 horas semanal. Ao final dos estudos, os alunos recebem um certificado com a marca do MIT.

Para garantir o comprometimento dos alunos virtuais, o MIT fará o código de honra, uma espécie de contrato onde os estudantes em casa garantem que terão um comportamento honesto durante o aprendizado. No futuro, a universidade pretende implementar mecanismos de verificação de identidade e trabalhos facultativos de cada um dos usuários para apontar possíveis plágios.

De acordo com a BBC, embora não existam requisitos iniciais para começar o curso de eletrônica, o professor Anant Agarwal, diretor do laboratório de ciências da computação e inteligência artifical do MIT, afirma que os estudantes precisam ter conhecimento mínimo em matemática e ciências.

Na próxima segunda-feira, os responsáveis pela novidade devem definir como outras modalidades serão colocadas em prática. Isso inclui cursos que hoje são oferecidos no campus da universidade com um modelo feito exclusivamente para a internet. Além disso, o MIT planeja lançar outras disciplinas inteiramente online, como biologia, matemática e física.

Rafael Reif, reitor do MIT, diz que a universidade quer ter essa experiência como uma forma de descobrir o que pode ser entregue aos alunos por meio de cursos ministrados na web, como também acreditar que esse mecanismo de ensino pode ser valioso para a formação de profissionais no futuro. Isso tudo sem contar o despertar para o interesse em estudar no próprio campus da universidade, em Massachusetts, formando um grupo bem maior de estudantes internacionais.

Você consegue mais informações sobre como se inscrever, além de ver a lista dos cursos oferecidos, clicando aqui.

Com informações de Olhar Digital

Fonte: imaster.com.br

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Os desafios de ter o aluno a Distância

“Tentei fazer uma faculdade tradicional ao terminar o ensino médio, mas mudei de cidade e precisei trancar a matrícula. Agora, retomei a faculdade e optei por um curso a distância porque viajo muito a trabalho”, diz Joelson Madureira, de 34 anos, gerente de vendas de uma multinacional de tecnologia. Sua história retrata o perfil da maior parte dos cerca de 1 milhão de alunos que estudam longe da escola no Brasil.

“A previsão é que o número de alunos em cursos a distância triplique e atinja 3,1 milhões nos próximos oito anos, segundo as consultorias Hoper e CM. Essa expansão se dará, principalmente, por conta de um grupo de cerca de 20 milhões de pessoas, com idade entre 25 e 39 anos que se formaram no ensino médio, mas não ingressaram na faculdade.

“O que chama atenção nesse segmento é a velocidade de crescimento. A Unip, do empresário João Carlos Di Gênio, por exemplo, tem 160 mil alunos em seus cursos presenciais criados na década de 1970. Os cursos a distância, abertos há apenas seis anos, já contam com 54,4 mil matriculados. Há casos como os das faculdades catarinense Uniasselvi e a Unopar, do Paraná, que têm mais alunos longe da escola do que dentro dela.

“A área de educação a distância tem a seu favor o potencial de crescimento no país. Ativos nessa área passam por uma supervalorização. Em dezembro, a mineira Kroton desembolsou R$ 1,3 bilhão pela Unopar, universidade de Londrina (PR), que atua basicamente com cursos ministrados por meio do computador. Foi a aquisição de maior valor do mercado brasileiro de educação.

Mas o segmento de ensino a distância tem um grande desafio: derrubar a imagem negativa de que seus cursos de graduação têm uma qualidade inferior em relação aos presenciais. Entidades de classe como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) questionam as faculdades a distância e travam, inclusive, discussões no âmbito jurídico.

“Somos contra a formação inicial em Serviço Social a distância porque a qualidade é ruim, os polos são inadequados e há conteúdo pedagógico desatualizado. Além disso, a interação social é fundamental para quem pretende ser assistente social”, disse Juliana Iglesias Melim, diretora da Conselho Federal de Serviço Social. No ano passado, a CFESS chegou a veicular uma campanha intitulada ‘Educação não é fast-food. Diga não à graduação a distância em Serviço Social’. A Associação Nacional de Tutores de Ensino a Distância foi à Justiça e conseguiu liminar proibindo a divulgação da campanha.

“Os defensores da educação a distância observam que as notas no Enade, exame do Ministério da Educação que avalia os cursos de ensino superior, são boas. Na última avaliação, os cursos a distância de administração, matemática e pedagogia tiveram um desempenho 2,09 pontos acima dos cursos presenciais.
“No mercado de trabalho, as empresas, em geral, ainda não contratam profissionais formados em ensino a distância para cargos de chefia. Mas já começa haver uma aceitação para funções de apoio, principalmente, na área de tecnologia. “As empresas de TI [tecnologia da informação] aceitam bem os cursos a distância para cargos de suporte à gestão. Para funções de diretoria exige-se uma carreira acadêmica mais longa. Cerca de 60% das pessoas que atuam na área de tecnologia interrompem a faculdade porque trabalham muito e não têm tempo para estudar”, diz Lucas Toledo, gerente executivo da empresa de recrutamento e seleção Michael Page Brasil.

“Essa área é bem nova. Nunca contratei nenhum aluno formado a distância, mas também nunca houve nenhuma empresa colocando o curso a distância como um impeditivo para contratação”, disse Bruna Dias, gerente da consultoria da Cia de Talentos.

Cursos de graduação a distância existem no país há dez anos, mas é pequena a presença de universidades públicas e faculdades privadas consideradas de primeira linha nesse segmento.
“Infelizmente, a formação inicial superior [faculdade] a distância ainda é vista com aquele olharzinho meio torto. Até as próprias instituições de ensino enxergam o EAD [sigla para ensino a distância] como se fosse um puxadinho da educação”, diz Stravos Xanthopoylos, professor responsável pelo FGV Online – braço da renomada Fundação Getúlio Vargas que oferece cursos para tecnológos (em gestão pública, por exemplo) e pós-graduação a distância.

O Grupo Ibmec também não tem curso superior a distância, mas pretende dar os primeiros passos a partir do próximo ano. A instituição de ensino está investindo R$ 80 milhões, entre 2009 e 2014, para montar uma plataforma tecnológica capaz de sustentar aulas on-line. A meta no próximo ano é ter algumas disciplinas online nos cursos presenciais. “A partir de 2013 não teremos mais um curso 100% presencial no Ibmec”, diz VanDyck Silveira, presidente do Grupo Ibmec e ex-diretor da Duke Corporate Education, grupo de ensino londrino focado em educação para executivos, com forte atuação em ensino a distância.
Na Europa e nos Estados Unidos, a educação a distância já é bastante difundida, inclusive em cursos de graduação. “Em outros países, o ensino a distância é muito comum. O Nelson Mandela [ex-presidente da África do Sul], por exemplo, cursou administração na University of London enquanto esteve preso”, diz João Vianney, consultor da Hoper.

Segundo a consultoria CM, nos Estados Unidos 29% dos cursos de graduação são totalmente a distância. “Nos Estados Unidos, praticamente todos os cursos são híbridos, ou seja, uma parte das aulas é presencial e a outra é on-line. Além disso, lá um curso a distância não é mais barato como acontece aqui no Brasil”, diz Oscar Hipólito, diretor pedagógico da Laureate, grupo americano de ensino que tem 675 mil alunos no mundo.

Ao contrário do que se imagina, os custos do ensino a distância não são baixos. Essa modalidade pedagógica demanda investimentos altos em tecnologia. A Anhanguera Educacional, por exemplo, investiu somente em 2011 cerca de R$ 40 milhões em uma nova plataforma tecnológica, com 50 canais de satélites, que possibilitam a gravação de 36 mil horas de aula por mês.

Além da tecnologia, o mercado de EAD exige investimentos na produção de conteúdo específico, treinamento de professores para o universo digital, polos para as aulas presenciais e provas, e laboratórios, entre outros equipamentos.

“Para cada turma de 50 alunos é preciso ter um tutor. Também montamos uma equipe de plantão com professores disponíveis 24 horas, sete dias por semana porque os alunos normalmente trabalham durante a semana e tiram as dúvidas à noite ou fim de semana”, diz Marcelo Souza, diretor de tecnologia da Unip e ex-professor da Unicamp. “Hoje, contamos com quatro cursos de graduação e pretendemos abrir novos bacharelados e licenciatura, turismo e comunicação”, disse Elizabete Brihy, diretora da área de ensino a distância da Unip.

Segundo Carlos Monteiro, da consultoria CM, faculdades com poucos cursos têm uma rentabilidade maior: “A Unopar, que foi vendida por R$ 1,3 bilhão, tem apenas 12 cursos e 145 mil alunos. As despesas fixas com professores e conteúdo pedagógico se diluem na carteira de alunos”.

No Brasil, o valor médio das mensalidades da graduação a distância é de R$ 220. Nos cursos presenciais, R$ 500. “Para uma faculdade de ensino a distância, com mensalidade na casa dos R$ 200, ser rentável é necessário ter pelo menos 5 mil alunos”, diz Ryon Braga, consultor da Hoper. Quando se consegue chegar a um volume grande de alunos as margens de rentabilidade podem ser generosas. Na Unopar, que tem 146 mil alunos, a margem ebitda (lucro operacional) é de 28%. Na Kroton, que acaba de comprar a Unopar, essa margem é de 17%.

Um curso presencial pode ter no máximo 80 matriculados, por sala de aula – acima disso o MEC reduz a nota do curso. Em faculdades com número menor de alunos em cursos a distância, as mensalidades têm valor superior a R$ 200 (a média do mercado) e a forma de transmissão das aulas, normalmente, é pela internet e não por sinal de satélites. Na FGV, por exemplo, a mensalidade de um curso tecnólogo a distância, com duração de dois anos, é cerca de R$ 600.

Fonte: Beth Koike, Valor Economico


Autoplágio para obter o Mestrado

Chalita fez autoplágio para obter mestrado

Para conseguir 2º título, pré-candidato do PMDB a prefeito de SP usou em 97 tese apresentada por ele mesmo 3 anos antes
PUC-SP diz não ver irregularidade, e Chalita contesta autoplágio; prática é incomum e considerada antiética

Ex-secretário estadual da Educação e pré-candidato a prefeito de São Paulo, o deputado Gabriel Chalita (PMDB) usou teses praticamente idênticas para concluir dois mestrados, um em ciências sociais e outro em direito.

O caso é um exemplo típico de autoplágio, conduta rara e considerada antiética no ambiente acadêmico.
O primeiro mestrado de Chalita, em ciências sociais, foi defendido em 1994. Três anos depois, ele obteve o título de mestre em direito.

Cerca de 75% da segunda tese é uma reprodução da primeira. Os dois capítulos principais, além da conclusão do trabalho, são idênticos.

“O fato é inusitado. Nunca tinha visto caso idêntico ou similar a este”, afirma André Ramos Tavares, pró-reitor de pós-graduação da PUC-SP, instituição responsável por conceder os dois títulos de mestre a Chalita.
Entretanto, Tavares informou que a universidade não vê irregularidade no caso.
Há cursos da própria PUC, porém, que preveem que a identificação do autoplágio deverá levar “à imediata reprovação do aluno”.

Folha procurou seis professores titulares de quatro universidades diferentes e perguntou se, em tese, aprovariam um aluno que defendesse uma segunda dissertação de mestrado nas mesmas condições de Chalita.

Todos disseram que não, e alguns afirmaram, sem citar o caso concreto, que seria possível pensar na revogação do título acadêmico.

“É evidente que um mestrado assim não vale”, diz Lenio Streck, consultor “ad hoc” de avaliação da Capes (órgão do Ministério da Educação responsável pelos cursos de pós-graduação).
“O aluno precisa apresentar o resultado de sua pesquisa. Se o trabalho é igual, o que ele pesquisou?”, questiona Streck, professor da Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos, RS).

ORIENTAÇÃO
Procurado, Chalita afirmou, por meio de sua assessoria, que a sugestão de aproveitar no mestrado em direito o trabalho apresentado anos antes veio de seu orientador, o hoje desembargador Luiz Antonio Rizzatto Nunes.

“Trabalho idêntico não poderia ser”, afirma Nunes, que diz não se lembrar muito bem da orientação a Chalita. “Não tenho como fazer a avaliação em abstrato. (…) Desse jeito que você está falando eu não lembro, não faço ideia.”
Pela regras da PUC-SP, o aluno só pode obter o título de doutor em direito se já tiver um mestrado na área.

Ou seja, embora obtido pela mesma universidade, o mestrado em ciências sociais não poderia ser aproveitado.

Segundo sua assessoria, Chalita fez “algumas alterações” na primeira tese e incluiu “elementos da ciência do direito” na segunda.

As alterações feitas por Chalita não são evidentes. Lendo os dois trabalhos, é possível achar, por exemplo, a troca na posição de vírgulas e substituições de “esta” por “essa”, além de um ou outro parágrafo deslocado.

Já os acréscimos são mais claros. A bibliografia passou de 15 referências para 31, e o trabalhou ganhou dois capítulos -que foram largamente baseados no verbete “poder político” da “Enciclopédia Barsa” de 1977 e em citações de Shakespeare.

A conclusão dos trabalhos é idêntica, e o objetivo é o mesmo: discutir a questão do poder em Nicolau Maquiavel (1469-1527) e Étienne de La Boétie (1530-1563).

Os capítulos dedicados à análise dos pensadores também não foram modificados.
Em seu site, Chalita apresenta antes seu lado acadêmico e literário, e só depois a atuação política.
Além dos dois mestrados, ele tem dois doutorados, um em direito e outro em comunicação e semiótica, ambos pela PUC-SP, universidade da qual é professor desde 1997.

Segundo sua assessoria, a proliferação de títulos acadêmicos decorre de sua crença na “força da educação” e por ser essencial uma “aprendizagem constante e multidisciplinar” no magistério.

BANCA
A banca que aprovou o segundo mestrado de Chalita foi composta por Nelson Nery Junior e Celso Fiorillo, além de Nunes, o orientador.
Dos três, apenas Nery continua na PUC.

Nunes deixou a universidade e atualmente coordena o curso de pós-graduação da Universidade Metropolitana de Santos, instituição que foi recentemente descredenciada pela Capes e não consta da relação de cursos recomendados pelo MEC.

Fiorillo, que já foi diretor da faculdade de direito, deixou a PUC de forma litigiosa. Fonte: Folha.com

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

25 mil Vagas Gratuitas – Inglês Online

Já começou o período de pré-inscrição para alunos do Ensino Médio de escolas estaduais interessados em fazer o curso de inglês online oferecido pela Secretaria da Educação por meio da Escola Virtual de Programas Educacionais do Estado de São Paulo (Evesp). No primeiro semestre, serão oferecidas 25 mil vagas, destinadas também a estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede estadual. As aulas a distância começam em 5 de março e vão até 27 de junho.

As pré-inscrições podem ser feitas até o dia 10 deste mês por meio do Portal da Secretaria da Educação (http://www.educacao.sp.gov.br/), onde pode ser consultado o regulamento completo. No mesmo endereço, no dia 14, será publicada a relação dos candidatos aprovados com base em critérios como histórico escolar e vagas por região. Esses estudantes deverão comparecer à escola de origem nos dias 15 e 16 para efetuar a matrícula. Caso restem vagas, haverá segunda chamada no dia 17, para matrícula nos dias 23 e 24.

No momento da matrícula, os alunos receberão um headset (equipamento audiofônico) que poderá ser usado para assistir às aulas em computadores das escolas ou particulares. Elaborado pela equipe de Língua Estrangeira Moderna da Secretaria da Educação, o curso tem 80 horas, divididas em oito módulos com 10 horas cada um, e contará com 625 tutores.
O objetivo do programa é proporcionar aos alunos oportunidades para o desenvolvimento de novas formas de expressão linguística, enriquecimento curricular e acesso a outros povos e culturas, além de ampliar, no futuro, suas possibilidades de inserção e atuação no mercado de trabalho.

Sobre a Evesp
Criada em maio de 2011 pelo governador Geraldo Alckmin, a Evesp destina-se a oferecer programas educacionais regulares, especiais e de capacitação em situações que requeiram atendimento a necessidades de grupos específicos da população.
A Secretaria de Estado da Educação, por intermédio do curso de inglês online da Evesp, busca ampliar a oferta de vagas dos Centros de Estudos de Línguas (CELs), que atendem hoje cerca de 60 mil alunos da rede estadual em cursos de espanhol, italiano, francês, alemão, japonês e inglês.

O projeto busca, também, a modernização dos meios de ensino e de formação continuada, criando bases para, futuramente, alcançar todos os alunos em todas as regiões do Estado. O curso é oferecido na modalidade de educação a distância, uma alternativa viável considerando-se o acesso cada vez mais amplo dos estudantes aos recursos tecnológicos e midiáticos, comunidades virtuais e ambiente digitais. A utilização de recursos próprios do processo de autoaprendizagem permite aos estudantes o emprego de ferramentas tecnológicas interativas, que se constituem em elemento motivador da aprendizado. Tais ferramentas são cada vez mais utilizadas no ensino formal e nos processos de treinamento e formação profissional.

Da Secretaria da Educação

Fonte: redenoticia.com.br

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Volta às aulas do curso da EAD

Caro acadêmico, vai começar tudo de novo para as turmas que iniciaram no ano de 2010 parabéns novamente pela grande conquista e de outras que virão.

Para os acadêmicos veteranos, segue algumas reorientações. Acessar sua área restrita no Moodle, modular com seu tutor (a) a distancia, se atentar para os DA de cada disciplina, as tarefas que serão realizadas em sala de aula com o tutor presencial, as questões avaliativas, não deixar de imprimir o material para acompanhar as teleaulas e ficar atento para o inicias das mesmas de 06 a 11/02/2012.

E para os acadêmicos calouros, sejam bem vindo aos cursos da modalidade da Educação a Distancia do pólo da Anhanguera de SBO , tirem suas dúvidas com seu tutor presencial, o mesmo está apto a esclarecer suas dúvidas que no começo serão muitas, adiantando algumas, o curso não é totalmente a distância, e sim semi-presencial, o aluno é obrigado a freqüentar o pólo duas vezes na semana e para quem realizar o curso no final de semana tem que freqüentar na sexta e no sábado.
Segue algumas orientações, sempre acessar sua área restrita que será apresentada pelo seu tutor presencial, realizar as impressões das tealeaulas para trazer em sala de aula, ficar atento para as datas de entrega dos trabalhos e das questões  avaliativas que irão fazer parte de sua nota, realizar as tarefas na sala de aula após a teleaula  para seu auto estudo, e realizar seu DA( desafio de aprendizagem) que será realizado em grupo. Toda disciplina haverá um DA, o aluno da EAD tem que realizar uma doutrina de estudo para acompanhar o andamento de seu curso para não haver surpresa com o cronograma estabelecido da grade de seu curso, os acadêmicos da educação a distancia  terão a disposição diversos livros para lerem e relerem.

Novamente aos calouros, sejam bem vindos!

Início das aulas 13/02/12.