quinta-feira, 29 de março de 2012

Novos rumos da educação a distância



 Com um número de matrículas cada vez maior, essa modalidade de ensino requer o aumento da interatividade entre professores e alunos, além de oficinas de capacitação para facilitar o acesso às tecnologias disponíveis.

Muito antes da disseminação da informática, a educação a distância já era uma realidade, seja nos antigos cursos por correspondência ou em aulas exibidas pela televisão. Responsável por levar o conhecimento até pessoas que moram longe das universidades, esse método de ensino passou por grandes transformações e sua contínua modernização tenta suprir as necessidades do crescente número de alunos, entre elas, a maior interatividade.

Segundo Klaus Schlünzen, coordenador do Núcleo de Educação a Distância da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), em São Paulo (SP), a tecnologia é a principal ferramenta que permite maior interação entre professores e alunos separados fisicamente. “É preciso formar uma rede de aprendizagem onde alunos e professores criem uma relação não hierárquica e de forte diálogo”, explica.
Schlünzen: “É preciso formar uma rede de aprendizagem onde alunos e professores criem uma relação não hierárquica e de forte diálogo”
 
Dentre as ferramentas disponíveis, a mais utilizada é o ambiente virtual de aprendizado, uma plataforma on-line onde professores e alunos debatem sobre os assuntos contidos no material didático por meio de fóruns ou conversas individuais. Além disso, é possível registrar em formato digital o que foi discutido para enriquecer a avaliação da aprendizagem, já que o educador pode analisar o processo como um todo e não apenas o aprendizado final do aluno.

O desenvolvimento de salas de aula virtuais avança a passos largos e a interatividade é o ponto chave das pesquisas na área. A criação de programas de computador voltados para a educação a distância facilita o surgimento de novos cursos, mas é preciso preparar os alunos para o uso das tecnologias.

De acordo com Claudete Paganucci, pedagoga que coordena o curso de graduação a distância em pedagogia do Centro Universitário Claretiano, em Batatais (SP), a integração da equipe responsável por administrar os cursos é crucial para o sucesso da educação a distância. “Tanto professores quanto alunos precisam de oficinas de capacitação para que o acesso às novas tecnologias seja um facilitador do ensino e não gere frustração na hora de aprender ou ensinar”, esclarece.

Além de participar das oficinas, é preciso ter dedicação. Paganucci acrescenta que a maioria dos alunos é composta por adultos, que, diferentemente das crianças, têm maior capacidade de concentração ao estudar em casa. Apesar das exigências, o método de ensino permite que o aluno organize seu próprio horário de estudos e concilie a graduação com um emprego.

Preconceitos

Mas a educação a distância ainda deixa muita gente com o pé atrás, como mostra pesquisa feita por Paganucci em seu doutorado na Unesp. Por não saber como funciona a metodologia, algumas empresas ainda não acreditam que o aluno que aprende fora do ambiente físico da universidade tem a mesma capacidade que profissionais formados pelo ensino presencial. “É preciso esclarecer que, muitas vezes, o aluno da educação a distância é mais dedicado que o da educação convencional”, enfatiza a pedagoga. “Aprender de casa exige disciplina e persistência.”

Paganucci: “Muitas vezes, o aluno da educação a distância é mais dedicado que o da educação convencional”
 
Outro fator que gera preconceito – agora nos próprios alunos – é a distância física do professor. Se o educador não conhece o aluno pessoalmente, como pode atender as necessidades individuais de aprendizado de cada um?

Paganucci explica que a interação, seja por telefone ou nos ambientes virtuais, pode funcionar melhor do que na sala de aula, já que o aluno tem a possibilidade de discutir individualmente – e repetidamente – com o professor sobre o conteúdo trabalhado. Além disso, o material didático pode ser complementado com textos sobre a cultura de cada região atendida pelo programa de educação a distância da universidade.
Apesar dos preconceitos, a adesão à educação a distância vem crescendo a cada dia. Desde 2010, mais de um milhão de pessoas já se matricularam em cursos de graduação nessa modalidade, que tem contribuído muito para democratizar o conhecimento no nosso país.


Fonte: Mariana Rocha

Ciência Hoje On-line

No exterior, ensino a distância vive período excitante e nebuloso



 Todas as grandes grifes internacionais do ensino superior já trabalham com EaD

No exterior, a educação a distância vive um período ao mesmo tempo excitante e nebuloso. Todas as grandes grifes internacionais do ensino superior, como Harvard, MIT, Yale, Columbia, Stanford, Oxford e Cambridge, trabalham com EaD. Mas nem sempre o conteúdo tem o formato de cursos que oferecem diploma (há muitas palestras e cursos livres) e rankings como o da revista americana US News and World Report costumam destacar instituições dedicadas apenas ao online, como a Walden University.
 
Filiada à rede Laureate (que controla instituições como a Anhembi Morumbi aqui), Walden tem 48,5 mil alunos de graduação e pós de 140 países, em 65 cursos e 330 especializações. Investidor e consultor da Filadélfia, Kevin Miles está fazendo o doutorado em Administração de Empresas da Walden. Diz que tanto o governo quanto grandes empresas reconhecem a qualidade do ensino da instituição, mas admite que há reservas no meio acadêmico.
 
“Na minha classe há funcionários do governo e de grandes corporações, como Intel e HP”, conta Miles. “Embora alguns acadêmicos afirmem que o diploma de uma universidade convencional vale mais, escolhi Walden por indicação do reitor de uma das escolas de negócios top dos Estados Unidos – graduado em Harvard.”
 
No mercado online, por sinal, a questão não é nem saber se os grandes players serão universidades só de EaD ou convencionais. Editoras, empresas de mídia e telefonia despontam como concorrentes.
 
“Pode acontecer com as escolas o mesmo que ocorreu com os fabricantes de celular. Acostumados a competir entre si, não previram que a concorrência viria do iPhone e do Blackberry”, diz o brasileiro Newton Campos, diretor de Admissões da escola espanhola de negócios IE, cujo International Executive foi considerado o melhor MBA a distância do mundo pela revista The Economist. Por causa do quadro descrito por Campos, uma empresa como a Nokia viu seu valor de mercado despencar de US$ 150 bilhões para US$ 20 bilhões. “Um banco pode reunir especialistas e criar um excelente MBA em Finanças. E quem não iria querer fazer um MBA de uma consultoria como a McKinsey?”
 
No mercado existe espaço até para “guerrilheiros” como o matemático americano Salman Khan. Formado no MIT, Khan, que começou a publicar aulas na web para ensinar seus sobrinhos, já tem um acervo de 2.700 vídeos sobre assuntos variados. Embora sua academia seja mais voltada para o ensino básico, nada impede que outros sigam a trilha, mais voltados para o ensino superior.
 
Um deles é Sebastian Thrun, especialista em Ciência da Computação que no mês passado abriu mão do cargo de professor titular de Stanford depois do sucesso de seu curso online sobre inteligência artificial, assistido por mais 160 mil alunos. Thrun criou a startup Udacity, para oferecer cursos online a baixo custo. Entre eles um concebido para ensinar pessoas sem experiência em programação a criar um mecanismo de busca, como o Google, para o qual a Udacity espera atrair 500 mil interessados.
 
Portais
Não faltam canais para revelar novos Khans e Thruns, como os portais iTunesU, da Apple, YouTube EDU, Fora.TV e Udemy. A questão é: como sustentar o negócio? Nem todos, como Khan, podem contar com o dinheiro de Bill Gates. “Há várias experiências interessantes, mas ninguém ainda tem ‘o modelo’”, diz Campos.
 
Entre essas experiências, Campos cita a Alison, um catálogo de cursos gratuitos online que tira sua receita de banners publicitários. E a Academic Earth, outra queridinha de Gates, que oferece 350 cursos e mais de 5 mil palestras de professores top da nata de universidades americanas sobre assuntos variados, da economia verde à Teoria de Jogos. Bancada inicialmente por professores-investidores, a Academic Earth foi vendida no ano passado para a Ampush Media, empresa de marketing que anunciou a intenção de criar uma rede social a partir do site como meio de alavancar receita.
 
A EaD não enfrenta, porém, só o desafio da economia. Um ponto em comum em experiências fracassadas foi a dificuldade de mudar o professor. Num vídeo publicado no mês passado, sobre suas previsões para o que será a educação em 2060, o próprio Khan chamou a atenção para a importância do novo professor, mais tutor e menos “dono” do conhecimento.
“Em seminários, todos os representantes de grandes escolas reclamam da dificuldade de atrair o professor para a EaD”, diz Campos. “O bom é que daqui a cinco, dez anos, muitos desses jovens que hoje reclamam do professor que proíbe o uso do iPhone na classe estarão dando aula. Vão mudar tudo.”
 
Fonte: Estadão

A Educação em tempos de Control C e Control V


 Como o “copiar e colar” da internet interferem no aprendizado das crianças e adolescentes nas escolas? Quais são os prejuízos? Há benefícios?

Nos anos 1970 e 1980 era comum que as famílias brasileiras fossem visitadas por vendedores de enciclopédias. Coleções de livros que traziam informações sobre todos os assuntos que interessavam aos pais e a seus filhos, neste caso, em especial para atender a trabalhos e pesquisas escolares. Barsa, Delta Larousse, Conhecer e tantas outras destas coleções ficaram bastante conhecidas e, além de presentes nas casas das pessoas, eram também encontradas em bibliotecas públicas e escolares.

A partir do momento em que uma tarefa escolar que exigia pesquisa era demandada pelos professores estes instrumentos do conhecimento eram logo acessados. Os alunos buscavam verbetes em suas páginas, liam o conteúdo, retiravam as ideias mais importantes – ou aproveitavam todo o conteúdo, e colocavam no papel. Dependendo do grau de maturidade dos alunos ou da série (ano escolar) em que se encontravam, muitos professores pediam que o conteúdo não fosse apenas uma cópia, mas sim uma seleção de informações que gerasse textos mais personalizados.

Nem todos os professores assim o faziam, é claro. Assim como, mesmo quando isso era pedido, muitos alunos, por motivos variados (preguiça, dificuldade, desorganização, por deixarem para a última hora…), ou não faziam ou quando realizavam esta releitura, a faziam apenas de modo acumprir tabela, ou seja, pró-forme. De qualquer modo, era esse o ensejo, o caminho, a trajetória percorrida por muitos estudantes daquelas décadas, guiados por suas enciclopédias.

Estes livros, por sinal, constituem um desejo humano tão antigo quanto a Bíblia e outros livros sagrados parecem expressar: A ideia de que nas páginas de uma publicação pudesse estar contida toda a sabedoria do mundo ou, pelo menos, a forma como nós conseguimos deduzir e interpretar tudo o que nos cerca. Arte, ciência, filosofia, matemática, literatura, música, história, educação, saúde e tudo o mais em forma de letras e imagens. Decodificado pela mente humana e colocado dentro de linguagem acessível que permita o acesso ao conhecimento a todos os mortais.

Este conceito veio a tomar forma e corpo, no modelo que conhecemos hoje, durante o movimento pré-revolucionário francês do século XVIII. Constitui uma das espinhas dorsais do Iluminismo ou Revolução das Luzes. Seus artífices foram os pensadores Denis Diderot e Jean D’Alembert que, no ensejo de legar a população de seu país (e do mundo) o direito legítimo de conhecer, de saber, de ter contato com a ciência, as artes e todas as áreas do conhecimento, produziram sua Enciclopédia. Atribuíram a alguns dos grandes nomes da época, como Voltaire e Rousseau, o compromisso de escrever alguns destes verbetes.

Na Era da Informação que estamos vivendo agora, com o advento da internet e outras tecnologias, as enciclopédias em papel parecem ter perdido o próprio sentido de existência. Há “organismos vivos” em gestação (em rede) que suprem, literalmente, a falta de todos aqueles livros. É possível, por exemplo, acessar a Wikipedia, atualizada diariamente em inúmeras línguas, e pesquisar dados sobre todos os assuntos de uma coleção como a Barsa e, ainda, encontrar muitos outros temas não abarcados em seus vários volumes.

Basicamente, no entanto, ainda que enriquecido por mídias como vídeos, podcasts, imagens e/ou infográficos, as enciclopédias digitais, ou mesmo as páginas resultantes de pesquisas em mecanismos de busca como o Google são apenas ferramentas, meios ou plataformas para se chegar à informação. Não são tão diferentes, portanto, dos livros e, de modo mais específico, as enciclopédias.

A relação das pessoas e, no caso, dos estudantes com a pesquisa em enciclopédias de papel ou em suas versões virtuais pode parecer, num primeiro momento, a mesma. O que faziam os estudantes da década de 1970 ao ler, selecionar trechos, reproduzir ou realizar uma releitura dos mesmos em suas produções para projetos e tarefas escolares não seria, neste sentido, o mesmo que hoje com a Wikipedia ou com o Google e seus resultados de busca. Será?

Na realidade, a ideia primordial é a mesma, ou seja, a da busca de informações para compor conhecimento, enriquecer saberes, realizar pontes inteligando conteúdos e leituras de sala de aula com novos autores, fatos e dados.

Há, no entanto, diferenças primordiais. Por exemplo, a leitura na internet tende a ser muito mais rápida e, assim sendo, menos criteriosa ou preocupada em entender as minúcias do texto, buscar suas conexões. A leitura, muitas vezes, pode até mesmo se restringir ao título, subtítulo e linhas iniciais, para saber se contempla a pesquisa demandada em sala de aula. É comum, em diferentes níveis de ensino, que os professores se defrontem com “trabalhos” supostamente de autoria de seus alunos nos quais há menções a outros estudantes, escolas e épocas…

A leitura criteriosa passa a ser, neste sentido, uma meta a ser atingida quando se propõe aos alunos pesquisas a serem realizadas na web e que venham a compor material para seus projetos. Isso pode ser atingido se os alunos são informados desde o princípio que, de algum modo, serão questionados quanto ao conteúdo do trabalho realizado, seja em aula ou em avaliações. É preciso que fique claro a todos os alunos que o professor leu (ou lerá) sua composição e que ela de algum modo poderá ser referenciada ou utilizada em questionamentos direcionados a ele ou a toda a turma.

A própria leitura do trabalho pelo professor, muitas vezes esmagado por uma grande carga de atividades a realizar em aula e também fora da escola, muitas vezes acaba fazendo com que sua correção seja rápida e que, com isso, não se percebam situações como reprodução de materiais da internet disfarçadas. O comprometimento do professor na correção dos trabalhos é uma forma muito eficaz de se combater esta ou qualquer outra ação indevida dos alunos. Sua leitura atenta e correção minuciosa permitem devolutivas plenas aos alunos e lhes transmite a ideia de que o docente está muito sintonizado, comprometido e engajado com o processo de ensino-aprendizagem que realiza e com a formação de seus pupilos.
Além da leitura com foco e condição de articulação em relação aos saberes trabalhados em aula, o trato da informação obtida no mundo virtual, ao ocorrer mecanicamente através do copiar e colar não oportuniza para o aluno a seleção de informações e, principalmente, a organização das ideias no papel.

A seleção de ideias é, muitas vezes, descartada ou substituída pela escolha aleatória de alguns trechos, com o intuito de compor a esperada tarefa que foi pedida. Isso quando não ocorre simplesmente a cópia e colagem de todo o material encontrado num site ou portal. O processo de escolha criteriosa de dados infere relacionar com o que foi estudado anteriormente, a leituras indicadas, a tarefas pedidas, a explanações do(s) docente(s) daquele ano ou de etapas anteriores do ensino. É, portanto, uma ação de racionalização, organização, construção e elaboração dos saberes e, como tal, não pode ser desprezada ou relegada a segundo plano.

Organizar as ideias no papel, por sua vez, é a parte do trabalho em que o estudante tem que dar aos recortes sobre as temáticas em estudo (trazidas pelas leituras, aulas e pesquisas on-line e off-line) a sua compreensão de todo este montante de dados. A isto trará, como contribuição e elemento de aglutinação o seu conhecimento de mundo, pautado em experiências e leituras que fez ao longo da vida e que lhe são próprias e únicas. Além disso, estará praticando a escrita, a organização das informações, enriquecendo o vocabulário e definindo a sua forma de escrever e de se comunicar através das letras.

Neste sentido, é praticamente um imperativo para o professor – ao pedir pesquisas, trabalhos ou qualquer tipo de projeto que demande levantamentos por parte dos alunos – que se estipulem metas além da simples busca de conteúdos. Os docentes precisam orientar o trabalho de pesquisa e almejar, além dos conteúdos adicionados, que também sejam atingidos objetivos como:

- Busca pelas melhores fontes;

- Utilização de mais de uma fonte;

- Uso de referências virtuais e também físicas;

- Leitura criteriosa e focada;

- Seleção das ideias mais importantes dos materiais pesquisados;

- Comparação/aproximação das ideias lidas com as aulas e materiais usados em sala de aula;

- Rascunho ou esboço do que irá escrever e levar para a aula;

- Enriquecimento do vocabulário e melhor conhecimento das regras gramaticais;

- Escolha de imagens, gráficos, tabelas ou outros materiais visuais que ajudem a tornar mais clara a ideia do projeto;

- Valorização de saberes que já possui quanto ao assunto (leituras e experiência de vida) e que possam ajudar a compor seu projeto;

- Desenvolvimento da escrita quanto às técnicas e também em busca de seu próprio estilo e forma de comunicar-se através das letras;

Isso não significa dizer que não existam pontos positivos na pesquisa on-line, pelo contrário, sua agilidade e a disponibilização de base de dados e informações que vem de todo o mundo é um grande adendo para a educação. No entanto, o que não pode acontecer é o uso acrítico e inconsistente, ou seja, sem que o aluno pense seus procedimentos, os conteúdos por ele escolhidos e mesmo, que realize apenas um ato mecânico de copiar e colar para apenas atender uma demanda de seus professores… Neste sentido vale sempre destacar que a educação tem que ser, sempre, significativa para o aluno, ou seja, vinculada ao seu mundo, associada ao que ele vive ou viverá, sendo capaz, desta forma, de fazer com que tudo para ele no processo de ensino-aprendizagem seja realmente motivador e desafiador!

Fonte: Portal CMAIS

domingo, 25 de março de 2012

MEC decide fechar universidade São Marcos – alunos serão transferidos

O MEC (Ministério da Educação) anunciou na noite de ontem (22) a decisão de descredenciar a Universidade São Marcos, de São Paulo, após verificar irregularidade na oferta de cursos. Entre elas, o descumprimento de medidas cautelares determinadas pelo ministério em função do baixo desempenho da instituição nas avaliações da pasta.

Em nota publicada no site da universidade, a reitora Maria Aurélia Varella afirma que está “esperando a publicação oficial da medida e, obviamente, obedeceremos o que for determinado”. A reitora contou que ficou sabendo do fechamento por meio de um jornalista e que depois conferiu a notícia no site do MEC. O descredenciamento significa, na prática, o encerramento das atividade da São Marcos. Os cerca de 2 mil alunos da instituição devem ser transferidos para outras faculdades. A São Marcos tem 90 dias para providenciar a mudança e entregar toda a documentação acadêmica aos alunos.

De acordo com o MEC, as irregularidades verificadas “comprometem o funcionamento” da universidade. Além de descumprir as medidas determinadas pelo ministério no ano passado durante processo de supervisão, a pasta constatou que há “inviabilidade financeira e desorganização acadêmica e administrativa”.
Segundo a nota da reitoria, “não haverá aula na Universidade São Marcos e os documentos necessários à transferência dos alunos serão providenciados por um verdadeiro ‘mutirão’ de funcionários e professores que, mesmo sem receber salário (já que a medida pode ter consequências sobre os pagamentos que seriam efetuados na semana que vem), ajudarão a Secretaria a providenciar tais documentos. Informações sobre descontos, bolsas institucionais e outras serão transmitidas aos alunos, assim que tivermos ciência de como será realizada a transferência”.

Veja a nota da reitoria na íntegra:
A Universidade São Marcos desde a intervenção judicial ocorrida em setembro de 2011 e a nomeação de nova reitoria ocorrida em dezembro do mesmo ano tem se esforçado para reverter a situação que colocou a Universidade sob o risco iminente de encerrar suas atividades. Reitoria, professores e funcionários, a maioria sem receber salários, trabalham no sentido de diminuir o prejuízo causado anteriormente aos alunos e concretizar a continuidade da Universidade.
Apesar de vários eventos que ocorreram e que foram extremamente prejudiciais ao nosso trabalho, trabalhamos muito e o esforço foi sempre em conjunto.

Após muita procura, conseguimos utilizar um prédio que abriga os alunos de maneira satisfatória e todos puderam acompanhar o trabalho de muitos que se dedicaram e fizeram o máximo que podiam no sentido de deixar tudo de acordo com as regras públicas. O prédio existe, é real, as aulas estavam sendo ministradas e o calendário de reposição das aulas praticamente finalizado em São Paulo e finalizado em Paulínia.

Todo esse esforço teve o apoio dos alunos que continuaram na Universidade São Marcos, inclusive cancelando transferências e voltando para o curso de origem. Teve também o apoio de funcionários e professores que recuperaram documentos e informações perdidos anteriormente.

Hoje, por volta das 19h e 30min, soubemos, por um jornalista, a notícia do descredenciamento da Universidade. Logo em seguida, vimos no site oficial do MEC que a Universidade São Marcos havia sido descredenciada por esse Ministério.

Estamos esperando a publicação oficial da medida e, obviamente, obedeceremos o que for determinado.

Por esse motivo, não haverá aula na Universidade São Marcos e os documentos necessários à transferência dos alunos serão providenciados por um verdadeiro “mutirão” de funcionários e professores que, mesmo sem receber salário (já que a medida pode ter consequências sobre os pagamentos que seriam efetuados na semana que vem), ajudarão a Secretaria a providenciar tais documentos.

Informações sobre descontos, bolsas institucionais e outras serão transmitidas aos alunos, assim que tivermos ciência de como será realizada a transferência.

Lamentamos muito e agradecemos a todos que acreditaram no trabalho que estava sendo realizado por todos nós.

Fonte: Arquivado em Legislação ead , Notícias , mec

quinta-feira, 1 de março de 2012

A era do saber gratuito

FredricLitto_ValeriaGoncalvezAE_04042006_288Na onda de protestos do movimento Occupy Wall Street, no ano passado, uma das demandas era de que o governo americano garantisse acesso gratuito à educação a distância. Especialistas acreditam que entramos numa era em que o conteúdo educacional estará disponível online de graça. Como o senhor vê esse processo?

A tendência vai ser nessa direção. Com todo o conhecimento humano aos poucos entrando na web, a universidade não vai poder cobrar pelo conteúdo. Veja o projeto Google Acadêmico, eles já alcançaram mais da metade da meta de colocar 32 milhões de títulos em domínio público na rede. A digitalização faz com que a gente tenha de ser generoso. No passado, vivíamos numa sociedade de escassez. Poucos tinham acesso a livros – ou a chocolate ou a especiarias. Hoje em dia podemos dar informação de graça. Se não estiver no domínio público, vamos ter patrocinadores, como tem patrocinador na TV aberta. Pense no benefício para o conjunto da sociedade quando todo o conhecimento humano estiver à disposição.
Qual o papel da universidade nesse processo?

Elas vão ter de se destacar pela orientação que dão ao aluno, pela capacidade de facilitar a compreensão do conteúdo. E também pela certificação. A pessoa estuda química industrial por conta própria e diz: “Quero ter um diploma.” A universidade aplica um exame e, se o sujeito passar, ganha a certificação.
No Brasil, o governo ainda obriga as instituições a fazer vestibular para alunos de cursos a distância. Em outros países, quem termina o ensino médio tem esse direito. Como podemos competir nesse cenário?
Se o Brasil quer continuar a oferecer universidade pública gratuita, por que limitar isso a quem consegue fazer um bom ensino médio e passar no vestibular? Por que não abrir as portas totalmente? É o que eles fazem na Europa e principalmente na Ásia, que tem universidades abertas a distância de grande qualidade.

A Universidade Indira Gandhi, da Índia, tem 3,2 milhões de alunos! Os asiáticos estão na frente agora. Perceberam que suas universidades de formação da elite não estavam dando conta da produção de recursos humanos qualificados que um país moderno precisa – coisa que o Brasil só agora está começando a perceber. A instituição de elite continuará existindo, mas não vai formar força de trabalho em número suficiente. Na Ásia eles têm uma mistura de universidades de elite de alta qualidade com a sociedade da abundância de conhecimento. Formam centenas de milhares de pessoas por ano, sem vestibular.

Fonte: estadao.com.br

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